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LIDERANÇA
Mas num futuro em que exista um acto eleitoral é fundamental que quem sonha ser candidato se assuma. E que todos o possam fazer. Em liberdade para que nós, sócios, tenhamos o direito a escolher.
Imagem de destaque19 Mai 2020, 09:00

Tenho lido muitos artigos sobre liderança e modelo de gestão no Sporting. Como faz parte da nossa cultura, a Democracia é muita viva em Alvalade. Aqui cada sócio, cada ideia. E bem, sublinho eu. É desta diversidade de opiniões que se deve fazer a força do clube. Mas perante uma tão diversidade de opiniões, importa que, quem lidera o clube, saiba interpretar estas realidades e consiga ser a cola de tantas sensibilidades.

Respeito a opinião de todos os sócios. Penso que ninguém é mais do que ninguém. Seja notável ou colunável.

A liderança é, já de si, um tema fascinante. No Sporting, pela sua história, ainda mais paixões provoca. Natural.

Penso que a liderança de um clube como o Sporting pressupõe quatro condições essenciais. São elas: gestão, carisma, comunicação e equipa.

E estas quatro condições devem ser claras e notadas à partida. Bem sei que muitos sonham ser Presidentes do Sporting Clube de Portugal. Também é legítimo, apesar de apelar a que exista bom senso e alguma noção. Nem todos podem ser Presidentes do Sporting. E não basta aparecer num qualquer programa de TV ou falar mais alto em Assembleias Gerais.

Uma liderança obriga a critérios de gestão. Ser gestor, delinear uma estratégia e cumprir essa mesma estratégia com planeamento, mas com jogo de cintura suficiente para fazer faces aos inúmeros imponderáveis que acontecem no dia-a-dia.

Também obriga a que exista carisma. Este ponto é o mais complexo de medir. Não se ensina, não se aprende. Ou se tem, ou se sonha ter. E carisma pressupõe mexer com as massas, captar a atenção, convencer as pessoas de que se tem um projecto.

Para tal é preciso comunicar. A comunicação é um ponto essencial numa liderança. Comunicação em todas as suas vertentes. Da relação e capacidade de resposta à comunicação social, da comunicação directa com os sócios, da comunicação com todos os interlocutores do mundo do futebol. Saber falar, ser ouvido, ser perceptível é condição obrigatória na liderança de um clube.

Depois o último ponto é a equipa. Diz-me com quem andas, dir-te-ei se acredito em ti. Um líder tem capacidade de juntar talento à sua volta. Gente capaz, gente livre de emitir opinião, gente de valor. A equipa define muito a capacidade de liderança de alguém. Não acredito, cada vez menos, em homens providenciais. Acredito em líderes que são capazes de constituir equipas, que sabem delegar, que não têm medo da sombra e que sabem colocar o ego no devido lugar, dentro de casa. Liderar não é mandar. Liderar é motivar, agregar, delegar e sobretudo fazer acontecer.

Dito isto, o Sporting Clube de Portugal tem uma liderança actual. Que as pessoas podem gostar mais ou menos. Legitimo. Mas num futuro em que exista um acto eleitoral é fundamental que quem sonha ser candidato se assuma. E que todos o possam fazer. Todos. Em liberdade para que nós, sócios, tenhamos o direito a escolher quem entendemos.

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