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UMA SEMANA TRISTE MAS COM MUITA VERDADE
O mau ambiente que era vivido na Academia e que Rúben Amorim não quer ver repetido, sob pena de “perder o seu emprego”, é algo que nos deve, enquanto sócios, fazer reflectir.
Imagem de destaque22 Abr 2022, 17:49

Esta última semana do nosso Clube foi triste. Os resultados desportivos uma decepção. A derrota em casa com o rival SL Benfica é sempre um momento traumático mais ainda quando nos afasta quase em definitivo de uma ambicionada revalidação do título nacional.

A eliminação da final da Taça de Portugal foi também um rude golpe. Depois de termos saído na frente no jogo da primeira mão em Alvalade, sofremos três golos consecutivos que nos afastam de dois títulos que seriam praticamente certos. A Taça de Portugal e a Supertaça no início da próxima época.

A famigerada novela que ocorreu antes da final de 2017/2018 com o Desportivo das Aves é um fenómeno que um dia se irá explicar, mas irrepetível. O favoritismo do FC Porto para vencer esta edição da Taça de Portugal é total, independentemente de todo o respeito pelo Tondela, seus profissionais e adeptos.

Em jeito de balanço e apesar de estarmos melindrados com os dois títulos perdidos no espaço de cinco dias não podemos deixar de considerar a época como positiva.

Vencemos a Supertaça e a Taça da Liga, ultrapassámos a fase de grupos da Liga dos Campeões com uma vitória sobre o Borussia Dortmund e chegámos ao momento das decisões no Campeonato e na Taça. Não sendo brilhante, é bom.

Apesar disso e para mim o facto mais relevante deste final de temporada são as declarações de Rúben Amorim relativamente a Slimani.

Gosto imenso do jogador. Conheci-o e privei com ele aquando da sua primeira passagem pelo Sporting CP. Era de uma humildade, capacidade de trabalho e espírito de superação indiscutíveis. Um leão em toda a acepção da palavra. Desconheço o que se passa hoje no balneário, acho estranha esta mudança de comportamento a que alude o treinador, mas devo, ainda assim, por uma questão de coerência dar o benefício da dúvida a quem manda.

As palavras proferidas ontem, pela forma e conteúdo são sentidas e honestas.

Mais importante ainda, ouvindo e interpretando as declarações do nosso técnico principal dissipei todas as dúvidas sobre a quem recai o mérito dos títulos do Sporting CP nestas duas últimas épocas. É a Rúben Amorim.

Este com toda a verdade e sinceridade arrasou a estrutura do futebol profissional existente quando chegou ao Clube. Compreende-se agora, entre outros factos, o afastamento de Beto como Team Manager, de José Chieira como responsável do scouting e o facto de ter chamado a si as contratações, a escolha do plantel e a gestão do futebol do Sporting CP.

O mau ambiente que era vivido na Academia e que Rúben Amorim não quer ver repetido, sob pena de “perder o seu emprego”, é algo que nos deve, enquanto sócios, fazer reflectir.

O nosso treinador é em quem confio, tem todas as condições para ficar até porque está bem pago. Defendo a sua permanência e reforço de poderes face a Viana e Varandas. É bem visto pelos sócios que com justiça lhe reconhecem capacidade e continuam a acreditar no seu projecto. A forma como comunica interna e externamente, a sua capacidade de liderança, de treino e a disciplina que impõe agradam-me sobremaneira.

Como nota final, uma questão protocolar. Ontem no Estádio do Dragão o lugar de honra atribuído ao presidente do clube visitante ficou vago. Tenho de compreender. Varandas não arriscou e bem a levar mais umas sapatadas e ficar outra vez sem o telemóvel e carteira. Isso seria vexatório para um oficial do exército português e, portanto, foi prudente em resguardar-se desta vez.

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