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A LIDERANÇA E O HORROR AO VAZIO
A falta de atitude, garra e vontade de vencer é das coisas que mais irrita os Sportinguistas, quase tanto como os próprios insucessos.
27 Jan 2020, 08:00

Na passada terça-feira o Sporting foi derrotado pelo Braga, falhando assim a terceira presença consecutiva na final da Taça da Liga. Quem acompanha o pulsar do universo Sportinguista, percebeu que algo mudou. Muitas pessoas que, até aqui, guardavam um prudente silêncio, manifestaram-se nas redes sociais, uns de forma pública, outros de forma restrita, mas com auditórios relevantes, no sentido de que o ciclo Varandas estivesse a chegar ao fim.

Uma derrota numa meia-final, em casa dum oponente moralizado, que viria a vencer esta mesma Taça da Liga, será motivo, per si, para desencadear a descarga emocional verificada em muitos “quadrantes” e “latitudes”? A explicação será, provavelmente, porque esta derrota foi a gota de água numa época que, ao nível de resultados, está a ser desastrosa, com a agravante da forma como a equipa se comportou num jogo de “mata-mata”, passiva e amorfa, sem brio. Jogadores, staff e dirigentes parecem anestesiados, dando por vezes a ideia de que nos fazem um favor em comparecer nos estádios para os encontros. A falta de atitude, garra e vontade de vencer é das coisas que mais irrita os Sportinguistas, quase tanto como os próprios insucessos. É uma questão de auto-respeito pelo que significa e deve ser o Sporting Clube de Portugal.

A época 18/19 foi preparada e iniciada pela Comissão de Gestão personificada por Sousa Cintra e, após a tomada de posse, a 9 de Setembro, da Direção Varandas, o Sporting conquistou a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Quando, ainda para mais, no início da corrente época, Frederico Varandas elevou as expectativas ao afirmar que esta já estava a ser preparada minuciosamente, não passaria pela cabeça de nenhum Sportinguista, o ano horribilis que estamos a sofrer.

A última semana de mercado, no final de Agosto, com o surpreendente despedimento de Keizer, com saídas de jogadores nucleares na época transata para entradas duvidosas de valor desportivo, foi acolhida com o benefício da dúvida e a habitual bonomia da generalidade dos Sportinguistas. Com expoente no falhanço da implementação do lema de campanha “Unir o Sporting”, a má gestão política e de comunicação ao longo do tempo nos vários dossiers que tem em mãos, aliada aos resultados, terá desgastado a capacidade de liderança de Varandas.

De facto, numa altura crucial da época, como é esta em Janeiro, Varandas não teve uma intervenção pública a prestar contas aos Sportinguistas sobre o facto de estar a dezanove pontos do topo do campeonato, a doze pontos do play-off da Champions League, via segundo lugar do campeonato, e a perda da hipótese do “Tri” na Taça da Liga. É sobretudo nos momentos difíceis que os lideres das organizações têm de dar a cara, pelo que Frederico Varandas terá de dar prova de vida rapidamente e exercer a sua liderança pois, tal como terá formulado Aristóteles, a Natureza tem horror ao vazio e, esse “espaço”, tenderá sempre a ser ocupado…de uma forma ou de outra.

PS: Com uma semana e meia de atividade, regozijamo-nos pelo facto de o Leonino ser já percebido como um jornal de relevância para os que acompanham mais de perto a realidade Sportinguista. Na semana passada, apresentámos informação atempada, com várias informações em primeira mão, de carácter pertinente, em que os elogios e incentivos superaram largamente as críticas e insinuações. Passo a passo, o Leonino ganha o seu espaço na comunidade leonina como órgão de informação. É precisamente isso a que sempre apontámos. Bem-haja por nos ler e acompanhar!

Diretor do Leonino

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