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NIXON NA JUGOSLÁVIA COM OS OUVIDOS EM PARIS
É preciso que o bom senso e o sentido de Clube voltem a imperar, colocando os superiores interesses do Sporting em primeiro lugar!
10 Fev 2020, 08:00

A tarde desportiva de domingo começou bem. No Pavilhão João Rocha, o futsal do Sporting venceu o seu eterno rival por 2-0, ascendendo assim a liderança isolada da Liga Placard com golos de Taynan e Pauleta. Depois, no estádio, numa exibição entediante, os três pontos foram ganhos com um golaço de Mathieu e um golo a meias entre Jovane e um jogador do Portimonense, permitindo ao Sporting assim recuperar o 3º lugar, totalizando assim 35 pontos na Liga NOS.

Mas como o Sporting é um clube eclético, a tarde pelos lados de Alvalade não se ficou por aqui. Ocorreu um protesto contra a Direção de Varandas nas imediações do Estádio, com uma afluência significativa, chegando até a condicionar o trânsito na Rua Professor Fernando da Fonseca. Entretanto, foi também relatado em declarações às televisões, pelo Presidente, ladeado pelos seus pares diretivos, que a seguir ao jogo de futsal, dois elementos do Conselho Diretivo e uma filha destes sofreram uma emboscada por seis indivíduos sofrendo pontapés e cuspidelas. Numa balcanização progressivamente extremada, o Sporting assemelha-se cada vez mais a uma Jugoslávia fragmentada, em permanente espiral fratricida, continuando todos estes protagonistas a dar um triste espetáculo, para deleite dos rivais do Leão Rampante! É preciso que o bom senso e o sentido de Clube voltem a imperar, colocando os superiores interesses do Sporting em primeiro lugar!

A semana que passou ficou marcada também pela entrevista, em tranches, de Frederico Varandas ao diário Record. A este propósito, recordo-me dum artigo do Diário de Noticias¹ sobre o debate entre Kennedy e Nixon, candidatos às presidenciais americanas, a 26 de Setembro de 1960 que apontava para a discrepância de perceção sobre o mesmo evento, consoante o meio de observação do mesmo: “Para quase todos os que seguiram o debate entre Kennedy e Nixon na rádio, o vice-presidente (Nixon) era o vencedor inequívoco. Mas naquela altura, já 88% dos lares americanos tinham televisão e 74 milhões tinham visto os candidatos nesse meio. Para esses, não havia dúvidas que Kennedy vencera”. Se na versão escrita da entrevista pode ficar a ideia de ser uma entrevista presidencial, ao nível de tantas outras, já os excertos em vídeo puseram a nu algumas deficiências de comunicação audiovisual de Frederico Varandas que deve sempre recordar-se que, no mundo atual, todos os gestos, expressões e pausas são escrutinados e usados de forma a diminuir quem os protagnoniza. E, como estamos em pleno século XXI, o que fica na retina é que Varandas acabou por ser mais Nixon, com um infindável número de memes por essa internet fora.

A entrevista teve o condão também de trazer a público João Benedito, dada uma suposta troca de sms com Varandas. Estando atualmente em Paris, no âmbito de um grupo de estudo da UEFA, houve assim oportunidade para Benedito rebater o afirmado, sem ser por aparente iniciativa própria, onde reiterou que não se esconde e estará presente quando o momento certo chegar. Uma clara marcação de terreno, não ficando dúvidas para ninguém que faz parte deste “jogo”.

1 – https://www.dn.pt/mundo/a-tradicao-americana-que-kennedy-e-nixon-inauguraram-em-1960-5408491.html

Diretor do Leonino

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