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TRABALHO, ORGANIZAÇÃO (PLANO DE ACÇÃO) E DISCIPLINA
Todos devem dar o seu melhor para resolver esta divisão que existe. Não podemos continuar de costas voltadas, uns para os outros, fazendo “um favor” aos nossos adversários.
Imagem de destaque06 Fev 2020, 08:00

Nas últimas crónicas tive a oportunidade de dissertar um pouco sobre o que, a meu ver, na vida do Sporting, não vai bem. Falei, aqui neste espaço, das responsabilidades, de um corpo directivo, quando os seus objectivos não são alcançados. Pertinentemente, também expus, qual seria o procedimento legal, que cabe à “Administração” (neste caso, leia-se Mesa da Assembleia geral), de modo a garantir a sobrevivência do clube, face aos maus resultados alcançados, com a sua falta de produtividade. Sim, porque são os resultados positivos que conferem ao clube a imprescindível estabilidade, e garantem, a continuidade do mesmo, de forma sustentada!

Para cada um destes casos, têm que existir procedimentos que confiram, aos associados, a responsabilidade de também participarem, activamente, para o alcance desta estabilidade e continuidade. Por isso, os projectos dos dirigentes devem ser claros, objectivos e comunicados de forma transparente a todo o universo Sportinguista, delineando, para cada tipo de envolvência, o seu correspondente procedimento.

O estado psicológico, em que se encontra o clube, dava para as mais extensas e eloquentes dissertações… Por estes dias, somos um clube sem espírito colectivo e de grupo! Mas, antes de qualquer tentativa de entendimento colectivo, devemos fazer uma autocrítica, séria e honesta, sobre o que tem sido o papel, de cada um de nós, neste processo de “depressão associativa”.

Andamos muito fechados na nossa opinião, apresentando uma relutância, sem precedentes, para ouvir o outro. Cada um de nós fechou-se na sua convicção, mesmo que assente em pressupostos errados, e não damos, nem o benefício da dúvida, a quem pense de forma diferente. “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. É hora de ouvir outras vozes, outras ideias e depois decidir, de forma consciente, o que é melhor PARA O SPORTING e não para qualquer interesse pessoal ou de grupinhos!

Se o nosso amado Sporting está ingovernável, economicamente e socialmente, urge administrar uma receita eficaz e com o apoio de todos! Receita esta que, para além de ser um fortíssimo antibiótico, tem que comportar uma elevada dose de vacinas, para que tal situação não se repita. Até me custa fazer analogias com medicamentos…

Podemos ser um clube ecléctico, como poucos no Mundo. Termos um elevado e justificado orgulho nos feitos alcançados. Mas, se não ganharmos no futebol sénior, todas as demais vitórias, estarão sempre num plano secundário. Sem as vitórias, nesta enorme modalidade agregadora de paixão e meios, não geramos receitas para poder dar sustento e garantia de futura às demais. Esta é uma realidade insofismável!

RECEITA:

1. Procurar a máxima união entre os associados, dando-lhes informações concretas e precisas do estado do clube. Esclarecendo-os, sem nenhum subterfúgio, da real situação do SCP:

2. Observar, dentro e fora do Sporting, um corpo técnico que se compagine com um programa de aproveitamento e potencialização dos atletas gerados nas nossas escolas. Aproveitando e rentabilizando as suas características, de modo a estimular estes jovens, com enormes qualidades, a sentirem-se “confortáveis”, a trabalhar no Sporting. Dando-lhes também visibilidade, com reais oportunidades na equipe principal, quando para tal tenham trabalhado e demonstrado aptidão. Garantindo assim a sua permanência, fidelidade e amor ao clube, evitando a sua saída precoce, como tantas vezes tem acontecido, para os rivais.

3. Fazer um plano, de aproveitamento, de todo o potencial de ”produção” que o clube pode gerar! Simultaneamente, acompanhar, de forma cuidada e profunda, os atletas que vão aparecendo no nosso país, nos nossos adversários, e que possam vir a ser uma mais-valia, sem acarretar enormes investimentos financeiros para o clube. Aliás, esta é uma fórmula que muitos têm utilizado e com enorme sucesso.

4. Fazer com que a coluna vertebral da equipe principal seja produto interno oriundo da academia e de compras no campeonato nacional.

5. Ao ponto anterior, devem juntar-se cinco ou seis atletas de craveira internacional, de modo a garantir que o clube tenha resultados mais imediatos, bem como, potenciar os jogadores que forma o grosso da coluna.

Em síntese, diria que tudo assenta em três vectores fundamentais:

TRABALHO, ORGANIZAÇÃO (PLANO DE ACÇÃO) E DISCIPLINA

Na minha modesta opinião, e como interveniente que gosta de ouvir, e entende que as minhas “lindas e boas ideias” só podem ser isso – ou seja boas – se eu as souber potenciar, e melhorar, ouvindo as opiniões dos outros, que me possam vir chegando, com bons propósitos.

Assim sendo.

• Sem estabilidade, com guerras e com cada um a pensar por si, e para si.
• Com interesses individuais a sobreporem-se aos colectivos.
• Com uns a serem entendidos como sócios de capital importância, e outros a sentirem-se excluídos.

PERGUNTO:

Seremos capazes de nos organizar?
Somos capazes de planear e trabalhar com disciplina?

Se não formos capazes de nos unirmos, em redor dos símbolos do Sporting, pensando que TODOS são importantes para a vitória final, e que fazemos parte integrante do processo associativo, iremos afastar, cada vez mais, aqueles que sabemos serem capazes de colocar em marcha, um plano, que volte a colocar, o Sporting, nos carris da sua vitoriosa história.

Nenhum sportinguista está dispensado de dar o seu contributo e saber ao clube! Todos devem dar o seu melhor para resolver, para sempre, esta divisão que existe. Não podemos continuar de costas voltadas, uns para os outros, fazendo “um favor” aos nossos adversários.

Também se impõe registar que, nas actuais circunstâncias e por via das suas más decisões, os corpos dirigentes, em exercício, não têm condições para continuar. Há muito que não fazem parte da solução, mas sim do problema! Como bons sportinguistas, que quero crer que sejam, só lhes fica bem, assumirem humildemente a incompetência, e darem a oportunidade a outras ideias, outros saberes e vontades ao serviço, única e exclusivamente, do Sporting Clube de Portugal.

SE NÃO FORMOS CAPAZES DE SER UM SÓ, NUM SÓ CORPO, ATÉ EU, VEJO-ME FORÇADO A “RESGUARDAR-ME”. DE OUTRO MODO, TAMBÉM DAREI O MEU CONTRIBUTO, COMO SEMPRE, OU MAIS…

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.

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