Fui surpreendido, há três dias atrás, com as notícias difundidas nos órgãos de comunicação social, nomeadamente esta, no Jornal Público, que deu a seguinte informação:
“Fernando Santos usou “meio artificial e abusivo” para obter vantagens fiscais”
“Fisco ganha processo de 4,5 milhões em IRS ao selecionador. Tribunal arbitral concluiu que Fernando Santos usou um “expediente abusivo” nos contratos com a Federação Portuguesa de Futebol”.
Ora, um outro Sporting CP, com outros dirigentes, não deixaria de se indignar e pedir a demissão imediata do selecionador nacional Fernando Santos. É absolutamente incrível como está tudo calado e a assobiar para o lado. Ninguém diz nada? A decisão do tribunal arbitral é clara, existe uma condenação e a figura institucional de Fernando Santos saiu completamente denegrida e, no meu entender, sem condições éticas para continuar a exercer o cargo.
Os valores que defendo e esperava que o Conselho Directivo e restantes órgãos sociais do Sporting CP defendessem, não se compadecem com este tipo de atitudes.
Tenho simpatia pessoal pelo treinador Fernando Santos que é afável no trato, não esqueço e agradeço pelo que deu a Portugal – os títulos de Campeão Europeu de futebol sénior e da Liga das Nações, mas há limites que não podem ser ultrapassados.
Julgo até que foi agraciado pelo senhor Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa com o título de Comendador. Com as responsabilidades e funções que exerce, pelo exemplo que transmite para a sociedade, para mais novos e mais velhos, não há outra saída digna e honrosa que não seja a sua demissão.
Também os corpos directivos da Federação Portuguesa de Futebol, nomeadamente o presidente Fernando Gomes fica, na minha opinião, muito mal na fotografia…
Quando a sociedade portuguesa está tão carregada de impostos, assistirmos a estes agentes desportivos, de forma “artificial e abusiva”, a tentarem fugir ao fisco, devia merecer do Sporting CP, como instituição defensora da transparência e das boas práticas, um firme, imediato e enérgico reparo.
Lamento que até agora não o tenham feito e só espero que possam emendar a mão exigindo a demissão do selecionador nacional. A ética e os valores não podem ser invocados só quando lhes dá jeito. Frederico Varandas e seus pares têm aqui a oportunidade de os praticar.
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