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OS NOSSOS
No Sporting, é fundamental que saibamos cada vez melhor quem são os nossos. Os nossos são os Sportinguistas. E depois há os outros, todos os que se juntam para prejudicar o Sporting.
Imagem de destaque23 Out 2020, 13:30

No Sporting, há algo que não podemos deixar nunca de distinguir. Quem são “os nossos”, quem são os “outros”, os que não gostam de nós, não nos respeitam e tantas vezes nos prejudicam.

Rejeito olhar para o futebol como “um mundo à parte”. No futebol profissional, como em todo o desporto e na vida, devemos respeitar as regras que garantem que podemos viver uns com os outros. Essas regras são éticas e de educação.

Na ética, entram valores como a honestidade, o desportivismo, o respeito mútuo entre adversários e demais agentes desportivos, até a cordialidade e educação, mesmo que estas se limitem a ser apenas “institucionais”.

Vem tudo isto a propósito da batota, da falta de respeito, da falta de honestidade e até das tentativas de certas pessoas se intrometerem na vida do Sporting, na “nossa” vida. Temos de rejeitar, temos de nos revoltar, temos de nos defender.

Tudo começou com uma arbitragem vergonhosa, com a vergonha exponenciada por um VAR que é um artista recorrente, que prejudicou fortemente o Sporting e teve influência direta no resultado do primeiro clássico do ano.

Há dois lances no Sporting – Porto da semana passada que ainda me bailam na cabeça. Bom, na verdade, há mais, até prefiro recordar as excelentes intervenções do Adán, o remate poderoso do Nuno Santos para o primeiro golo, a excelente execução de Sporar no lance do segundo golo, só para dar dois exemplos. Ocorrem-me ainda alguns erros cometidos pelos nossos jogadores e pela equipa como um todo, nomeadamente defensivos, daqueles que não podem repetir-se.

Mas, além das incidências normais num jogo de futebol, este clássico acabou por também ser rico naquelas anormalidades que, infelizmente, acontecem invariavelmente em prejuízo do Sporting.

Comecemos por um lance logo aos 20 minutos de jogo. Zaidu tem uma entrada grosseira e violenta sobre Pedro Porro, que se poderia ter lesionado seriamente. Luís Godinho, o árbitro de campo, estranhamento, nem falta assinalou. Começa logo aqui a vergonha. No seguimento do lance, existe outra falta sobre um jogador do Sporting e o juiz aproveita a paragem para exibir um inacreditável cartão amarelo ao portista. O VAR, antes mesmo desta exibição, já devia ter transmitido ao árbitro que havia ali lance para evidente expulsão. Mas ficou caladinho. O que teríamos, se tudo tivesse sido feito como deve ser? Luís Godinho assinalava falta e exibia logo o vermelho directo a Zaidu. Mas não o fez. Admitamos que viu mal o lance, avaliou mal. É mesmo para isso que existe o VAR que, na primeira oportunidade, tinha de dizer “atenção, há ali um potencial cartão vermelho direto, não assinalaste falta sequer, vamos analisar as imagens”. Fez isso? Não. Ficou calado quando devia falar.

E falou quando tinha de estar calado. Final da primeira parte, Pedro Gonçalves isola-se na grande área portista e Zaidu (o mesmo que já não devia estar em campo desde os 20 minutos), por trás, rasteira-o com o pé, encosta um joelho à perna do leão e tem o braço pousado nas costas do jogador do Sporting. Penalty triplo. Luís Godinho, bem, assinala a grande penalidade e mostra o segundo amarelo ao jogador que já devia ter visto o vermelho. Todos prestámos, num primeiro momento, atenção ao braço, nem reparámos no toque no pé. E, na minha opinião, essa falta é ainda mais evidente.

O que é que faz o VAR, num lance que está longe de ser um erro evidente (tão longe, que não é erro, é uma decisão acertadíssima)? Intervém, cria a dúvida a Luís Godinho, manda-o ir ver as imagens. Perante estas, Godinho reverte a decisão, num erro clamoroso de avaliação, e retira o segundo amarelo e consequente expulsão, mais que justificada, de Zaidu.

Ou seja, aos 20 minutos de jogo, o Porto devia ter ficado a jogar com 10. Quase em cima do intervalo, o Sporting devia ter uma oportunidade extraordinária para vir para a segunda parte moralizado pelo empate, em superioridade numérica e com fúria de vitória.

Tudo isto não aconteceu, por causa da arbitragem. Temos de recordar que este Tiago Martins é o mesmo que, no Moreirense – Sporting da época passada,  num lance quase no final do jogo, que poderia ter dado a vitória ao Sporting, fez vista grossa a uma agarrão evidente na camisola de Coates, que daria grande penalidade para o Sporting. Alertado pelo VAR, foi ver as imagens (onde o tal agarrão é claríssimo) e, inacreditavelmente, manteve a decisão de não assinalar penalty, deixando o país inteiro, incluindo os não sportinguistas, de boca aberta com tamanha desfaçatez.

Estas coisas têm de ter consequências. Não basta o presidente ir falar no final do jogo (e bem, disse o que ia na alma dos sportinguistas, tem de se dar nota positiva a Varandas). Não basta emitir uns comunicados. Tiago Martins não pode andar no futebol profissional. Ou não tem a isenção e a honestidade que são necessárias ou, na visão mais benigna, tem fortes problemas oculares e não possui o mínimo de competências técnicas para as funções que lhe são atribuídas.

Prejudicar o Sporting, não. A verdade é que, ganhando o jogo em atraso com o Gil Vicente e se a arbitragem não tivesse contribuído fortemente para o resultado que o Porto conseguiu alcançar em Alvalade, estaríamos isolados em primeiro, a par com o enorme “colosso” levado ao colo pela comunicação social,  que já está “a cinco pontos dos rivais” e bláblá. Ah, e já estávamos, nós, com mais cinco pontos que o Porto, numa luta pela entrada directa na Champions que vai ser muito quente este ano. Não são coisas poucas, à quarta jornada.

Falar ainda de um tipo de orelhas grandes que anda muito mais preocupado e interessado nos debates eleitorais que tiveram lugar no Sporting há dois anos, do que em promover a democracia interna na instituição a que preside há 20 anos, com laivos ditatoriais e, pelo meio, divulgação pública de emails que indiciam a prática de vários crimes, investigados e alguns já em julgamento. Caladinho. Palhaçada, ou melhor, vergonha e embaraço para todo o país, é aquilo em que a “instituição” se tornou, um polvo tentacular e batoteiro, com um fechar de olhos das autoridades e comunicação social.

Última palavra para o sujeito que preside ao maior clube do Norte e que anda há 40 anos a poluir e estragar o futebol português.

Nós, sportinguistas, podemos gostar ou não gostar do nosso presidente, concordar ou discordar com o que ele diz ou faz. Dispensamos é as opiniões do homem da fruta, a proverbial jocosidade, que só diverte incautos e papalvos, e a desesperada tentativa de atirar gasolina para a fogueira em que, infelizmente, ardem lentamente algumas das nossas divergências internas.

No Sporting, é fundamental que saibamos cada vez melhor quem são os nossos. Os nossos são os sportinguistas. Todos os sportinguistas. E depois há os outros, todos os que se juntam para prejudicar o Sporting e para branquear, normalizar e silenciar a denúncia de várias décadas de batota e de competições profissionais de futebol podres nos seus alicerces e de uma comunicação social desportiva genericamente (com excepções, há sempre excepções) sabuja, tributária, cobarde e subserviente.

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