O Sporting venceu, no passado domingo, 9 de abril, o Casa Pia, por 4-3. A grande figura da partida foi Francisco Trincão, com três golos. Aos poucos, o internacional português em sete ocasiões parece recuperar a melhor forma e querer confirmar os créditos com que chegou a Alvalade, vindo do Barcelona.

Trincão a melhorar, mas (ainda) longe de justificar investimento feito pelo Sporting

Ao todo, na presente temporada, o extremo leva 11 golos – é o terceiro melhor marcador dos leões, a par de Edwards – e três assistências, participando em 15,2% dos golos (92) da turma de Alvalade. Contudo, estes números não são, ainda, suficientes para justificar o investimento feito pelo Sporting em Trincão.

Lembrar que o avançado leonino custou cerca de 10 milhões de euros por metade do passe, com o Barcelona a ficar com 50% de uma futura venda. Os contornos do negócio não foram oficializados pelo Clube de Alvalade – a transparência não é o forte dos clubes portugueses –, mas, ao que parece, os leões têm a possibilidade de ‘ir comprando’ os restantes 50%. Porém, os culés reservaram, também, o direito de ‘resgatar’ Trincão, com o preço a subir por cada temporada que o extremo fique em Alvalade.

Sobre Trincão, apraz-me dizer que, no papel, foi uma excelente contratação do Sporting, exceção feita ao custo do jogador. Ainda assim, dentro do campo, Trincão tem, ainda, muito por provar. De resto, concordo com Rúben Amorim, quando o técnico dos verdes e brancos refere que “se desbloquear, Trincão vai ser imparável”. Só falta mesmo o jogador leonino desbloquear. O futuro dirá se os quatros golos nos últimos três jogos indicam essa tal explosão.

Não há inocentes: Amorim é o responsável máximo

Sobre a vitória do Sporting frente ao Casa Pia, ficaram ainda na retina as declarações de Rúben Amorim, que se mostrou bastante insatisfeito (e bem) com a prestação dos seus comandados.

“Se eu fosse levar à letra o que disse jogava o Adélio [adjunto] com a Juventus. Temos de preparar o jogo de Turim, sabendo que não vamos poder cometer estes erros”, atirou o técnico leonino na flash interview.

Uns minutos depois, na conferência de imprensa, Amorim foi mais longe: “O Casa Pia não atacou muito, mas houve alguma falta de agressividade, principalmente a seguir aos golos. Parecia que estávamos em Braga, na primeira jornada. E isso deixa o treinador longe de ter um sorriso na cara, mas sei que é difícil para os jogadores, não estar na luta pelo campeonato. Mas eles têm de lutar pela equipa, pelo Clube e, sobretudo, pelo futuro. Desbloqueámos as decisões, até a primeira decisão do jogo foi boa, mas esquecemos tudo o resto, ao sofrer três golos com o jogo controlado, após cinco jogos sem sofrer. Feliz pela vitória, mas temos de fazer melhor”.

Um Sporting de duas caras

Apesar de concordar com Rúben Amorim, o técnico do Sporting não se deve esquecer que é o máximo responsável pelos bons (como aconteceu com o Arsenal) e maus resultados (prestação no campeonato e eliminação da Taça de Portugal) dos leões. Não acredito que Amorim o tenha dito com essa intenção, mas foi isso que passou e, nos dias de hoje, a perceção é tudo e mais alguma coisa.

Já amanhã (quinta-feira), 13 de abril, o Sporting desloca-se ao terreno da Juventus. Falta saber que equipa se apresentará em Itália. Se os leões que deixaram o líder da Premier League pelo caminho na Liga Europa ou se a equipa que foi eliminada pelo Varzim e está no quarto lugar da Liga Portugal Bwin, a cinco pontos do Braga (terceiro), sete do Porto (segundo) e 14 do Benfica (primeiro).

Num Clube com a exigência do Sporting, não é admissível uma equipa com duas caras.