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O NOSSO SPORTING!
O Sporting CP só se poderá levantar, no curto prazo, se o atual Presidente tomar a única decisão possível e aceitável, e que é demitir-se!
15 Jan 2020, 09:00

Neste primeiro texto, farei uma sinopse do que penso sobre o passado do Sporting Clube de Portugal e o que defendo que deveria ser o presente e o futuro do Clube, em traços muitos gerais, e que irei aprofundar nos textos que escreverei semanalmente.

De há muitos anos a esta parte, mais concretamente desde a criação da SAD, que o Sporting CP tem sido uma vítima de vários presidentes, direções, gestores e demais aprendizes de feiticeiros que delapidaram por completo o património que existia a cada data.

Criaram-se mecanismos financeiros, empresas sobre empresas que alienaram todo o património, sendo difícil seguir o rasto do dinheiro.

Não precisamos de ter medo das palavras, o que relato acima de forma muito sintética é absolutamente factual. Durante décadas, sucederam-se os relatórios financeiros negativos, tanto no Clube como na SAD, e as gestões danosas que nos levaram o vasto património de que dispúnhamos.

Estes presidentes e direções, que executaram esta gestão catastrófica sempre protegidos pelo manto e pela narrativa de brilhantes empresários e brilhantes gestores, quando chegavam ao Sporting Clube de Portugal desaprendiam.

Enquanto isto sucedia, as nossas equipas deixaram de ser competitivas, deixámos de ter o hábito de vencer e resignámo-nos com isso. Deixámos de ter a exigência de exigir, deixámos de ter a garra, a raça, a força que caracteriza o Leão. Em suma, passámos anos sem vencer no passado e essa é a realidade que continua no presente.

Temos hoje um Clube que, pelas más gestões existentes durante décadas, está fragilizado, é pouco competitivo e com muito pouca exigência, socorrendo-se quem lidera e foi eleito para arranjar soluções, sempre com a mesma desculpa: Não temos dinheiro.

Neste percurso apareceu alguém que mudou o paradigma. Começou a existir exigência, começaram a aparecer resultados financeiros tanto na SAD como no Clube, e começou a existir UNIÃO.

87% do Mundo Sporting estava unido. Contudo, a meio do caminho e quando nada o fazia prever, aconteceu que em poucos meses se registaram vários episódios que fraturaram o Clube e os Sportinguistas, numa realidade que se mantém nos dias de hoje. Até ao momento desses acontecimentos, foi sem dúvida alguma uma era em que se sentia o Sporting Clube de Portugal pujante e em crescimento.

No Sporting Clube de Portugal, existem muitas quintas e quintinhas, grupos e grupinhos, que influenciam e condicionam a ação de todas as direções. Creio que sempre existiram e sempre continuarão a existir. Contudo, é necessário que tenhamos um líder forte e é necessário que o Sporting CP vença. Se isso acontecer, o Clube poderá estar unido, mas até que isso aconteça, não vale a pena ter ilusões, a união será uma miragem. Alguém que se candidate e seja eleito Presidente, terá que ter a consciência de que é isso que o espera e terá também de saber que o recurso constante a desculpas para justificar os insucessos é, tão só, um sinal de incompetência e de fraqueza.

Este é o passado do Sporting CP que, como podemos ver, não é positivo. Apesar disto, este Clube continua a ser uma potência nacional pelos seus Sócios e Adeptos. E apenas por eles, que continuam a apoiar incondicionalmente a equipa, faça chuva ou faça sol, não regateiam esforços e dizem sempre presente!

Para piorar o quadro, o Clube tem, atualmente, um Presidente sem as mínimas condições e capacidades para liderar e gerir o Sporting CP. Alguém que não é um líder, que não sabe comunicar, que não sabe galvanizar e, essencialmente pelo que temos visto, que não tem o know-how do que é o core da indústria que é o futebol, cometendo erros que, com todo o respeito, nem um clube da terceira divisão cometeria, como seja só para dar um exemplo, começar uma época apenas com um ponta de lança.

Não irei neste texto aprofundar a gestão completamente errática em todas as áreas do atual Presidente. Deixo apenas esta constatação de que o dr. Frederico Varandas não tem know-how, e deixo também uma outra constatação: o Sporting Clube de Portugal está absolutamente dividido, e basta ir ao Estádio para o verificar. Como já se percebeu, o atual Presidente foi eleito com a promessa e o objetivo de unir, é essa a missão, aliás, de qualquer presidente. Mas este “líder” tem o objetivo e a capacidade diária de dividir!

E, como teremos de ser construtivos e tentarei sempre sê-lo, o que me afasta deste Presidente é sentir que é alguém que desune para reinar, alguém que não tem exigência, alguém que não tem estratégia e que, consequentemente, está a deixar o Clube fraturado e dividido, sem exigência e amorfo, resignado e sem massa critica.

O Sporting Clube de Portugal tem que ser sinónimo de exigência, de força e de garra. Toda a estrutura – dirigentes, treinadores, jogadores, colaboradores, roupeiros – tem que ter um orgulho infinito em representar esta Instituição, deixar tudo em cada uma das tarefas que desempenha, e ter sempre o foco e objetivo de engrandecer esta enorme Instituição centenária, tão grande como as maiores da Europa.

O Sporting CP só se poderá levantar, no curto prazo, se o atual Presidente tomar a única decisão possível e aceitável, e que é demitir-se! A partir desse momento, e realizadas eleições e eleito um novo Presidente, começaremos do zero, com um líder que nada tenha que ver com a gestão dos últimos 25 anos. Precisamos de sangue novo. Os mesmos do costume, os mesmos dos últimos 25 anos conduziram-nos até aqui. Chega!

O nosso futuro passa por, obrigatoriamente, estarmos ancorados em dois sectores fundamentais do futebol profissional do Sporting Clube de Portugal:

Formação – Investir na contratação dos melhores treinadores e, quiçá, pensar em mudar a Academia e colocá-la num centro urbano que a torne mais apetecível e atrativa para os miúdos.

Captação de talentos em duas fases – Na fase de formação em que temos de investir e construir uma rede de olheiros que nos permita ter conhecimento de todos os talentos à escala nacional entre os oito e os 16 anos. Ao mesmo tempo, entre os 18 e os 23 anos, apostar em mercados mais acessíveis onde o Sporting CP identificará de forma prospetiva e fará investimentos para se apetrechar nas suas equipas e criar valor para mais tarde realizar encaixes financeiros significativos.

Paralelamente a tudo isto, temos que recuperar e impor-nos uma cultura de Clube em que todos os jogadores dos oito anos até ao atleta mais velho do plantel, saiba que no Sporting CP terá sempre que correr até a última gota de suor e superar todos os limites.

Se somarmos à crença, à garra e à força do Leão uma gestão criteriosa, teremos tudo para, ao nível do futebol profissional sermos tão grandes como os maiores clubes europeus, e voltarmos a vencer porque é esse, tem que ser esse, o desígnio do Sporting Clube de Portugal.

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