Ainda que não tenhamos qualquer modalidade ou qualquer jogo de futebol a decorrer , pelo menos para já, a chuva de ideias que têm surgido nesta altura de pandemia tem dado pano para mangas.

Entre comunicados com ideias que depois se vai ver que não podem andar para a frente, passando por entrevistas dadas com respostas que não lembram a ninguém, terminando com rescisões contratuais, têm existido temas que nunca mais acabam.

Se por um lado tudo isto vem mostrar que, pelo menos na vertente teórica, a ideia de que o trabalho está a ser feito está lá, por outro lado, vem mostrar aquilo que já toda a gente sabia… nada. As ideias que têm surgido na cabeça de toda a gente , têm-me surpreendido, principalmente pela negativa. A eterna história de que “vender a SAD é a única salvação” tira-me do sério.

O Sporting tem 113 anos de história e a bem ou a mal, sempre foi um clube que fez valer a vontade da maioria (ou da maioria que tem mais votos se quisermos falar em bom português). Sempre tivemos problemas financeiros, sempre tivemos os “velhos do restelo”, a malta das centrais, ou os “senhores dos 20 votos”, sempre, e entre as eternas discussões de quem sabe “o que é o melhor para o Sporting” sempre prevaleceu a ideia de que o clube é dos sócios.

O Sporting é feito de quem o vive, quem o respira, de quem vai aos Estádio e aos pavilhões, de quem tem um amor a uma instituição, de quem anda de um lado para o outro para dar apoio e de quem o ama incondicionalmente. Ter uma ideia “milagrosa” de colocar isto tudo nas mãos de outros, da mão de um dono que pode pôr e dispor de tudo sem dar um pingo de justificação é algo que me custa muito acreditar.

Como é que alguem no seu perfeito juízo, que diz amar o Sporting pode achar que esta é a única solução?

“Ah mas na Premier League isto funciona “, claro que na Premier League funciona, estamos a falar da Melhor Liga de Futebol do Mundo. O contexto que se vive no futebol inglês é completamente diferente daquele que se vive em Portugal, principalmemte em termos de competência. Nós não somos Inglaterra, eles não sabem o que é poder escolher quem manda, quem escolhe, mas no dia em que souberem, não vão querer outra coisa.

A mim, enquanto eu tiver oportunidade, e a liberdade, de escolha, ninguém me vai tirar isso. Mesmo que não exista um único candidato que me agrade nas próximas eleições, mesmo que se façam 50 Assembleias Gerais onde ninguém se entende: eu sou sócia, eu pago as minhas quotas do meu próprio bolso e  a escolha ainda é minha, e de todos os outros, mesmo que queiram que não seja.