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NA ROTA CERTA
Sabemos que é de jogo em jogo. Mas, a cada três novos pontos ganhos, o coração do Sportinguista enche-se de esperança. Deixem-nos sonhar.
21 Fev 2021, 12:00

O dia de ontem, como todos sabemos, foi marcado por um imenso temporal no nosso país. Antes da partida do Sporting, às 20h30, já se sabia que seria mais um jogo no qual as condições poderiam não ser as melhores, fruto de circunstâncias totalmente alheias aos intervenientes.

O relvado, ainda que pesado, portou-se muito bem durante grande parte do espetáculo, permitindo aos leões fazer mais uma atuação segura e sem percalços. Num jogo de sentido único, foram poucas as vezes que a equipa do Portimonense conseguiu incomodar uma intransponível defesa leonina. Faça-se, aliás, especial menção a este último ponto: o setor mais recuado da nossa equipa concedeu, ao longo de vinte jogos no campeonato, apenas dez tentos aos seus adversários. A linha defensiva a três funciona na perfeição, com Coates mais ao centro, a “gerir as operações”. Ademais, Feddal vem provando ser uma aposta sólida e de garantias à equipa, enquanto o jovem Gonçalo Inácio desponta, com exibições de grande solidez. É notório, ainda, o papel relevante que os centrais mais descaídos para o lado têm na construção de jogo. Sempre que a equipa coloca mais homens no meio-campo adversário, Feddal e Gonçalo Inácio instalam-se também nesta zona do terreno, transportando a bola, permitindo maior projeção na ala a Nuno Mendes e Porro. Com isto, toda a linha ofensiva do Sporting se torna mais versátil, arrasta marcações e aumenta opções, seja em jogo interior, ou em profundidade no terreno.

Ontem, um dos jogadores que dão “corpo” a esta solidez defensiva, abriu o marcador para o Sporting. Num golo com alguma sorte à mistura, mas inteiramente merecido, Feddal aproveitou na perfeição um desvio de cabeça de Coates para marcar o primeiro da partida. Seguiu-se o golo de Nuno Santos e o jogo ficou, desde então, resolvido. Os leões geriram a partida de forma muito madura e confortável, sem que os jogadores em risco de exclusão para o Dragão ficassem demasiado expostos.

Assim, parte do objetivo de Fevereiro está concluído: o Sporting chega ao Dragão sem derrotas e com uma vantagem pontual muito alargada para o rival, que ainda não jogou nesta jornada. Conforme disse no artigo da semana passada, este mês de Fevereiro é muito importante para as nossas aspirações ao título e, até ao momento, o plano tem sido cumprido na perfeição. Caso o desfecho para a semana que vem seja positivo para nós, o título é um cenário que começa a ter de ser encarado, ainda que Rúben Amorim não descure o discurso mais cauteloso. E todos sabemos o porquê. A equipa é jovem, o trauma de 2015/2016 foi muito sentido em Alvalade e há sempre jogadas de bastidores. No entanto, esta equipa tem garra, fome de golo e de vitória. Tem um espírito que, muito honestamente, eu não me recordo de ver no Sporting CP. E tudo isto é fruto de muito trabalho, de uma vontade muito grande de colocar este clube novamente no topo e, ainda, de um treinador agregador, que tem o plantel do seu lado. Os índices motivacionais são altos, tanto para os intervenientes como para nós, sócios. Sabemos que é de jogo em jogo. Mas, a cada três novos pontos ganhos, o coração do Sportinguista enche-se de esperança. Deixem-nos sonhar.

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