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A ÉPOCA EM REVISTA
Perceber o que o Sporting teve de passar para alcançar a glória é, realmente, estrondoso.
28 Mai 2021, 12:16

Agora que as competições nacionais para a época 2020/2021 chegaram ao fim (ainda falta disputar a Supertaça, mas isso são outros quinhentos) é altura de fazer um balanço daquilo que foi uma época de sonho.

E não foi apenas de sonho no que em resultados desportivos diz respeito, foi também por ter envolvido muitas batalhas fora dos campos, que foram ultrapassadas com muito esforço, foi porque se soube desviar e/ou enfrentar todos os ataques sofridos (e que ainda têm algum eco) e porque no universo sportinguista houve um entendimento de que havia que cerrar fileiras em torno do Sporting e, no final, todo o esforço deu excelentes frutos.

Costuma dizer-se que tudo o que é conquistado com esforço, tem um sabor ainda melhor e é verdade. Aquilo que o Sporting teve de ultrapassar não foi fácil e ainda tem eco de repercussões.

Passando a época em revista, o Sporting, além das competições (em todas as modalidades) com que teve de se preocupar, teve ainda de lidar com:

  • Guerras internas (infelizmente, nem sempre se consegue ser os melhores amigos uns dos outros, mas, desde que haja vontade das partes em dialogar, de forma franca e aberta, em vez de incentivar ao conflito e desavença, tudo pode ser ultrapassado, em prol do interesse superior que é o Clube);
  • Batalhas judiciais (caso Palhinha, nunca antes visto no futebol português e que demonstra as fragilidades do sistema quando se mudam as vontades);
  • Acusações inéditas (caso Amorim, onde se acusa o treinador e o Sporting de uma fraude que por todos era conhecida);
  • Ataques dos rivais (o mais normal no meio de tudo o que se passou, mas ainda com certos requintes de novidade);
  • Tudo fruto da estrelinha (como se a sorte fosse responsável por um campeonato que se faz apenas com uma derrota, que já nem significava para nada…);
  • Acusações por festejar (com o Sporting a ter o dedo apontado por um potencial perigo de aumento de casos de covid-19, pelos festejos no campeonato. Como se fosse possível conter 19 anos de emoção e espontaneidade – há pessoas que se esquecem que é disso que o futebol é feito);
  • Ataques a adeptos por esses mesmos festejos (quantas foram as imagens não só do cortejo do autocarro, mas de todas as vezes em que os adeptos saíram para a rua para acompanhar e apoiar a equipa na recta final e constatou-se agressões completamente injustificadas e gratuitas por parte das autoridades policiais).

Mas o mais incrível é que findou a época desportiva – com chave de ouro com as vitórias no hóquei e no futsal – mas não findou a polémica, pois continua a falar-se dos festejos (quase um mês depois e mesmo após o Governo afastar qualquer relação entre o aumento de casos e o evento em causa), continua a falar-se do Amorim e do Palhinha e, agora, até uma situação com o Pote, enquanto ele estava no Famalicão, serve para manter a polémica à tona.

É bom não esquecer é que dois dos visados – Palhinha e Pote – estão agora ao serviço da selecção nacional (como não poderia deixar de ser, como consequência da excelente época que fizeram) e criar casos com estes atletas é agora criar polémica com todos e não só com quem é afecto ao Sporting.

Perceber o que o Sporting teve de passar para alcançar a glória é, realmente, estrondoso e dá ainda mais valor ao que uma equipa jovem e que, no início do campeonato, tinha apenas 3% de probabilidade de ser campeão nacional para as melhores casas de apostas, fez.

Não está ao alcance de todos, é só para quem pode, para quem trabalha muito para isso e para quem demonstra mais vontade e se essa é a estrelinha de que tanto se falou, então que para o ano essa “sorte” continue a acompanhar o Sporting e que dê tantas ou mais alegrias do que deu este ano.

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