Jorge Jesus 'baba-se' por craque do Sporting: "Joga em qualquer parte do mundo"

Viktor Gyokeres é, atualmente, uma das principais estrelas do campeonato português, mas sabe-se agora que o Brest esteve muito interessado e muito perto de contratar o agora camisola 9 do Sporting. Grégory Lorenzi, diretor desportivo do emblema francês, recusou à data dar - imagine-se - 8 milhões de euros pelo internacional sueco, sendo essa a principal razão pela qual o negócio não se concretizou.

Em declarações ao jornal francês L'Équipe, o dirigente explicou tudo: "O agente de Viktor Gyokeres disse-me que fui o único diretor desportivo francês que lhe telefonou quando ele estava no Coventry. Eu estava disposto a pagar 4 a 5 milhões de euros, mas o preço pedido era de 8 milhões" referiu Lorenzi ao órgão de comunicação em causa.

O avançado sueco tem estado a contas com problemas físicos e falhou o último treino antes do próximo jogo, diante do Borussia Dortmund, tendo Rui Borges dito na antevisão da partida que Gyokeres está em dúvida até à entrada em campo, embora as indicações que têm surgido sejam que o avançado irá jogar e que até poderá alinhar de início. De recordar que o Sporting enfrenta esta terça feira, dia 11 de fevereiro a equipa alemã, em jogo a contar para a primeira mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Inicialmente, vale notar, o Sporting pagou 20 milhões de euros, mais 4 milhões por objetivos e custos de intermediação por Gyokeres. Contas feitas, ao dia de hoje, o ponta de lança já terá custado 27,8 milhões de euros aos cofres leoninos, com a SAD a garantir recentemente 90% da mais-valia de uma futura transferência do internacional pela seleção da Suécia, com os restantes 10% a pertencerem ao Coventry. 

Esta temporada, com a camisola do Sporting, Viktor Gyokeres – avaliado em 75 milhões de euros – leva 33 encontros: 19 na Liga Portugal Betclic, sete na Liga dos Campeões, três na Taça de Portugal, três na Taça da Liga e outro na Supertaça Cândido de Oliveira. Nos 2.704 minutos em que esteve em campo, o sueco marcou 34 golos e fez seis assistências.

Jorge Jesus abordou vários temas numa nova entrevista ao Canal 11, divulgada esta segunda-feira, dia 10 de fevereiro, como o facto de Geovany Quenda ter sido colocado na lista de alvos do Al Hilal no último mercado de transferências e a saída que protagonizou do Benfica para o Sporting, mas de fora da conversa também não ficou... Ruben Amorim.

O técnico luso de 70 anos elogiou a coragem do colega de profissão e compatriota em sair para o Manchester United, recordando, depois, um episódio em que ele próprio podia ter tomado uma decisão semelhante. "Percebo-o perfeitamente", disse, primeiramente, Jesus, admitindo depois que também ele podia ter mudado de projeto recentemente.

Questionado sobre qual o clube que lhe endereçou o convite em causa, o treinador português recusou dizer, sublinhando que essa informação está "no segredo dos deuses" e que a permanência na Arábia Saudita foi motivada pela forma como foi recebido. "Este ano tive o sonho da minha vida e não tive coragem porque sou muito bem tratado aqui...", justificou.

Ainda sobre Ruben Amorim, Jesus frisou que a ida para a Premier League foi "arriscada", mas que é preciso ter coragem para "dar passos com maior sentido de responsabilidade". "Não é que o Sporting não seja um grande Clube, mas foi para um clube que tem um estatuto completamente diferente. Tem outro "pedigree". Foi para um clube, não digo o top, mas próximo disso", completou.

Jorge Jesus, recorde-se, está pelo segundo ano consecutivo no Al Hilal, clube pelo qual foi campeão na época passada. Esta temporada, para já, segue na segunda posição, com 47 pontos, menos dois do que o líder, o Al Ittihad, onde atuam o português Danilo Pereira, Karim Benzema e Kanté.

Jorge Jesus fez várias revelações numa nova entrevista ao Canal 11, divulgada na última segunda-feira, e depois de ter confessado que Geovany Quenda foi um dos alvos pensados no último mercado pelo Al Hilal, clube que treina atualmente, também abordou a saída do Benfica diretamente para o Sporting, em 2015, depois de ter representado as águias por seis temporadas, bem como um eventual regresso a Portugal.

"Já estive muito mais próximo de regressar, mas é um campeonato que eu adorei jogar, com muita qualidade, uma paixão enorme. Gostava de um dia voltar, mas não quero fazer a mesma coisa que fiz quando saí do Benfica para o Sporting. Nunca mais vou fazer a mesma coisa", garantiu o treinador, de 70 anos, que cumpre a sua segunda temporada seguida no Médio Oriente.

Ainda sobre este tema, Jorge Jesus admitiu ter o desejo de se tornar o "treinador da Primeira Liga com mais jogos", embora acredite que isso seja "difícil". "Atingi um patamar, como a minha equipa técnica toda... Não digo que será difícil só em Portugal, na Europa também", frisou, embora sem descartar a possibilidade de vir a orientar a seleção nacional ou de, por outro lado, regressar ao Brasil, onde já brilhou pelo Flamengo.

Também sobre o Sporting, o técnico luso voltou a justificar os motivos que o levaram a aceitar o convite de treinar o emblema de Alvalade: "Teve uma questão diferente, teve a questão sentimental do meu pai. O meu pai, Sportinguista, jogador do Sporting, fazia-me várias perguntas nos últimos anos da vida dele. "Porque é que eu não treino o Sporting?", dizia. Eu respondia "bem, porque não me convidam". E no dia em que me convidaram, eu fiz-lhe isso. Não me arrependo, em nada, é verdade que ele não viu, morreu antes, mas foi por ele".

Importa lembrar que Jorge Jesus treinou o Sporting entre 2015 e 2018, tendo conquistado uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga, em 2016 e 2018, respetivamente. No currículo, soma ainda passagens por clubes como Benfica, Sporting de Braga, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Flamengo e Fenerbahçe, entre outros.