Ano após ano é nos vendido, na comunicação social, por ditos experts, que moldam as mentes dos adeptos, que a “formação não ganha campeonatos”. Este soundbyte existe para que os adeptos exijam “reforços”, e, ao mesmo tempo, para justificar os milhões mal gastos por direções. Muitos destes “experts” têm interesse direto no chamado “mercado”, pois sem este “mercado” não teriam horas e horas de programas que mais não são do que telenovelas futebolísticas sem qualquer interesse.

A verdade é que o Sporting formou 10 jogadores da equipa que foi campeã da Europa de Seleções – os Aurélios -, e, nos últimos 18 anos, sempre que a performance desportiva foi melhor, foi com recurso a uma forte base da formação do Sporting, a saber:

• 2006/07 com Paulo Bento e talvez o menor orçamento de sempre desde que há SAD ficou a 1 ponto do campeão.
• 2012/13 com Jesualdo Ferreira em que estando a poucos pontos da linha de água já na segunda volta, afasta os jogadores mais “consagrados” e recorre a jovens da equipa B, lançando-os com sucesso que quase garantia a qualificação para a Liga Europa;
• 2013/14 com Leonardo Jardim em que se começou a época com uma equipa maioritariamente portuguesa e oriunda da formação do Sporting, fazendo regressar emprestados, com um dos menores orçamentos de sempre, conseguiu-se fazer um campeonato competente com apuramento para a Liga dos Campeões, preparando-se a equipa para o futuro;
• 2015/16 com Jorge Jesus a pegar numa equipa com base nos jogadores existentes no plantel oriundos da formação e com o Clube em dificuldades financeiras fica em segundo a apenas 2 pontos do campeão, com record de pontos;
• 2020/21 com uma forte base de jogadores da formação estamos isolados em primeiro lugar à sexta jornada o que não acontecia desde 2016.

Poderá não dar para ganhar imediatamente o campeonato, assim como não deu em nenhum dos exemplos que dei acima, mas parece evidente que a falta de resultados desportivos tem como uma das razões a falta de sequência na aposta de lançamento de jogadores da Formação de forma consistente ano após ano, pois a suposta “aposta” tem estado mais ao sabor das dificuldades financeiras do que de uma convicção que os jogadores formados pelo Sporting são melhores que os que são formados numa qualquer outra “escola”.

Mas, como se não bastasse esse mito, temos agora um novo a surgir que é que “sem adeptos na bancada os jogadores ficam soltos”, ou por outras palavras “a equipa só ganha sem adeptos na bancada”, ora quem diz isto só está a atirar areia para os olhos e a contrariar uma evidência em todas as modalidades desportivas. Essa evidência é que o apoio dos adeptos é fundamental para ganhar, de outra forma nenhuma equipa gostaria de “jogar em casa”, e as estatísticas diriam que as equipas ganham mais fora, o que sabemos não corresponde à verdade

Ora este novo mito que tentam lançar só demonstra um enorme desprezo que uma certa corrente “pensadora” tem pelos adeptos, e para quem os jogadores e os interesses que giram à sua volta são o que interessa na “indústria”.

Esta “corrente” vai tentando, e muito quer, fazer do nosso Clube uma espécie de Comporta FC, mas a verdadeira razão para o Sporting existir são os seus Adeptos, e nós os Sócios devemos repudiar quem nos quiser transformar em tal.