Pany Varela quebra o silêncio depois de trocar o Sporting pelo Benfica: "Falou-se muito..."

A seleção brasileira de futsal anunciou a lista de convocados para a Taça das Nações. Disputada entre 16 e 21 de setembro deste ano, em Brasília, na Arena BRB Nilson Nelson, a competição contará com três jogadores da equipa de futsal do Sporting – onde regressaram recentemente dois atletas – a representar a seleção do Brasil.

Rocha, Wesley e Felipe Valério são os três atletas do Sporting com os quais o técnico do Brasil, Marquinhos Xavier, poderá contar para tentar conquistar bons resultados na fase de grupos da competição continental que tem lugar, exatamente, em solo brasileiro.

O Brasil está integrado no grupo A da Taça das Nações. Na luta pelo primeiro lugar do grupo, o conjunto de Marquinhos Xavier irá encontrar a Polónia e a Guatemala. Apenas os dois primeiros classificados de cada grupo poderão marcar presença nas meias finais da prova, com a final marcada para dia 21 de setembro.

Quando questionado sobre a convocatória, Marquinhos Xavier fundamentou as suas escolhas: “A convocação é sempre uma mescla, como um laboratório para encontrar o melhor caminho. Damos oportunidade a jovens atletas que vivem bons momentos nos clubes, resgatamos nomes do ciclo anterior e mantemos campeões para dar segurança”.

Por fim, o técnico canarinho afirmou ainda que as escolhas vão dependendo das fases pelas quais a seleção passa: “A seleção precisa de uma estrutura que ajude na adaptação. Às vezes arriscamos mais, outras somos mais conservadores, dependendo do momento”.

Em entrevista, Ivan Chiskhala mostrou-se crítico de Cassiano Klein. O jogador que deixou o Benfica no final desta temporada -  e que tudo indica que pode ser reforço dos leões - expôs a relação menos boa que teve com o treinador brasileiro dos encarnados, mesmo tendo conseguido impedir o pentacampeonato do futsal do Sporting.

Ivan Chiskhala: "Cassiano Klein? Queria ter controlo total, tentava controlar-me o tempo todo"

“O treinador disse-me que eu deveria jogar de certa maneira e fazer o que ele mandasse. Queria ter controlo total, tentava controlar-me o tempo todo. E eu respondia 'Eu sei o que preciso de fazer, não preciso que me estejas sempre a dizer. Posso dar coisas diferentes, não vou destruir o sistema'”, revelou o internacional russo ao portal Sports, antes de fazer menção à resposta obtida da parte do técnico das águias.

“Tentei explicar a minha posição e eles, sem rodeios, disseram-me 'Tens de obedecer porque estás na base da hierarquia'. Respondi que isso não ia funcionar comigo. Tínhamos desentendimentos constantes”, garantiu Ivan Chiskhala. De seguida, o jogador de futsal ex-Benfica mostrou outro exemplo em que entrou em desacordo com Cassiano Klein.

Ivan Chiskhala: "Prepração? O treinador chega ao pé de mim e diz-me que isso não o deixa feliz"

“Sou um jogador experiente e sei preparar um jogo. Se temos jogo no sábado, na quinta-feira dou 70-75% no treino. Sei que preciso de guardar forças. Se me observarem de fora, nem vão notar diferença. O treinador chega ao pé de mim e diz-me que isso não o deixa feliz. Ao que eu respondo 'No sábado vou mostrar resultados'”, confessou.

Como conclusão para esta discussão, Chiskhala revelou a resposta dada pelo seu treinador que, novamente, desvalorizava as intenções do jogador russo: “Ele diz-me que não acredita nisso porque já viu muitos jogadores assim. Quando chega o jogo, consigo marcar e ajudar a equipa. Depois, o treinador diz-me que não tem a ver com preparação, diz-me que tive sorte”.

Pany Varela foi apresentado, na última quinta-feira, 31 de julho, como reforço da equipa de futsal do Benfica. O internacional português, que se tornou melhor jogador do mundo em 2022 ao representar o Sporting, não deixou de falar da sua experiência no Clube de Alvalade.

Títulos no Sporting? Pany Varela atira: "Fazem parte do passado"

Questionado sobre as conquistas no Sporting - cinco Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal, cinco Supertaças, quatro Taças da Liga, duas Ligas dos Campeões e o prémio de Melhor Jogador do Mundo em 2022 - Pany Varela foi perentório: "Tudo isso são números, estatísticas. Conquistas, obviamente, das quais me orgulho muito, mas fazem parte do passado. Tenho por hábito de dizer que começo cada época como se fosse a primeira, porque, verdade seja dita, ao dia de hoje, ainda não conquistei nenhum troféu, então, a ideia é começar a época como se fosse a primeira".

"Fui muito feliz neste pavilhão. Fui muito feliz. Já saí daqui há algum tempo, regressei como adversário, mas aí já é um pouco diferente. Agora estou de volta a uma casa que conheço bem, onde fui muito feliz e espero que daqui para a frente possa acrescentar motivos para ter orgulho e felicidade", disse, aos meios de comunicação do Benfica.

Pany Varela: "Todos os clubes por onde passei foram importantes"

Pany fez parte da formação do eterno rival e relembra os momentos com um "misto de nostalgia e alegria": "É fácil de recordar. Não vou dizer que foi o início, porque todos os clubes por onde passei foram importantes, mas foi onde comecei a levar isto mais a sério, o ser profissional. Foi na altura em que o menino que jogava à bola no bairro passou a representar um clube com uma dimensão mundial. Então, esses tempos são tempos felizes, de conhecer gente nova, que ainda hoje são amigos".

"Tenho boas memórias com esta camisola vestida, mas as memórias mais recentes são como adversário. O que espero é que, no mínimo, a casa esteja tão bem composta e com o apoio que eu senti como adversário, porque, sem sombra de dúvidas, nas alturas cruciais, a nossa força há de vir aqui destas bancadas. Por aquilo que eu fui vendo de fora, acho que nunca faltou apoio, de todo, à equipa. Espero que assim se mantenha, ou que seja melhor, se possível", concluiu.