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A VENDA DA SAD – UM VELHO CAPÍTULO
A minha resposta foi que “Sim” e disse que o ponto central das próximas eleições devia ser o futuro do Sporting em relação às VMOC e ao modelo de SAD que se pretendia, pois 2026 está à porta.
20 Fev 2021, 09:00

Faz hoje uma semana participei num live da página Sportinguista no Facebook – A União Faz a Força. Nessa conversa entre Sportinguistas colocaram-me a questão se continuava a fazer sentido uma candidatura às eleições de 2022 face aos bons resultados da equipa de futebol sénior no Campeonato Nacional e ao previsível título de campeão.

A minha resposta foi que “Sim” e disse que o ponto central das próximas eleições devia ser o futuro do Sporting em relação às VMOC e ao modelo de SAD que se pretendia, pois 2026 está à porta e o exercer da recompra das VMOC, que assegurará a maioria do capital da SAD pelo Clube tem, necessariamente e inadiavelmente, de ser a próxima direção a fazê-lo, com tempo, e como a grande prioridade, sob pena de em 2026 termos uma reconfiguração do que é o Sporting Clube de Portugal sem possibilidade de retorno.

A adiada reestruturação financeira, reestruturação financeira essa que tem de ter a questão das VMOC integrada, parece não estar a ser tratada em devido tempo por este Conselho Diretivo, e pelo contrário o trabalho que tinha sido preparado pela direção de Bruno de Carvalho foi simplesmente “deitado ao lixo” sem que se conheça, nestes quase 3 anos, que plano alternativo está a ser alinhavado para garantir a sustentabilidade do Clube e da SAD, dentro do modelo atual, e em cumprimento com o que foi prometido no programa eleitoral de Frederico Varandas.

Pior do que nada estar a ser feito para nos salvaguardarmos do cenário de perda da maioria, é haver quem continue a querer trilhar esse caminho da venda da SAD de uma forma convicta, como é o caso do ex-presidente José Roquette, que veio de novo à baila com este tema. Esta aparição surge após, outro ex-presidente, Filipe Soares Franco, ter feito prova de vida. Estas aparições acontecem num momento em que o sucesso da equipa de futebol pode anestesiar os Sócios para os assuntos internos do Clube, assim como o tempo que passou pode diluir na memória o quão nefastos foram os resultados destes, ao nível do património do Clube, ao nível financeiro, ao nível do decréscimo de Sócios, que se refletiu na vertente desportiva… em suma na sustentabilidade no médio e longo prazo do nosso Clube.

São um velho capítulo com as falácias de sempre, repetidas à exaustão pelos mesmos de sempre, em que quem as debita acha que o insucesso do seu “projeto” não foi porque estava errado sobre o que é um Clube como o Sporting, mas sim porque sempre achou “inevitável a entrada de investidores para que se pudesse ser competitivo”.

Sem se aperceber, apenas assumiu que se deu como incompetentes para gerir um Clube como o Sporting, pois acha que um “investidor” fará mais do que ele próprio fez, mas ao mesmo tempo não quer permitir que alguém de fora do seu “círculo” possa ter veleidades a demonstrar na prática que o consegue.

Mas a história já desmentiu estes “apologistas da venda da SAD” e mostrou que não é vendendo património, mas sim construindo um pavilhão, nem fechando modalidades, mas sim canalizando as quotas para as mesmas, nem ostracizando Sócios e Adeptos, mas sim fazendo campanhas de angariação dos mesmos que se engrandece uma instituição.

Quem se recusa a ver as evidências só o pode fazer para atingir aquele que sempre pareceu ser o objetivo final: transformar os Sócios e Adeptos em clientes sem direitos no “seu” clube-empresa, e fazer destes meros compradores de merchandising e pagadores de bilhetes.

Paradoxalmente esta visão vai na direção contrária do que as empresas desejam hoje em dia. As empresas não querem meros clientes, querem fãs que se revejam na sua atividade e nos valores da empresa, que participem e que ajudem a criar novos produtos e serviços. No fundo o que as empresas gostariam era de ter Sócios e Adeptos, tão fidelizados e com tanta relação como só um Clube como o Sporting consegue.

Só mentalidades ultrapassadas pelos tempos insistem no erro que já cometeram no passado. Só mentalidades arejadas e atentas são capazes de olhar para trás e analisar os erros e apontar alternativas. A Torcida Verde fê-lo com uma excelente análise AQUI, demonstrando que, enquanto houver Sócios atentos, a venda do futebol e da SAD não passará.

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