A época está no fim e acabamos como começámos: na mesma como a lesma!

E se a tabela, no início da época é igual para todos, para o Sporting Clube de Portugal a herança pesada da travessia do deserto em títulos tem um estigma que nos faz partir sempre em desvantagem.

No Natal desvanecem-se os sonhos de Verão de que “Para o ano é que vai ser” e, volvida uma época, voltamos a ir de férias com a bagageira cheia de desilusões.

Agora que é altura de pensar em férias novamente, sonhamos com o Dubai mas arriscamo-nos a ficar pela Caparica, fruto de uma pandemia que no Sporting Clube de Portugal já se faz sentir há anos e ditou um confinamento muito anterior ao que vivemos este ano.

E se, em plenas férias de Verão, no início da época que agora termina, no pico das temperaturas, gelámos com um resultado na Supertaça que não nos fez esperar nada de auspicioso, voltámos agora às altas temperaturas, incrivelmente em baixo… Começámos como acabamos…

Com o primeiro e segundo lugares já atribuídos e sendo que, mais uma vez, nem o primeiro dos últimos conseguimos ser, chegar à última jornada com o terceiro lugar em risco, com todas as consequências que isso acarreta, é inadmissível e este ano nem as esplanadas nos ajudam a levantar a moral.

Trabalhar para o bronze, ao contrário do que se diz, não é só no Verão e a pobre preparação e execução que trouxe esta época mostra exactamente isso: um Sporting pálido, quase transparente, uma pequena sombra daquilo que foi, é e ainda pode ser.

Isto não é o Sporting Clube de Portugal, isto não dignifica esta enorme instituição e já não é com conversas de bar de praia que se resolve, porque palavras, leva-as o vento e no Sporting passou um furacão.

Por fim e off topic mas completamente necessário, não posso fechar a semana sem dar os parabéns ao Leonino, pelos prémios recebidos, que demonstram o esforço, empenho e profissionalismo que toda a equipa faz, para trazer aos adeptos do Sporting uma comunicação isenta (ao contrário do que muitos pensam) e totalmente vocacionada para o Clube, fazendo-lhe a justiça e tributo que a comunicação social desportiva em geral não faz. Parabéns Leonino, pela afirmação crescente no universo jornalístico.

A autora escreve ao abrigo da antigo ortografia