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OS CINCO VIOLINOS (VERSÃO 2.23)
É penoso assistir a um Alvalade 2.0 e não a um verdadeiro 2.23, com união, respeito e defesa dos valores que sustentam o e sustentarão Hoje e Sempre o Sporting
Imagem de destaque03 Ago 2023, 19:25

O Troféu Cinco Violinos consiste num torneio anual de futebol organizado pelo Sporting Clube de Portugal que decorre no Estádio José Alvalade em Lisboa. O Sporting é e tem sido, assim, o anfitrião deste torneio que usualmente antecede, em algumas semanas o início das competições oficiais, disputando o Título do Troféu Cinco Violinos com um convidado europeu em cada ano. Há que ter memória e gratidão e o nome do troféu honra um período de excelência do Sporting.

Impunha-se, assim, aquando da realização deste torneio (assente em jogo) um momento de elevação entre equipa, Direcção e adeptos, a que acrescia a apresentação do plantel para a época 2023/2024, bem como a propalada nova era de modernização do Estádio denominada por Alvalade 2.0. Tal iniciativa, de per si, diga-se, não constituía, na verdade, qualquer novidade, dado que muitos associados há bastos anos que avançavam com ideias concretas de melhoramentos como os ocorridos recentemente em outros estádios. Certo é que, afinal, e por ora, a novidade na nova época são os degraus de acesso aos lugares estarem agora num tom cinzento, para fazer contraste com o verde das cadeiras (o que dividiu opiniões) e houve, também,  a pintura dos corrimãos a “preto”. Outra novidade consistiu nos torniquetes e que, neste jogo, correu mal, sendo um procedimento a rever com urgência. É que, quanto a esta temática, foram aumentados o número de portas de entrada, contudo, o número de torniquetes disponíveis (para além de anomalias no funcionamento dos mesmos) não aumentou, o que provocou uma adicional aglomeração exponencial de pessoas junto aos torniquetes. Ora sugere-se não fazer sentido aumentar o número de portas disponíveis de entrada se, com essa alteração, não tiver  correspondência (no mínimo) proporcional no aumento do numero de torniquetes. Por outro lado está previsto um novo Wi FI, sendo certo que tal ainda não foi constatado. Por fim,  há que questionar a razão de ser de ferrugem nos braços de cadeiras e outras partidas… certamente ao estilo de um Alvalade 1.9…

É certo que Roma e Pavia não se fizeram num dia mas já era tempo (e houve muito para isso) da renovação e modernização de um estádio com 20 anos ser realizada de modo eficaz, profissional, planeado e do agrado da maioria.

Neste item há um aspecto positivo a realçar: o fim da zona ZCEAP (Zonas com condições especiais de acesso e permanência de adeptos) no local onde a mesma se encontrava, face à deslocalização entretanto formalmente realizada para o sector B10. Mas infelizmente, entre outros, há um negativo: criação de novas zonas com instalação de acrílicos acrescida de proibição de circulação entre os tuneis, sem esquecer trancas a cadeado em portões…

Tal não só divide opiniões como, literalmente, divide adeptos de estarem uns com outros.

Não é tempo de, finalmente, serem adoptadas condutas agregadoras?

Agora que se inicia uma nova época é tempo de não ocorrerem soluções do tipo segregadoras mas, ao invés, de união, com respeito por todos os adeptos de molde a renovar o Estádio sim, mas para pôr os adversários “em sentido” como Hoje e Sempre o Sporting deve fazer, honrando a sua longa história e valores. Já passaram cerca de 20 anos desde a inauguração do novo Estádio, pelo que, decerto, há jovens Sportinguistas apaixonados pelo clube mas que não conheceram o antigo Estádio de Alvalade e, outros, menos jovens, que ainda se recordam vivamente o mesmo, associado a dias felizes e também menos felizes, mas sempre recordado com saudade dado o ambiente criado e a nossa mística, que, mesmo não sendo campeões (em futebol) por muitos anos nem por isso perdemos massa adepta.

Ir a Alvalade era um ritual, também já o houve no novo Estádio (em outros tempos com outros protagonistas) mas, entretanto, perdeu-se, o que ficou provado com as quebras notórias de assistência no Estádio.

Para quem, como eu, que começou a ir ao estádio com 6 anos, que teve o prazer de conhecer Jesus Correia e de receber, aquando do momento de aposição do pin de 25 anos de associado, pelo Vasques, é penoso assistir a um Alvalade 2.0 e não a um verdadeiro 2.23, com união, respeito e defesa dos valores que sustentam o e sustentarão Hoje e Sempre o Sporting.

Ir ao Estádio deve ser um momento de alegria, de união, de companheirismo, e não meramente um “marcar o ponto” e tais objectivos implicam trabalho concreto, planeamento, profissionalismo e não fait divers…

Façamos um Alvalade 2.23.

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