Nota Prévia:
Nesta narrativa, não irei fazer juízos de valor sobre o trabalho do Ex- Presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, mas sim sobre o cidadão Bruno de Carvalho.
Irei fazê-lo, para que mais ninguém, independentemente do cargo que ocupa, seja vilipendiado na sua honra, no seu bom nome, e seja protegido enquanto cidadão num estado democrático.
Uma nota sucinta e clara: nunca foi feito este linchamento na nossa sociedade, a ninguém, fossem pedófilos, serial killers ou qualquer outro padrão criminoso igualmente desprezível.
O acontecimento que despoletou esse linchamento, foi o pior capítulo da grandiosa história do Sporting Clube de Portugal, contudo apelidar como um caso de terrorismo, é simplesmente inarrável e incompreensível.
Conjugar esta melindrosa palavra, que se traduz em inúmeras vítimas mortais, com o que se passou em Alcochete, é altamente irresponsável e desrespeitoso para as vítimas de terrorismo e respetivos familiares.
Incompreensível também é saber que um cidadão, agora retirado de autor moral pelo crime que havia sido acusado, foi num domingo à noite, detido, em frente à sua família, acontecimento esse que nunca mais será esquecido e apagado, deixa-me e devia deixar-nos a todos; perplexos – e só por o caso ter essa denominação “terrorista”, foi possível esta situação calabrosa ter sucedido.
Incompreensível também assistir durante dois meses consecutivos, programas sucessivos de linchamento ao cidadão, e tivesse de alguma forma ficado com a sensação, que este assassinato político ao caráter de alguma forma tenha pressionado a justiça, que é e terá de ser sempre o pilar da democracia.
Foram feitos comentários irresponsáveis não sobre o seu mandato, mas sim sobre a sua conduta pessoal, por uma mão cheia de opinadores, e também por altos membros do nosso estado, eleitos para nos representarem.
Em palavras nuas e cruas; uma vida foi destruída, terá a sua imagem para todo o sempre chamuscada.
Incompreensível também, que depois de dois meses non-stop, onde as televisões e jornais, destruíram a imagem de um cidadão, que agora, depois do ministério público ter pedido a sua absolvição, não haja mais do que uma notícia de rodapé, rápida e fugaz! É tremendamente imoral!
Repito, o que rege um estado de direito; a nossa democracia, a nossa liberdade são espelhadas nas opiniões plurais e no trabalho da nossa comunicação social que se quer livre e independente, e por fim os nossos tribunais e a nossa justiça!
Acontece, que essa liberdade, muitas vezes é suplantada pelas audiências, e é aqui que começam as entropias.
Seria de bom tom, a publicidade ao facto de o ministério público, ter pedido a absolvição deste cidadão, fosse no mesmo teor e exaustão, que foram feitos os linchamentos.
Seria de bom tom, que os altos responsáveis aqueles que nos governam, tivessem a rapidez que tiveram na hora de sentenciar, agora na hora do pedido de absolvição do Ministério Público.
Seria de bom tom, que integrem novamente o cidadão como sócio do Sporting, visto que neste momento, não existe nada a assinalar para a continuação da manutenção da expulsão.
Que sirva de exemplo, e que a nossa comunicação social, a nossa democracia e a nossa justiça trabalhem em prol de todos nós, e não em prol de audiências e de interesses.
A justiça é o nosso pilar, a nossa segurança enquanto cidadãos.
Miguel Costa
Excelente artigo. Comungo plenamente desta opinião. O meu maior desgosto é ver comentadores afetos ao SCP, todos os dias, nas TVs, como naqueles lixos CMTV e TVI, e não haver uma palavra a lembrar estes processos e as patifarias, destes e dos outros canais, sobre o cidadão Bruno de Carvalho. O mesmo não aconteceria. de certeza, no nosso clube rival, dado que haveria uma cartilha, até à exaustão, sobre este assunto. Ou não seria necessário, pois estas TVs teriam outro comportamento, para aquele clube. Só se fosso o New York Times….
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.