O que se passou no fim de semana passado em Famalicão era algo que já se adivinhava. Um Sporting em primeiro lugar incomoda muita gente, mas um Sporting em primeiro lugar e a jogar bem, incomoda ainda muito mais.

Sei que nesse jogo se falhou um penalty, mas não posso sequer dizer que tivemos culpa própria por não ganhar o jogo, porque, na verdade, o Sporting ganhou o jogo com um golo limpo, que foi propositadamente mal invalidado. A falta de vergonha não tem limites.

Estamos em dezembro e nada melhor que “o sistema” atuar nesta altura, pois podem sempre dizer que a culpa é do complexo que o Sporting tem com o Natal, e nunca há a procura dos verdadeiros responsáveis que prejudicam o Sporting.

Nós somos mais de três milhões de sportinguistas em Portugal e já não vamos em cantigas de Natal, que só nos querem embalar para não nos revoltarmos e indignarmos com a normalidade que querem instituir no futebol português, de o Sporting ser sistematicamente prejudicado e não se poder queixar.

Para nosso espanto, pouco depois do jogo em Famalicão terminar, já havia notícias de que o Conselho de Arbitragem tinha reunido e considerava que foi acertada a decisão do VAR e do árbitro Luís Godinho ao anular o golo de Coates. É assim sempre em todos os jogos? Será que de futuro vai ser sempre assim? Ou já se sabia que ia haver polémica em Famalicão e era importante reagir rápido? O Conselho de Arbitragem devia começar por esclarecer esta dúvida.

O Conselho de Arbitragem não esclareceu ainda, mas já sabemos que é solidário com a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol que fez uma participação ao Conselho de Disciplina da FPF expondo as declarações de várias pessoas ligadas ao Sporting.

Será que já se esqueceram da vergonha que fizeram ao Sporting em 2011? Exigiram que o Sporting pedisse desculpas publicamente por o presidente de então lhe ter chamado incompetentes. Até greve aos jogos do Sporting fizeram.

A falta de vergonha vai para além dos limites do razoável, quando todos ouvimos e vemos durante anos a fio declarações de dirigentes de outros clubes, bem mais duras do que as dos dirigentes do Sporting fazem, e estas entidades já não têm coragem para tomar posições de força e, muitas das vezes, até se furtam a comentar.

Não devíamos todos ser esclarecidos sobre as razões destes duplos comportamentos?

Não são os clubes todos iguais para o CA e APAF?

Que poder têm junto do CA e da APAF esses clubes que podem criticar, que o Sporting não tem?

Será que há algumas razões contratuais por detrás destes duplos comportamentos?

Seriam muitas as perguntas a fazer, mas sei que não vamos ter respostas. Será mais fácil para os nossos adversários e, para todos aqueles que sistematicamente nos prejudicam, dizer que a culpa é do Natal.

O Natal existe quando o homem quer, e o Natal do Sporting não deixa de ser diferente.

Nós sportinguistas somos muitos, e cada vez seremos mais, a lutar de forma árdua, silenciosa e inteligente para repor a verdade no futebol português.