

Obra emblemática do movimento surrealista da autoria do pintor espanhol Salvador Dali a pintura “A persistência da Memória” (1931) retrata a dimensão fugídia do tempo e a ambiguidade presente entre a perceção da realidade e a casualidade e inexplicabilidade da memória.
Parte fundamental de qualquer ser vivo ou instituição coletiva a memória pode ser caracterizada como a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar a informação necessária para a construção da identidade desse organismo individual ou coletivo.
A grandeza de uma grande instituição como o Sporting Clube de Portugal, Hoje e Sempre, depende da capacidade de preservar a memória dos seus acontecimento, figuras e símbolos reforçando, com esse processo, a sua identidade e lançado as bases para o futuro.
Uma série de episódios recentes da vida leonina demonstram que a memória não tem sido devidamente salvaguardada pelos atuais órgãos sociais do Sporting! O “apagamento” mediático de acontecimentos importantes da história recente do Sporting como as datas comemorativas da inauguração do Pavilhão João Rocha ou do lançamento da Sporting TV bem como o desaparecimento da Gala Sporting do calendário de eventos oficiais leoninos vêm demonstrar a tentativa, deliberada ou não, de procurar reescrever a história do Sporting de acordo com uma determinada narrativa oficial! Tal atitude, além de não ser própria de instituições democráticas, revela tão somente complexos de inferioridade com a história recente do clube contribuindo para um clima nefasto de desunião interna contrário aos supremos interesses do Sporting Clube de Portugal!
A história de qualquer organização ou instituição coletiva é feita das memórias dos seus maiores feitos individuais e coletivos bem como das figuras que se notabilizaram no capítulo desportivo. Neste domínio, algumas glórias leoninas (Carlos Lopes, Vítor Damas, etc) não terão sido devidamente tratadas com a dignidade que merecem não só pelo seu contributo para a história do Sporting como pelo seu papel cimeiro no desporto nacional. Um clube que não preserva a memória daqueles que o engrandeceram muito dificilmente terá um futuro radioso!
Uma notícia recente dava conta da inclusão do Museu Sporting na Rede Portuguesa de Museus! Excelente notícia que demonstra o bom trabalho da atual equipa técnica que gere esta importante instituição cultural leonina e um bom exemplo a reter pelos órgãos sociais do clube na valorização da história leonina!
Urge que os atuais dirigentes leoninos se capacitem que os lugares de poder são transitórios e efémeros ficando para a posteridade somente as memórias de todos “aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando” nas sábias palavras de Luís Vaz de Camões na epopeia “Os Lusíadas”!
Jorge Gustavo Lopes
Sócio n.º 9115-0













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