Ontem, assim que se soube a constituição da equipa do Sporting, parecia, finalmente, que Amorim se tinha rendido à evidência de que o Sporting necessitava de jogar com um ponta de lança. Confirmou-se. Uma exibição tranquila, contra uma equipa do Tondela que deixava jogar, permitiu alcançar o topo da classificação com uma goleada. O susto e as dificuldades que o Gil Vicente tinha imposto, na passada quarta-feira, terão servido como um “abre-olhos” definitivo de como abordar os jogos com as equipas que jogam para a manutenção na Liga NOS. No entanto, quem acompanha o campeonato português sem se deixar embriagar por boas vitórias como a de ontem, sabe que, a partir de agora, as dificuldades, perigos e “armadilhas” vão começar a aparecer. Na próxima jornada, existe uma deslocação, tradicionalmente difícil, a Guimarães. Exige-se pois que estrutura, staff e jogadores mantenham sobriedade, foco e olhos abertos em relação a concorrência. Em todas as vertentes. O jogo da sexta-feira passada, em Paços de Ferreira, é um bom reminder disso mesmo.
Na semana passada, causou alguma controvérsia, entre Sportinguistas, a informação de que Nelson Évora iria abandonar o Sporting. O medalha de ouro em triplo salto, tinha assinado pelo Sporting em 2016 (1), sinalizando, assim, um marco na estratégia do Clube em se afirmar como a maior potência desportiva nacional, resgatando o atleta olímpico ao velho rival. Para se ser o melhor, tem de se ter os melhores. Em 1907, os nossos fundadores sabiam-no e foram buscar vários jogadores ao então Sport Lisboa, oferecendo-lhes melhores condições (2). Igualmente, em 1914, assegurou-se que Artur José Pereira, o melhor jogador português desses tempos, viria para o Sporting, tornando-se o primeiro futebolista pago do futebol lusitano (3). É assim que as coisas funcionam. Sabendo que o tempo não perdoa ninguém, Nelson Évora ainda não obteve, num ano em que as temporadas foram interrompidas abruptamente, os mínimos olímpicos e teria um ordenado pesado (4). No entanto, a pandemia transformou Tóquio 2020 em Tóquio 2021. Se a decisão de não renovar parece uma medida de gestão financeira racional, o que não é admissível é que, num Clube com a dimensão do Sporting, a sucessão do atleta não ter sido preparada. Acima de tudo, porque não se precaveu a tempo o Sporting, encontrando uma alternativa ao nível de Nelson Évora? Em 2016, o Sporting teve a maior representação de sempre em Jogos Olímpicos, contabilizando 30 atletas, sendo 22 portugueses (5). Esta é uma área que merecia esclarecimentos e clarificação de objetivos perante os Sócios, ainda para mais com a saída de Sílvia Saiote no Gabinete Olímpico, em finais de 2019 (6), quando faltava meio ano para os jogos de Tóquio. Uma questão que Miguel Albuquerque deveria ter de responder caso não se encontrasse suspenso de funções. Assim sendo, quem presta contas?
Como seria de esperar, Pinto da Costa apresentou uma queixa-crime contra Varandas (7), na qual o apelidou de bandido em declarações no Aeroporto de Lisboa (8). Duvido que Varandas perca o sono com isso, servindo-lhe talvez este inimigo externo o propósito para unir as suas hostes. Com mais um exclusivo ao Record, Varandas, aproveitou o palco, dado por alguns melhoramentos no pólo EUL, para tentar passar a mensagem que recuperou a formação do Sporting (9). Em Portugal, todos sabemos que as inaugurações, anúncios e proclamações acontecem quando estamos perto de eleições. O Sporting Clube de Portugal, em consonância com o nosso país, não é diferente!
Diretor Leonino
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.