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ENQUANTO ESPERAMOS…
Enquanto não nos deixam voltar ao estádio, resta-nos acompanhar o que se vai passando à distância, sendo que a alegria de festejar golos foi substituída pelo espanto que algumas notícias nos causam.
14 Set 2020, 10:00

Com as estranhas decisões da DGS, estamos todos à espera. Se alguns clubes, em especial os distritais,  conseguirão sobreviver à falta de receitas e de patrocínios é uma outra questão, com a qual poucos parecem estar verdadeiramente preocupados. A verdade é houve Avante e houve procissão em Fátima. Público nos jogos é que está mais difícil porque, aparentemente e na opinião da mesma DGS, somos todos uma cambada de vândalos que sabem comportar-se no trabalho, nos transportes e na vida quotidiana mas que, nos estádios, vivemos para apanhar a covid 19.

Enquanto não nos deixam voltar ao estádio, resta-nos acompanhar o que se vai passando à distância, sendo que a alegria de festejar golos foi substituída pelo espanto que algumas notícias nos causam, quando não pela novidade, seguramente que pela desfaçatez.

Em primeiro lugar, António Costa e Fernando Medina acharam a sua preferência clubística mais relevante do que o exercício de funções públicas, para as quais ambos foram eleitos. É um direito que lhes assiste, assim como o nosso é não esquecer este exacto momento. Desde logo, a maior parte dos sportinguistas manifestou-se contrária ao apoio do Senhor Primeiro-Ministro e do Presidente da Camara Municipal de Lisboa a Luís Felipe Vieira. Uma vez mais, discordo. Percebendo o timing em que tal sucede, menos conexo às eleições do que ao processo judicial em curso, parece-me que ambos constarem da dita Comissão de Honra tem a inegável vantagem de tornar as coisas muitíssimo mais claras. Daqui para a frente, não há razões para que qualquer decisão que venha a ser tomada não seja perspectivada a esta luz e tendo na sua base os apoios, sejam eles explícitos ou, mais perigosos, implícitos. E isto é tudo o que tenho para dizer sobre as eleições do Sport Lisboa e Benfica. É-me indiferente o resultado desde que o vencedor passe a cumprir as regras, o que não creio que possa suceder caso Luís Felipe Vieira ganhe as eleições.

Entre nós, vendemos Acuña, uma vez mais por um preço que muitos questionam. Desconheço quanto vale o jogador mas sei que os motivos aventados são estranhos porque o seu comportamento não se alterou. Acuña foi fiel ao Sporting quando outros o não foram e isso deveria bastar para que os seus alegados problemas de indisciplina fossem resolvidos de forma diversa do que chutá-lo do clube para fora, arrastando com tal outros profissionais que mostraram discordâncias com o método usado. Pessoalmente, custa-me sempre ver símbolos do clube tratados desta forma e acho que é um péssimo sinal para contratações futuras.

Por outro lado, vimos um jogo cancelado por infecção por covid 19 de, pelo menos, três jogadores, estando, à data em que escrevo, em risco a partida subsequente. Uma vez mais e com particular ênfase nas redes sociais, parte dos sportinguistas trataram de criticar o clube, chegando-se a invocar que o Clube deveria encerrar os jogadores. Importa que se esclareça que, como é óbvio, o Sporting Clube de Portugal, como qualquer outro clube, não tem qualquer legitimidade para “fechar” jogadores seja onde for e não pode obstar a que estes contactem com a sua família. Obviamente que sobre os profissionais impende um dever especial de cuidado e de preservação mas que não é muito diferente daquele que todos devemos cumprir. Se há coisa que já se pode dizer sobre a covid 19 é que, sendo muito mais generosa com os mais novos, não escolhe segmentos sociais ou profissões para atacar. Por isso, antes de nos lançarmos num mar de críticas, convinha perceber-se que o que aconteceu no Sporting não é diverso do que ocorreu noutros clubes, Benfica incluído. E, enquanto não aprendermos a dominar os efeitos deste vírus, todos os clubes estão numa posição de total igualdade perante os riscos, o que é mais do que se pode dizer quanto a todos os outros aspectos da competição.

(À laia de última nota, passei os olhos por uma decisão judicial absolutamente clara e inequívoca sobre aquele hiato temporal em que se andaram a criar órgãos imaginários, como a CT MAG. Quem tiver oportunidade de ler a decisão do tribunal, respeitante única e exclusivamente a um dos autores da CT MAG, fica esclarecido quanto à impossibilidade de criação da mesma, ideia essa que, seguramente por coincidência, é dos mesmos autores dos que pretendiam ocupar os respectivos cargos.  Podemos acreditar em teorias da conspiração. Podemos esbracejar e escrever que “é mentira”. Mas está lá quase tudo. Basta ler.)

A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.

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