A prenda dos adeptos para a estreia de Rui Borges no Sporting

A entrada de Rui Borges na equipa técnica do Sporting e o dérbi de Lisboa foram são alguns dos temas do momento em Alvalade. Bruno Mascarenhas, antigo dirigente dos leões, concedeu uma entrevista em Exclusivo ao Leonino, onde abordou a ação do Presidente Frederico Varandas na transição de treinadores e ainda o jogo entre os verdes e brancos e o Benfica, referindo que o Clube de Alvalade é o favorito.

"O Presidente Frederico Varandas acreditou que podia ter uma solução dentro de casa mas os resultados contrariaram-no. A apreciação que fez quando apresentou João Pereira não se verificou, mas também já acertou muito no passado, nomeadamente com Ruben Amorim", começou por dizer, em defesa do máximo dirigente dos leões.

Prosseguiu: "No jantar dos Stromp soube interpretar o momento e tomou a decisão certa. Não foi teimoso. Foi prático. É isso que se exige de um Presidente. Não ter estados de alma e decidir no momento certo. Foi criticado em Inglaterra por despedir no dia de Natal. Acontece que no futebol profissional, os interesses do grupo estão acima das datas festivas", atirou Bruno Mascarenhas.

Falou, de seguida, sobre o jogo grande da jornada, onde o Clube de Alvalade é protagonista: "Os jogadores do Sporting sabem da importância do momento e do que significa recuperar o primeiro lugar na viragem do Ano. As mudanças de treinador trazem uma motivação ao plantel", partilhou, falando no dérbi.

 "O Sporting pode perfeitamente vencer. O Benfica tem sido competente, tem vencido os seus jogos mas não foi ainda aquela equipa dominadora como o Sporting foi nas primeiras 11 jornadas. Acho que o favoritismo ainda é do Sporting", rematou Bruno Mascarenhas.

Leonor Pinhão escreveu mais um artigo de opinião, intitulado "Circunstâncias manifestamente constrangedoras", onde ironiza a decisão de Frederico Varandas em "despedir" João Pereira. A cronista diz não entender o discurso do Presidente do Sporting que apontou críticas às arbitragens do últimos jogos dos leões, mas que, mesmo assim, substituiu o técnico por Rui Borges.

"O presidente do Sporting despediu João Pereira, que esteve meses e meses na calha para suceder a Rúben Amorim, e contratou Rui Borges, que estava há meses e meses na calha para substituir João Pereira. Concordarão que coisas destas não acontecem todos os dias", pode ler-se no jornal Record.

"Se, amanhã à noite, Frederico Varandas levasse João Pereira ao centro do relvado para receber os agradecimentos dos adeptos do Sporting pela beatitude com que se ofereceu ao martírio seria, certamente, ovacionado. Não tão ovacionado, porém, como foi Ruben Amorim no seu último jogo em Alvalade já de malas feitas para Manchester transformando-se, por vontade da organização, o abandono do penúltimo treinador do Sporting numa cerimónia de euforia de sentido inexplicável", continuou.

"Os árbitros, de quem já toda a gente se tinha esquecido, estão tramados porque voltaram a existir. São os culpados pelos oito pontos perdidos por João Pereira, lê-se e ouve-se por aí. Mas, se a culpa é dos árbitros, era preciso despedir o treinador? É por este cúmulo de insanidades que a equipa de arbitragem do dérbi vai ser a equipa mais constrangida das três equipas em campo", concluiu.

O primeiro jogo de Rui Borges no Sporting está marcado já para o próximo domingo, dia 29 de dezembro, o último deste ano civil. Os leões recebem o Benfica, em partida válida para a 16.ª jornada da Liga Portugal Betclic, pelas 20h30, no Estádio José Alvalade.

Rui Malheiro voltou a deixar duras críticas a Frederico Varandas, Presidente do Sporting. O analista desportivo falou ainda sobre Rui Borges, novo treinador do Clube de Alvalade, referindo que, apesar de lhe reconhecer qualidades, diz não ter o "dom da oratória".

"A desastrosa aparição pública de Frederico Varandas na gala dos Prémios Stromp dificilmente traria algo de benévolo ao universo leonino. Ao querer defender João Pereira, o presidente do Sporting fragilizou-o ainda mais, ao divulgar que o técnico não queria arcar tão prematuramente as funções para as quais o elegeu no singular. Além disso, não cooperou em nada para o robustecimento psicológico do plantel, quando sobrevalorizou o apartamento por lesão de jogadores (...), começou por escrever no jornal Record.

"Na apresentação de Rui Borges como novo treinador do Sporting, Varandas materializou um discurso tiritante sem direito a perguntas dos jornalistas. Ao contrário do que é regra, falou mais dos ex-técnicos do que do futuro timoneiro, que ficamos a saber que estava na linha de sucessão de Amorim há um ano. Talvez quando ainda houvesse uma estrutura que não achava que a solução visionária do presidente fosse a melhor para o futuro. A mensagem mais relevante, entre queixas sobre lesões, arbitragens e sobre o legado pesadíssimo de Amorim, é que João Pereira nunca conseguiu ser João Pereira (..), disse, colocando o foco em Rui Borges.

"Rui Borges começou de forma positiva o trajeto como treinador do Sporting. Não tem o dom da oratória, mas não quis ser outra pessoa que não ele. Sem receio de perguntas incómodas, deu respostas curtas, simples e diretas. Mas soube passar mensagens relevantes".

"Não se afundou no "eu" e sobrecarregou no "nós", referindo permanentemente a equipa técnica como responsável pela ascensão meteórica. Mostrou-se bem mais preocupado em passar a ideia e o modelo de jogo que perfilha aos jogadores, referindo que a comodidade – e o diálogo – destes é que vai definir a estrutura e as dinâmicas apresentadas em momento ofensivo e defensivo. O arranque de experiência, com embates diante de Benfica (casa), Vitória (fora), Porto (neutro) é duríssimo e até lhe pode traçar – em caso de insucesso – o futuro perante os adeptos. Rui Borges passou uma mensagem inequívoca de ousadia. O que é positivo, mas nunca será suficiente", concluiu.