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PAULINHO, A ÚLTIMA COCA-COLA DO DESERTO
A situação do Sporting recomenda que para matar a sede se beba água, daquela que nasce na fonte de Alcochete, que tão bons resultados está a dar este ano e em todos os anos em que aí se aposta.
Imagem de destaque30 Jan 2021, 09:00

Estamos a chegar ao fim de janeiro e a janela de transferências está quase a fechar-se. No momento que escrevo não se conhecem saídas, nem entradas no plantel de Futebol sénior masculino.

Nas últimas horas aumentaram os rumores que o Sporting está mesmo interessado em contratar o Paulinho, e mesmo a comunicação social e comentadores que tinham dito, até agora, que esse interesse não era real, passaram a alinhar com a tese que o negócio está a ser alinhavado.

O Sporting precisa de um ponta de lança? Concedo, uma vez que parece cada vez mais certo que Luiz Phellipe não está recuperado da lesão ao joelho – mais um atleta do Sporting para a lista dos jogadores que não consegue recuperar de uma lesão, mas isso será tema para um dia destes.

O Sporting precisa do Paulinho? Não, o Paulinho não é “a última Coca-Cola no deserto”, muito menos uma Coca-Cola que custa aquilo que parece está a ser oferecido por Frederico Varandas ao Braga. E oferecido não é entre aspas, senão vejamos, 10 milhões de euros + 2 milhões por objetivos custou Bas Dost, vindo da Alemanha, com um contrato a ganhar 3 milhões de euros brutos por ano.

Oferecer o que se diz que se está a oferecer ao Braga, valor claramente acima do valor pago por 100% do passe de Bas Dost, e ainda pagar ao Paulinho 2,4 milhões de euros ano – que era o que Bruno Fernandes ganhava – é um exagero, não tem qualquer racionalidade económica, pois nunca terá retorno financeiro um jogador a caminho dos 29 anos, não tem qualquer racionalidade desportiva, pois marcar 0,4 golos por jogo no Braga nos últimos 4 anos é razoável, mas não justifica tal investimento.

Ou seja, não se consegue explicar, pelo menos com argumentos racionais… nem mesmo que Paulinho fosse a última Coca-Cola no deserto e estivéssemos sem beber há uns dias, tanto mais que nos bolsos não há dinheiro, e a única coisa que há de sobra são as faturas a pagar com as dívidas a fornecedores.

A situação do Sporting recomenda que para matar a sede se beba água, daquela que nasce na fonte de Alcochete, que tão bons resultados está a dar este ano e em todos os anos em que aí se aposta. A prudência diz para não mexerem no plantel, aliás em futebolês diz-se que “em equipa que ganha não se mexe”, pois ou o tiro é muito certeiro ou normalmente o tiro sai pela culatra.

Não estarei enganado quando digo que estamos de bolsos vazios, pelo menos é o que a análise das demonstrações financeiras publicadas por esta administração nos dizem,então como se explicará este negócio, por estes valores?

Igualmente, não estarei enganado quando afirmo que ouvi Frederico Varandas dizer, durante o primeiro confinamento, que Bruno Fernandes em cenário de pandemia valeria apenas “20 ou 30 milhões”, então como se explicará este negócio, por estes valores?

Apenas se pode concluir que a pandemia deve ter o condão de desvalorizar os jogadores do Sporting e ao contrário valorizar os jogadores que estão no Braga. E com que dinheiro? Será mais um folhetim para os jornais,ao estilo da novela do pagamento de Rúben Amorim? Com a conta final a somar juros e clausula penal por incumprimento?

Além do mais, se o negócio se concretizar, será um novo encher os bolsos ao Braga e ao seu presidente, quenão perde oportunidade para gozar com o nosso Clube, e se todos os outros não bastassem este último argumento deveria ser suficiente.

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