No primeiro sábado de recolher obrigatório, a manhã não podia ter começado melhor. Uma vitória categórica, por 0-3, no derby de futebol feminino, ocorrida num palco com tanta história como é o da Tapadinha (1). Os grandes clubes fazem-se de vitórias e as leoas mostraram a sua felina atitude em campo durante 90 minutos. À noite, faltou à Seleção nacional esse instinto predatório, perante a França. Não obstante a equipa gaulesa ser a campeã do mundo, a equipa orientada por Fernando Santos terá pensado mais em aguentar um empate que lhe dava vantagem, antes da viagem à Croácia. E, assim, perdeu o jogo ficando fora duma fase final, 23 anos depois. Veremos, pois, se este não é um prenúncio de que o ciclo virtuoso de Fernando Santos, como selecionador, não estará a chegar ao fim. O desempenho no Euro 2020, que se disputará em 2021, sentenciará este tópico.
O jogo da Seleção decorreu na Luz onde não conseguiu encontrar bilhete para a fase final da Liga das Nações. No entanto, aquele local é pródigo em buscas e demandas. Que o diga a Policia Judiciária onde, a semana passada, voltou a passar a pente fino o reduto encarnado (2). Luís Filipe Vieira caminha assim, a passos largos, para deter o maior palmarés de processos no futebol português e, eventualmente, ser agraciado com uma distinção individual de dirigente mais vezes arguido… quiçá no camarote presidencial da Luz, onde tantos personagens da história recente do nosso país se cruzaram… Uma verdadeira “bota de ouro” a caminho! A esta altura o leitor pode ser tentado a pensar que ironizei. Puro engano! Tal como veio a lume, o ministro da educação, Tiago Brandão Rodrigues, terá proferido que o clube encarnado está acima da lei, numa reunião com o secretário Estado do Desporto e o presidente do IPDJ, em 2017 (3). Num País onde um Primeiro-ministro tem o topete de aparecer numa comissão de honra de apoio a um personagem como Vieira, tudo é possível…
No fim-de-semana que vem, não haverá ainda Liga NOS. Decorrerá a terceira ronda da Taça de Portugal. O Sporting deslocar-se-á no dia 23 ao reduto do Sacavenense. Por vezes, observa-se vários comentários nas redes sociais de que alguns jogadores do Sporting podiam estar mais presentes nas seleções nacionais. Em época de pandemia, diria que é mais benéfico e, dada até a conjuntura favorável de liderarmos o campeonato nacional, não termos os nossos em ambientes de concentração, evitando contactos com jogadores provenientes de outros ecossistemas. Esperemos pois que todos retornem sem problemas. Estranho ano este em que o positivo é mesmo quando eles voltam negativos!
Diretor Leonino
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