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INCOMPREENSÍVEL
Desde o final do ano passado que tenho alertado nas minhas crónicas para o apertar de um cerco ao nosso clube, à medida que a possibilidade de um título que campeão nacional se vai tornando real.
Imagem de destaque31 Jan 2021, 12:00

Numa altura em que a primeira volta do campeonato se aproxima do seu término, o Sporting CP tem conseguido manter a liderança no campeonato português, de forma inequívoca e meritória. O jogo com o Boavista foi mais um excelente exemplo disso mesmo, numa partida que esteve sempre totalmente controlada pelos leões. A cereja no topo do bolo foi, de facto, o fenomenal e inesperado golo de Pedro Porro, num magnifico remate. O lateral-direito emprestado pelo Manchester City justifica, cada vez mais, que o Sporting coloque os 8,5 milhões de euros na conta do clube inglês.

No entanto, nem tudo são rosas no reino do leão. Sabíamos, à partida, que Coates, Neto, Palhinha e Nuno Santos estavam em risco de exclusão para o confronto com o Benfica, caso vissem amarelo no encontro da semana passada. Ruben Amorim geriu a situação com critério, bem como os seus jogadores, que foram inteligentes o suficiente para ir a jogo sem levantar quaisquer questões passíveis de amostragem de um quinto cartão amarelo. Ainda assim, o impensável aconteceu. Uma vez mais, o tal sistema de que tanto se fala, funcionou. Primeiro com um cartão amarelo absurdo e injustificado a João Palhinha, que nada fez para o merecer. Estas decisões mexem com a estabilidade emocional de uma pessoa e de um grupo de atletas, tal como se viu pela reação do injustiçado jogador da cantera leonina no final do jogo. De seguida, vem o filme que já todos conhecemos. O Sporting CP manifesta-se, marca uma posição contra aquilo que foi uma injustiça aos olhos de todos, e a comunicação social faz correr tinta e manchetes de jornais, até que saia algum tipo de decisão final. Por momentos, quando surge a narrativa do arrependimento de Fábio Veríssimo, acredito que a maioria dos Sportinguistas tenha tido algum tipo de esperança quanto à despenalização de João Palhinha. Pois bem, estávamos todos iludidos. Foi apenas mais um “take” de um filme muito bem montado, mas que, no final, tem o mesmo desfecho de todos os outros: A decisão oficial é, mesmo quando confrontados com os factos, que o médio-defensivo não poderá ir a jogo com o Benfica amanhã. Desde o final do ano passado que tenho alertado nas minhas crónicas semanais, sucessivamente, para o apertar de um cerco ao nosso clube, à medida que a possibilidade de um título que campeão nacional se vai tornando mais e mais real. Este é só mais um episódio dos muitos que continuarão a acontecer ao longo desta época, e que já aconteceram em tantas outras.

Ainda não é desta que existe, realmente, coragem por parte das instituições que tutelam o futebol em Portugal. João Palhinha não merece ficar arredado de um jogo destes e o grupo não merece que um dos seus mais importantes jogadores seja colocado de parte, fruto de tamanha injustiça. Há algumas semana sugeri que os jogadores se lembrassem das palavras de desdém ao Sporting, numa flash interview, por parte de Jorge Jesus. Acrescentem também esta injustiça e levem-na convosco. Que tudo aquilo que têm feito para tentar derrubar a nossa liderança seja em vão e que a resposta amanhã, dentro de campo, vá de encontro ao enorme espírito de grupo e sacrifício que se tem verificado ao longo deste ano.

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