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REGRESSA O FUTEBOL, MAS FALTAM OS ADEPTOS
O Futebol existe para que o possamos comemorar e viver juntos e, se assim não for, se me disserem que estou enganada, então andei a vida inteira a pensar uma coisa quando na realidade era outra.
17 Mai 2020, 09:00

O futebol regressou, ou por outra, a Bundesliga voltou e por muito que se queira fugir às palavras é importante dizer: É estranho.

É estranho porque, em termos de futebol propriamente dito, falta ritmo aos jogadores. Por muito treino que exista em casa, treinar em conjunto é diferente e a exigência é outra. É estranho, porque parece que todos eles têm receio, é estranho porque ainda fica difícil habituarmos-nos a esta realidade de ter futebol sem adeptos.

O futebol vive de e para os adeptos e ouvir o eco de um pontapé na bola num estádio com 50 ou 60 mil lugares vazios, dói. É daqueles silêncios estranhos, incomodativos, esquisitos e que nos faz muita confusão. É aquele silêncio que queremos calar com os cânticos das claques, com o bater das palmas das bancadas centrais, com os festejos de um golo na garganta de cada um daqueles que enverga um cachecol ao pescoço.

Mais do que o jogo sem aquele barulho de fundo, mais do que perceber o receio do toque nos livres, nos lances de bola parada, o que é mais estranho agora é o comemorar de um golo. Não há abraços, não há gritos, não há danças, não há palmas. É um golo, mas é como se fosse apenas mais um momento de um jogo.

Falta a emoção, falta o barulho de fundo das bancadas, faltam as rezas aos deuses do futebol, falta aquilo que mais dá vida e sentido a isto tudo: os adeptos.

Pergunto-me durante quanto tempo isto andará assim, pergunto-me quando poderemos todos voltar a entrar num estádio de futebol, a estar naquelas filas intermináveis (porque, acreditem, até disso tenho saudades), a podermos ver os jogadores de perto, a podermos voltar aos lugares da nossa Gamebox, a voltarmos a estar todos juntos nas roulotes, no Alvaláxia ou até no Pavilhão. Custa-me acreditar que isso pode nunca mais acontecer. Nem para nós, nem para mais ninguém.

Um estádio tem 50 mil lugares é para estarem 45 mil pessoas, não para estarem 25 mil e com uma distância de segurança entre eles. O Futebol existe para que o possamos comemorar e viver juntos e, se assim não for, se me disserem que estou enganada, então andei a vida inteira a pensar uma coisa quando na realidade era outra.

Toda a gente ouve que o futebol é cada vez mais um negócio e menos um desporto, mas para mim, e tal como disse o Eduardo Galeano, “O Futebol é a única religião no Mundo que não tem Ateus”, e temos todos tantas saudades de ir à missa.

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