Finalmente regressa o futebol no próximo dia 3 de junho às 19 horas. A estreia do Sporting CP será no dia seguinte às 21h15 horas frente ao sempre difícil V. Guimarães. Será seguramente um regresso agridoce pois se por um lado estamos todos cheios de saudade de ver jogar o Sporting CP, será também o regresso à triste realidade de nos relembrarmos que estamos no quarto lugar sem qualquer objetivo para a presente época.

Quando digo sem objetivos, refiro-me ao título de campeão pois é esse que verdadeiramente nos move e nos galvaniza. Importa, no entanto realçar a importância de atingirmos o terceiro lugar. Trata-se de um objetivo ridículo para a nossa dimensão, mas não existindo nada mais por fazer é importante atingir este patamar.

Estes cerca de 2 meses de regresso ao campeonato e ao futebol, trará seguramente uma nova pressão a esta direção que deverá manter-se focada e com a plena convicção que até ao início do próximo campeonato serão os meses mais importantes de todo o mandato. Não quero dizer que os dois anos já decorridos tenham sido menos irrelevantes, mas porque decorridos esses dois anos continuam a existir muitas vozes discordantes e a preparação da próxima época é determinante para que não seja um verdadeiro tormento à gestão do dia-a-dia.

Para isso é muito importante que os atuais órgãos sociais do clube entendam que para além dos resultados desportivos, os adeptos devem sentir que a equipa é efetivamente melhor e que estaremos a devolver a esperança que no curto prazo estaremos em condições de lutar pelo título nacional.

Nesse sentido atrevo-me como simples adepto a traçar uma breve ideia sobre a qualidade do nosso plantel e quais são para mim os mínimos que se exigem, para que se sinta e devolva a esperança aos adeptos do Sporting CP.

Na baliza apostaria claramente no Max, sabendo que não temos ainda um guarda-redes “no ponto” mas é seguramente um dos poucos valores certos, que no curto prazo, poderá trazer-nos qualidade extrema e será um ativo que no médio prazo valerá muito ao cofres de Alvalade.

Na defesa e partindo do estilo de jogo do nosso atual treinador (três centrais) diria que nas laterais apenas temos dois jogadores que têm qualidade para ficar no Sporting CP. Acuña como titular na esquerda e Rosier ou Ristovski na direita (apenas um deles) e para suplente. Ou seja, destes dois não reconheço a nenhum deles qualidade para ser titular indiscutível num clube com a dimensão do Sporting CP. Mas um deles seria perfeitamente aceitável ficar como suplente. Resumindo Borja teria guia de marcha e Rosier ou Ristosvki teriam o mesmo caminho. Teríamos que promover o Nuno Mendes a quem dizem ter grande futuro para ficar como suplente de Acuña e na lateral direita temos de encontrar uma solução. Rafael Camacho poderia fazer este lugar dado as posições de lateral no sistema de 3 centrais ser muito mais ofensiva, mas resta saber se está disposto a jogar nessa posição e se tem efetivamente capacidade para garantir ao clube um alto rendimento. No eixo central teremos de ter 5 centrais. Já todos entendemos que a aposta na prata da casa será uma realidade (Quaresma é o que se vê como a mais provável pelas indicações vindas a publico) mas convenhamos o único central de qualidade indiscutível é Jérémy Mathieu. Coates e Neto são bons jogadores mas não me parece que seja suficiente para garantirmos a qualidade que se exige ao nosso clube. Destes cinco (Mathieu, Coates, Neto, Ilori e Quaresma) no mínimo prescindia de um deles (Ilori) e teríamos de ir buscar um central top com o mínimo de garantias.

Seguindo este exercício e partindo sempre da premissa que não vendíamos nenhum jogador de qualidade que temos atualmente no plantel a trinco ficava com o Battaglia e o João Palhinha. Temos bons jogadores na formação que poderiam perfeitamente ir sendo preparados para no futuro ir entrando na equipa. Ou seja, Doumbia poderia ser vendido e ficaria com os dois jogadores indicados. Para as duas restantes posições mais móveis no meio campo Wendel é indiscutível e Vietto poderá, sem Bruno Fernandes, ter uma última oportunidade para mostrar que pode ser um jogador diferente e importante na equipa. Ficam a faltar no mínimo, mais dois jogadores que sinceramente não encontro no plantel principal. Podem ser jogadores como Matheus Nunes que já estejam preparados para dar o tal salto para patamares de exigência maior.

Por último, na frente e separando extremos de avançados gostaria de ver uma aposta definitiva no talento do Plata e eventualmente Joelson (será cedo demais?). Mesmo assim precisamos de pelo menos mais um extremo de qualidade inequívoca para garantir 4 jogadores com capacidade para estar no Sporting CP. Ou seja, se Rafael Camacho ficar como extremo, juntando Plata e Joelson, fica a faltar o tal extremo que referi. Na frente é que temos o maior problema e onde os jogadores bons são muito caros…. Temos o Luiz Phellype que no máximo só ficaria como terceira e última opção.

Aceitando esta realidade, pois dinheiro é coisa que não abunda em Alvalade, temos necessidade de pelo menos 2 avançados. Resumindo, não é uma missão impossível pois com 6 novos jogadores de boa qualidade (lateral direito, central, médio ofensivo, extremo e dois avançados) conseguimos ter seguramente uma equipa bastante superior à atual e criar junto dos adeptos a tal esperança necessária para nos envolver e acreditar que é possível. Se destes 6 jogadores conseguíssemos pelo menos contratar um ex ídolo da massa adepta do clube (Adrien, ou Slimani, ou mesmo Cedric Soares) ajudaria a criar o tal envolvimento dos adeptos e a trazer algum ADN vencedor ao clube que tanto precisa.

Resumindo, acredito que, com muito engenho e capacidade desta direção, é possível trazer para Alvalade um conjunto de jogadores que nos devolva a esperança de sermos campeões num curto prazo de tempo.

Deixo uma última nota sobre esta minha breve crónica de hoje que seguiu o caminho do adepto / treinador / diretor do clube, que todos tanto gostamos de ser. Estou certo que em cada 1.000 existirão igual número de opiniões e ideias diferentes. Mas o que importa não é se precisamos do jogador A ou B, mas sim demonstrar que é possível, com alguma capacidade e talento, construir uma equipa que nos orgulhe e nos faça sorrir. Que nos faça ir para o estádio com esperança e vontade de ver jogar a nossa equipa. Que nos faça vestir a camisola listada com o símbolo do leão ao peito cheios de orgulho. O “espetáculo” vai voltar e nós todos estaremos aqui para vos apoiar. Eu acredito e tudo farei para que esta direção consiga ter sucesso, pois esse sucesso significa certamente o sucesso do Sporting CP.