A entrevista de Frederico Varandas causou bastante burburinho entre os adeptos do Sporting. O nosso jornal pegou nas principais declarações do líder leonino e verificou se as mesmas correspondem à verdade.
“Caminhamos para ter cada vez menos dependência da venda de jogadores” – Verdade
“O Sporting não tinha de vender o Matheus Nunes. Tinha de fazer determinadas vendas de jogadores. Vendemos o Matheus como vendemos o Nuno Mendes, como há dois anos o Bruno Fernandes, Acuña, Wendel e no ano seguinte fomos campeões. Caminhamos para ter cada vez menos dependência da venda de jogadores”.
A afirmação de Frederico Varandas é, factualmente, verdadeira. No exercício da Sporting SAD findo a 30 de junho de 2022, os leões registaram os melhores resultados operacionais de sempre (12 milhões de euros), o que não inclui vendas de jogadores.
Até então, nesta rubrica, o melhor resultado da Sporting SAD nos últimos anos era de junho de 2015, tendo registado 6,3 milhões de euros positivos. Em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 (pico negativo) e 2021, estes resultados foram sempre negativos. De 2020 para 2021, a tendência inverteu-se, sendo que, no ano passado, o resultado ainda foi negativo, mas o pendor passou a ser crescente.
Nas receitas operacionais, estão incluídos valores oriundos da participação na Liga dos Campeões, bilhética, merchandising
“Tivemos de reduzir os custos” – Verdade, mas
“A primeira metade do mandato serviu para fazer uma otimização. Tivemos de reduzir os custos. De forma curta, mas tivemos de o fazer. Tínhamos uma estrutura pesadíssima”.
Esta afirmação de Frederico Varandas é verdadeira, mas com algumas reticências. No que diz respeito aos gastos com pessoal, entre junho de 2018 (73,8 milhões) e junho de 2020 (60,5 milhões), a Sporting SAD diminui, factualmente, os custos.
Contudo, de junho de 2020 para a frente, os custos voltaram a aumentar. No fim do exercício 2021/22, os gastos com o pessoal subiram para 67,1 milhões. Contas feitas, entre 2018 e 2022, houve uma diminuição de 6,7 milhões.
- Junho de 2018 – 73,8 milhões
- Junho de 2019 – 68,9 milhões
- Junho de 2020 – 60,5 milhões
- Junho de 2021 – 62 milhões
- Junho de 2022 – 67,1 milhões
“Em 2018, os nossos ativos não valiam assim tanto” – Falso
Olhando para o plantel das temporadas 2017/18 e 2018/19, e tendo em conta apenas os principais negócios feitos pela atual Direção com jogadores que já estavam no Sporting, os leões faturaram um total de 275,4 milhões.
Assim sendo, não é verdade que, em 2018, o Sporting não tivesse ativos valiosos, com destaque para Bruno Fernandes (vendido por 63 milhões), Nuno Mendes (45), Gelson Martins (22,5), Raphinha (21), João Palhinha (20), Wendel (20) ou Rui Patrício (18).
Dos 20 negócios da lista abaixo, nove são de atletas comprados antes da chegada de Frederico Varandas, 11 são de jogadores da formação, sendo que três são de acordos na sequência da invasão à Academia (Gelson Martins, Rui Patrício e Daniel Podence).
- Bruno Fernandes: 63 milhões
- Nuno Mendes – 45 milhões (formação)
- Gelson Martins: 22,5 milhões (acordo com o Atlético de Madrid)
- Raphinha – 21 milhões
- João Palhinha: 20 milhões (formação)
- Wendel: 20 milhões
- Patrício: 18 milhões (Acordo com o Wolverhampton)
- Marcos Acuña: 12 milhões
- Thierry Correia – 12 milhões (formação)
- Matheus Pereira: 9,5 milhões (formação)
- Bas Dost: 7 milhões
- Daniel Podence: 7 milhões (Acordo com o Olympiacos)
- Luís Maximiano – 5,5 milhões (formação)
- Domingos Duarte – 3,5 milhões (formação)
- Jonathan Silva: 3 milhões
- Josip Misic: 2 milhões
- Iuri Medeiros: 2 milhões (formação)
- Stefan Ristovski – 1 milhão
- Carlos Mané – 1 milhão (formação)
- Gelson Dala – 375 mil euros
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Fotografia de Sporting