Sim, é sempre necessária a sorte, a estrelinha, seja lá o que isso for.

Sim, temos de ser sempre mais fortes que os “sistemas” que, sistematicamente – e a redundância é propositada –, puxam o Sporting para baixo, fazendo o que podem para afastar a equipa de títulos.

Sim, este não é um jogo de pólo aquático, mas temos de ter o máximo cuidado com a piscina do Dragão, um verdadeiro palco de grandes artistas mergulhadores. Não nos podemos esquecer que vamos jogar contra o líder destacado, a nível nacional e provavelmente europeu, dos penáltis a favor. Esta época, só para a Liga NOS, já beneficiou de 12 pontapés da marca de grande penalidade.

Mas, sobre todas essas questões, o Sporting é, hoje por hoje, um coletivo fantástico, uma verdadeira equipa, sem estrelas, sem protagonistas. No Sporting, todos, os que jogam de início, os que entram vindos do banco, mesmo os que não chegam a entrar ou nem sequer são convocados, formam uma equipa coesa, solidária, competente.

Não temos os maiores craques. Mas temos uma equipa como não existe qualquer outra este ano em Portugal.

O Sporting apresenta uma solidez defensiva enorme, é a defesa menos batida, e é muito difícil os adversários conseguirem marcar-nos um golo. E é a partir daí, dessa linha defensiva, que o Sporting vai construindo a sua solidez e as suas vitórias, que passam também por uma circulação de bola tranquila e serena, sempre de trás para a frente, sem “chutões” nem cavalgadas desnecessárias.

E depois, lá na frente, a equipa tem a mobilidade, velocidade e imprevisibilidade necessárias para marcar.

E os nossos jogadores mais avançados são sempre, também, os nossos primeiros defesas.

É por isso que estamos na frente, com o avanço pontual que levamos. Porque temos sido mais trabalhadores, humildes, coesos, focados, empenhados e crentes do que os nossos adversários.

Vamos amanhã ao Dragão com foco e cabeça. Eles são os favoritos, campeões nacionais em título, têm o sistema a favor, jogam em casa, têm um plantel muito mais caro e experiente.

Vamos com muita humildade e a noção de que temos de nos superar, temos de dar mais em campo do que pensamos ser possível dar. Se formos assim, talvez, mas só talvez, seja possível sair do dragão com a vitória.

Se isso acontecer, o título vai continuar longe, mas bem mais perto de ser conquistado.

Se não ganharmos, continuamos na frente. Com todo o mérito. Sem dramas. E o que passa a ser mais importante é o jogo seguinte.

Mas, para já, o próximo jogo é este, com o FC Porto. Vamos, rapazes.

Mostrem no Dragão toda a raça deste leão.