Decorreram mais de dois meses desde o último jogo de futebol em Portugal, e, se tudo como se prevê regressar no próximo dia 30 de maio, significa que foram quase 3 meses sem qualquer jogo oficial no nosso país. Não chegam a 3 meses, mas estamos todos certamente convencidos que nada será igual. Existirá um antes e um depois.
Poderia debruçar-me sobre o que irá mudar nas regras do jogo, nas transferências, nos dirigentes e entidades envolvidas no mundo do futebol, mas importa avaliar o todo e não a parte. O futebol, se já estava entregue a uma dezena de clubes com potencial financeiro para dominar nos próximos anos, mais ficará entregue a esses clubes que irão esmagar e criar um fosso entre todos os outros.
Não é de estranhar que cada vez mais se fale na venda das SAD’s dos grandes clubes em Portugal. Terá de ser esse o caminho para que se volte a colocar o nosso Sporting no topo das melhores equipas do mundo? É certo que a oportunidade existe pois acredito que é nas adversidades que podemos olhar para a situação como uma oportunidade e não como uma fatalidade.
Li o recente artigo de mais um grande Sportinguista Tomás Froes e fiquei convencido que não existe outra alternativa. Sempre fomos um clube pioneiro e há muitos anos que o deixámos de ser. Coincidência ou não, o certo é que quando deixámos de o ser, também deixámos de ser campeões. A última grande mudança na gestão do nosso clube aconteceu na denominada era José Roquette e, quer queiramos ou não, nos primeiros 4 anos, fomos 2 vezes campeões. Se nos países onde está o poder económico os clubes que querem ser campeões da europa precisam de um acionista, em Portugal certamente não existirá outra solução.
E é aqui que teremos de ser arrojados e corajosos. Ficarmos agarrados ao associativismo numa indústria com a dimensão do futebol, é sermos redutores e não olharmos para o futuro sem medo. Clubes como o Liverpool, PSG, Man. United, etc. não deixaram de ter os seus adeptos e o seu amor ao clube. Antes pelo contrário. Usando como exemplo o Liverpool que está há mais anos do que nós sem ser campeão, é neste momento um dos clubes, senão mesmo o clube, que mais fãs tem no mundo inteiro. Criou uma equipa de sonho e até nós seguimos os seus jogos.
Sei que esta decisão tem de passar pelos sócios, mas somos certamente dos 3 grandes o que tem mais potencial e melhores condições para seguir este caminho. Primeiro porque somos o que temos menos a perder pois temos uma equipa claramente inferior aos dois rivais. Segundo, porque nada ganhamos e pior é impossível. E por último, temos os adeptos mais fiéis do mundo. Apelo á atual direção que avalie esta possibilidade, se é que já não está a avaliar.
Acredito que é este o momento certo para lançarmos este desafio a todos os Sportinguistas. Que se encontre um ou mais investidor (não será fácil pois o mercado nacional é muito pouco apelativo), e que se proponha esta solução. Com rigor, transparência e rodeado dos melhores profissionais, de modo a levar o nosso Sporting CP para o topo do futebol mundial. Caso os sócios não queiram esta solução (há que respeitar a decisão da maioria) então que se aposte 100% na formação (não vendam por exemplo o Palhinha mas sim o Bagtaglia). Mas aí os que escolherem esta opção não se enganem, e não peçam o título e a liga dos campeões. Que assumam que deixaremos de ser um dos 3 grandes de Portugal….
Paulo Silva
Esse é o plano que vários têm tentado levar avante. Baixar suficientemente o valor do clube para o poderem vender a alguém e baixar a moral dos sócios para que eles deixem passar tal opção. Chato do Bruno de Carvalho que ia estragando tudo. Agora dizem que "é o momento". Percebo. É tentar vender o quanto antes, não consiga o Homem voltar a assumir o Clube, tornar o Sporting novamente forte.
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