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O EXEMPLO DE FÁBIO PAIM
Um clube faz-se assim. Com a sua história. De bons e maus exemplos. De referências. De histórias e, sobretudo, de pessoas. 
Imagem de destaque07 Jul 2020, 15:00

Foi com muito gosto que li a reportagem do Jornal A Bola, sobre o nosso Fábio Paim. Digo nosso porque um jogador que foi formado em Alcochete acaba sempre por ser “nosso”. Apesar de outros exemplos. Mas Fábio Paim é um exemplo por tudo. Pelo que foi, pelo que poderia ter sido, mas sobretudo pelo que não foi. Prometia. Todos os sportinguistas mais ferrenhos e mais atentos ao clube lembram-se do que se dizia desse futuro jogador. Era craque. Não enganava. Vinha aí um novo Figo. Era melhor do que Cristiano Ronaldo. Infelizmente, para ele e para o Sporting, não foi nada disso que aconteceu. Falhou. Como falham tantos e tantos miúdos que sonham em vir a ser jogadores de futebol profissional. No entanto, Fábio Paim foi além do que muitos sonham. Representou o Sporting Clube de Portugal. Só isto, é o topo. É o sonho de qualquer um. Tinha ordenado, tinha estatuto, tinha possibilidade de entrar na nossa Academia e aprender. Em treinar e jogar futebol. E tinha talento. Mas de talento, estão os campos cheios. De sucesso já é diferente. O sucesso obriga a talento e muito trabalho. Aliás, vemos jogos em que muitos não demonstram o talento, mas mostram muito empenho e muito trabalho. E o trabalho é essencial.

Por isso, só posso elogiar a postura do Presidente do Sporting. Bem, se for recuperar Fábio Paim e o “usar” para ensinar aos jovens que hoje frequentam a Academia de Alcochete que o mundo pode ser de sonho ou de inferno. A escolha é de cada um. Não basta fazer fintas, rematar com força ou ter visão de jogo. É preciso trabalhar, é preciso foco no treino, sacrifício e abdicação de tantas e tantas atrações que nas idades mais jovens existem. Só assim, com essa forma de estar podem sonhar com uma vida diferente. Fábio Paim tem um know-how importante para ser partilhado. A vida nem sempre nos sorri, nem sempre é cor-de-rosa e perfeita. O sonho, obriga a transpiração. E o falhanço faz parte deste mundo. Só não falha quem não tenta. E tentar é mais importante do que apenas pensar que se pode lá chegar. Paim tem muito para ensinar aos mais jovens. Tem os caminhos que percorreu, os erros que cometeu. E isso é património dele. Mau? Sim. Mas importante de ser partilhado com os futuros leões.

Um clube faz-se assim. Com a sua história. De bons e maus exemplos. De referências. De histórias e, sobretudo, de pessoas.

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