É impossível ficar indiferente ao momento que o nosso rival está a passar, em particular o seu máximo dirigente. Mas por muito que os pormenores continuem a ser passíveis de fazer-nos abrir a boca de espanto, a verdade é que, ao longo de anos, quem quisesse observar e escutar poderia notar uma série de “tiques” e sintomas que, mais cedo ou mais tarde, desaguariam neste pântano que é notícia do dia.
Muitas pessoas que simpatizam com o nosso rival, ofuscadas pelo brilho e pelo barulho das “vitórias”, recusavam-se a querer ver ou a escutar, muito menos arriscavam usar a lógica para analisar uma sequência de sinais:
- relações privilegiadas e de parceria com certos empresários/agentes,
- negócios intermediados por agentes que representam simultaneamente as 3 partes envolvidas,
- transferências com valores sem qualquer racional económico ou lógico,
- transferências em circuito fechado,
- planteis extensos muito para lá do razoável,
- jogadores contratados, mas que nunca chegaram a vestir a camisola,
- comissões com percentagens cada vez mais galopantes de ano para ano,
- transferências milionárias, mas sem a correspondente diminuição do passivo,
- mistura entre os negócios particulares e o clube,
- usar juízes como modo de implantar o seu projeto de poder no clube,
- e, claro, todas as situações reveladas nos processos “mala ciau”, “e-mails”, “e-toupeira”, “saco azul”, etc.
Tiveram mais do que tempo para, pelo menos, tentar perceber o que se passava e é daqui que devemos tirar uma importantíssima lição: as vitórias não devem fazer esquecer tudo, desculpar tudo e anular o sentido crítico sobre os atos de gestão. Na verdade, deverá ser no momento das vitórias que mais atentos temos de estar, pois o efeito anestésico conduz a um “baixar da guarda”.
Deveremos, pois, olhar para os pontos acima, para os tais sintomas, e mantermo-nos suficientemente despertos e para impedir que os mesmos passos sejam percorridos por qualquer administração da Sporting SAD, por mais vitórias que nos traga.
Uma coisa é certa: quando anunciei que seria candidato às eleições de março de 2022, foram igualmente anunciados os pilares que norteariam o programa eleitoral desta candidatura.
Um desses pilares é a Transparência, que não se anuncia, pratica-se!
Toda a equipa que trabalhou e trabalha no programa eleitoral, em particular neste pilar, tem como profunda crença que não será suficiente fazer melhor. Terá que ser feito diferente, para afastar qualquer suspeita e qualquer forma de atuar em benefício próprio.
É por isso, aliás, que estou certo que quando forem reveladas as propostas e os princípios orientadores do pilar da Transparência, alguns ficarão desconfortáveis nas suas cadeiras. Um desconforto que apenas poderá ser evitado se tivermos como princípio máximo servir o Sporting e não servirmo-nos dele!
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.