Há poucos dias tiveram lugar as eleições para a Ordem dos Advogados e, tal como no Sporting, surgiram múltiplos candidatos com as suas ideias e projectos. Ora apurados os resultados obtiveram-se, numa classe com muitos profissionais activos, sete candidaturas que alcançaram resultados próximos, pois só os quatro primeiros classificados obtiveram, respectivamente, 21,14%, 20,41%, 16,16% e 13,06% dos votos expressos, ou seja ocorreu uma enorme dispersão de votos.

Tal significa que o vencedor com pouco menos de 1% de votos sobre o segundo classificado deveria ser Bastonário?

A resposta é não e os Estatutos da Ordem dos Advogados determinam a realização de uma segunda volta entre os dois primeiros. Faz sentido.

Em nome da defesa da classe, da união e estabilidade do projecto há que ser defendido por uma maioria clara e não por uma pequena minoria.

E se fossem eleições no Sporting teríamos um Presidente eleito por uma maioria inferior a 1%? A resposta é sim!

Vem tal a propósito de se falar, no Sporting, numa alteração estatutária a ter lugar nesse sentido, mas nada mais ter sido veiculado ou mesmo proposto, e este é um tempo para se pensar, ponderadamente, nesse e noutros aspectos, em alteração dos Estatutos do clube.

Obviamente que não será pelos Estatutos que seremos ou não campeões quer de futebol quer de uma qualquer modalidade, mas ajuda, entre demais, a uma estabilidade de projectos, de estratégia e apoios.

É que o Sporting é um clube grande e em todas as suas acepções. Tal implica, naturalmente, determos uma maior massa critica, posições divergentes, idades e ideologias várias, mas há que saber lidar com tudo isso.

Faz parte de ser Grande.

Ser Grande é deter essa responsabilidade de gestão.

O poder da grandeza é a responsabilidade, esta frase foi proferida por Winston Churchill, no auge da 2ª. Guerra Mundial, época em que era o Primeiro Ministro britânico e foi um dos grandes responsáveis pela resistência da Inglaterra e por “virar o jogo” da grande guerra.

Ser grande é também procurar ser sempre campeão. Não quer dizer que se consiga mas, pelo menos, há que tentar e nunca desistir.

Quem espera décadas para ver o seu clube ser campeão de futebol tem esse espirito e é tal motivação que faz com a massa adepta do Sporting não tenha diminuído e, ao invés, ser uma das maiores do país ao longo dos anos.

Vem tudo isto à memória quando pensamos em campeões pelo Sporting como Armando Aldegalega e o seu exemplo. Tal campeão foi descoberto pelo Sporting Clube de Portugal em 1956, quando representou o Internacional de Setúbal na Légua Nacional, iniciando aí uma longa carreira de 50 anos sempre a correr com as cores do Sporting, até  encerrar o seu percurso nas provas de veteranos, nas quais foi um dos atletas portugueses com mais títulos conquistados.

Atingiu este anos os 85 anos e continua a correr, participando, inclusivamente, na corrida Sporting, sendo tal objecto do devido destaque nos órgãos de comunicação  social.

É que tal representa o que é ser campeão e o espirito de Leão e de Hoje e Sempre ser e defender as cores do Sporting.

Ser do Sporting é tudo isto e muito mais, mas Hoje e Sempre devemos ser um Leão na defesa das nossas ideias e valores.

Roberto Carvalho: Sócio n.º 2.699-0