Infelizmente, na passada sexta-feira, aconteceu o que não queríamos. A primeira derrota para o campeonato. E o jogo, da maneira como começou, não permitia antever este desfecho. Palhinha, aos 10 minutos, deu vantagem num bom remate de fora da área. A fortaleza defensiva, que tem sido imagem de marca da equipa de Amorim, ausente dos Açores devido a COVID, começou a desmoronar-se quando Jean Patrick apareceu nas costas de Esgaio a fazer o empate. (Uma nota de desagrado perante o que foi feito no Instagram de Esgaio. O “onde vai um, vão todos” tem de ser válido sempre e não podemos entrar na lógica dos “patinhos feios”, pois não foi apenas Esgaio a estar em sub-rendimento). No início da segunda parte, tudo parecia correr pela normalidade quando Sarabia, aos 49 minutos, coloca o Sporting a vencer, num bom golo do espanhol. Surpreendentemente, o Sporting deixa-se empatar no minuto seguinte, num momento de displicência coletiva, nada habitual. E aqui o jogo ficou perigoso, com uma equipa desconcentrada que, ao minuto 77, sofre o 3-2 em contrataque, não tendo calma, nem capacidade, para inverter o rumo dos acontecimentos, até ao fim.
Há ilações a tirar desta jornada, onde o Porto foi “levado ao colo” no Estoril e o Benfica teve as “ajudas do costume” frente ao Paços. Tal como afirmei em momento oportuno, o plantel do Sporting é curto face aos demais concorrentes, faltando soluções credíveis para virar jogos. Sendo bom estar em quatro frentes, é também um risco pois, sem plantel que compense jogadores castigados, lesionados, “covidados” ou em baixo de forma, como se viu nos Açores, pode-se tornar numa “armadilha”. Relembro que o Porto não vai estar, mais uma vez, na final four da Taça da Liga, focando-se em ganhar avanço no campeonato. O Benfica, estando fora da Taça de Portugal, também não terá compromissos em meados de março, referentes às duas mãos da meia final da Taça de Portugal. Se o Sporting vencer o Leça para a Taça de Portugal, amanhã, confirma esses dois jogos em março. Torna-se, pois, urgente a chegada de reforços que incrementem qualidade e permitam opções tanto na defesa, como sobretudo no ataque, para conseguir mudar jogos, a partir do banco. Hoje é dia 10 de janeiro e, como apontei em anteriores artigos, os reforços já cá deviam estar desde dia 1, à semelhança do que Jorge Jesus exigiu na época 15/16. Espero que os sinais de alarme tenham tocado em Alvalade e que staff e dirigentes consigam evitar a “armadilha” supracitada.
A semana passada, a Mesa da Assembleia Geral marcou para dia 5 de março as eleições no Sporting (1). Como disse atrás, março será um mês decisivo para várias competições no futebol do Sporting. Havendo a perspetiva de ser uma eleição disputada por três candidatos, continuo a refletir se, no contexto do futebol moderno, se faz sentido obrigar os sócios, dirigentes e comunicação social, a tirar o foco das competições para as questões eleitorais. E é algo que acontece, quer se tenha consciência ou não, onde as divergências, naturais, de opinião muitas extravasam e tomam proporções pouca dignas entre Sportinguistas. Continuo a pensar que o melhor momento para eleições deveria ser no último trimestre, mas estes são os Estatutos que temos, mesmo que, para a decisão da época, as eleições se possam, também elas, se transformarem numa armadilha para os Leões…
Diretor Leonino
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