Estamos a quinze dias de iniciar o campeonato e o Sporting CP tem hoje um teste interessante em Alverca, com a equipa espanhola do Real Valladolid. Aproveito para enviar um abraço ao anfitrião, o Presidente do Alverca, Fernando Orge que tem feito um grande trabalho a recuperar o Clube e que ainda na época transacta nos trouxe tantos amargos de boca para a Taça de Portugal.

Na semana passada tivemos duas vitórias normais perante dois adversários cujas equipas apresentaram inegáveis fragilidades e que estão numa fase atrasada da sua preparação. O Portimonense, que viu confirmado no dia 29 de Julho a sua presença no principal campeonato português, motivo pelo qual, só agora, com total segurança, poderá fazer os ajustes no seu plantel.  O Belenenses SAD, por sua vez, viu sair no final da longa temporada que recentemente findou, metade da equipa titular e Petit tem um enorme trabalho pela frente se quiser manter-se no lugar e a sua equipa no principal escalão do futebol nacional.

Estou por isso com alguma expectativa para observar o desempenho dos nossos atletas contra uma equipa que, estando situada na segunda metade da tabela em Espanha, não deixa de ser competitiva e tem alguns jogadores interessantes. Será um teste mais adequado e condizente para avaliar a real valia da nossa equipa nesta fase de preparação.

A reintegração nos treinos da equipa principal do João Palhinha foi uma boa e desejada notícia. Dos médios defensivos portugueses, João Palhinha é seguramente dos melhores. Pela sua estampa atlética, 1,90m, intensidade competitiva, conhecimento táctico e posicionamento. É um jogador com “chegada” tal como tinha Adrien. Dá confiança defensiva e tem leitura de jogo e discernimento em terrenos mais adiantados. Pela sua envergadura oferece soluções ofensivas nas bolas paradas e defensivas no mesmo campo. É um jogador com escola e de equipa grande. Na minha opinião é um medio muito completo com uma solidez e consistência de jogo que Matheus Nunes, seu concorrente para o lugar, a meu ver, ainda não tem. O Sporting CP se quisesse adquirir no mercado um jogador com as características enunciadas e que tem 18 internacionalizações pelas selecções jovens de Portugal, não teria capacidade financeira para o adquirir. O que queremos são resultados desportivos.  O apuramento para a Champions League e sempre o foco no título nacional. Seguramente não é a desbaratar os nossos melhores e mais experientes activos que os vamos atingir.

É por isso que verifico com imensa pena a venda de Matheus Pereira, incomparavelmente melhor jogador que Nuno Santos, a saída de Gelson Dala que, como segundo avançado, poderia ombrear com Vietto e sobretudo não compreendo como Battaglia e Acuña estão a ser escorraçados do Clube. São dois jogadores muito experientes cuja juventude do Clube precisa deles quer para temperar os seus ímpetos quer para dosear a ansiedade que irá naturalmente ocorrer. Numa temporada longa, contra equipas experientes e matreiras, ter a liderança e qualidade em campo destes veteranos de longas batalhas faz falta aos nossos jovens talentos.

Dos jogos que mais sofri como adepto e dirigente foi a segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa, na República Checa, no estádio do FC Viktoria Plzen. Jogo duríssimo, contra uma equipa de barba rija e no prolongamento, Rodrigo Battaglia deu-nos, com uma cabeçada portentosa, cheia de intenção e querer o apuramento. Sei que muitos adeptos não lhe perdoam certas atitudes, mas pela sua raça em campo, capacidade e dimensão futebolística considero um erro que não tenha ficado neste plantel.  A incapacidade da “estrutura” em disciplinar o balneário, e eventualmente estes dois atletas, eximindo-se de chatices e trabalhos, não pode ser razão nem justifica pôr de lado dois jogadores que recentemente eram convocatórias habituais numa das melhores selecções do Mundo, a Argentina.

Quanto à eliminatória europeia do dia 24 de Setembro, desejo que possamos defrontar o FC Viking porque temos “contas a ajustar” e que os nossos jovens leões dêem uma valente cabazada aos noruegueses para repormos a verdade histórica quanto à diferença abissal de valor entre os dois Clubes.

Viva o Sporting CP!

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.