QUANDO A REALIDADE ULTRAPASSA O SONHO
Epopeia de um português pelo mundo que alcança feitos inigualáveis na senda constante de um novo recorde para quebrar
Redação Leonino
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5 de Fevereiro 2020, 08:00
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05-02-2020, Hoje tive um sonho.

Tal como milhões de pessoas à volta desta esfera a que chamamos planeta Terra, tenho um fascínio especial pelo fenómeno do mundo do desporto. Claro, o futebol em geral e os seus intervenientes em particular, bem como a sua capacidade de superação.

Em criança, quando damos uns toques na bola, imaginamos o que aconteceria se fossemos profissionais, se fizéssemos daquela simples bola a nossa vida inteira e se tivéssemos um ídolo que pudesse englobar tudo isso. Esse sim, foi o meu sonho desta noite. Vou contar-vos um pouco dele. Penso nisso conscientemente quando acompanho as suas variadas vertentes ou, pelo meu subconsciente quando simplesmente durmo.

Todos nós, ao longo de anos, começamos por querer realizar um sonho: o de ser o melhor do mundo, naquilo que fazemos. E, para isso, no futebol, temos de ser os melhores dos melhores, aliás, porque “sem disciplina, o talento não serve para nada”.

Raízes humildes que nos fazem lutar por um futuro bom ou pelo menos melhor que aquele a que nos acostumámos a conhecer. Até que o sonho começa, passamos da criança que joga futebol com os amigos, em campos pelados e sem grandes condições, para assinar pelo clube do nosso coração: o Sporting Clube de Portugal.

Alguém que vai com tudo, deixando família e amigos para trás, em busca daquilo que um dia julgou ser impensável. Alguém que veste a Listada verde e branca. Aquela que, antes, apenas apoiava do sofá ou da bancada e, agora, vê o leão rampante ao peito. Estava tudo a correr tão, mas tão bem, ainda que com muitas saudades de casa, que, chega o dia em que estreamos aquela que vai ser a casa de muitos, dos que já cá estão e dos que ainda não nasceram: o Estádio José Alvalade. Curiosamente, numa partida frente a um adversário que vinha de terras de Sua Majestade e que jogava de vermelho. Diziam que eram um dos maiores clubes da Europa e de uma das melhores ligas do mundo. E, pasme-se, repararam naquela camisola, na número 28, nos seus dribles e fintas sem igual.

O avião não assustava, nem a distância, uma vez que já tinha ido da ilha para o continente, mas as coisas eram diferentes por lá. A camisola mudou de número, aquele “menino” pediu a 28, à qual estava habituado, mas foi o peso da número 7 que teve de honrar. Foi aí que tudo começou a fazer sentido. Tal, aconteceu há cerca de 18 anos. Desde aí, os números falam por si.

Uma camisola que passou por apenas quatro clubes a nível profissional, em quatro países diferentes e que deixou a sua marca em todos eles. Um ídolo que, em sonhos, nos faz festejar a sua conquista de cinco bolas de ouro (!), que nos faz vibrar cada vez que marca, de cabeça, de bicicleta ou de livre e se torna o melhor marcador de sempre da Liga dos Campeões. Um português que deixou os espanhóis rendidos, com um recorde de 80 mil pessoas na sua apresentação. É, além disso, o melhor marcador de sempre da nossa Seleção, do nosso país, e que nos faz conquistar algo que nunca pensámos: um europeu de futebol, uma vez que ambição era tanta que diria: “Só estarei plenamente satisfeito com a minha carreira, quando levantar um troféu por Portugal”.

Um ídolo que é criticado todos os dias, a toda hora. Que mostra, em todos os jogos, o quão invencível é. Que é o primeiro a chegar e o último a sair de um treino. Que não nega nem autógrafos nem abraços, simplesmente porque nos sabe dizer “também já fui fã de futebol”. Foi com esse ídolo, esse exemplo, essa Lenda, que sonhei esta noite. Afinal, quando acordei, o sonho era uma grata realidade que nasceu há 35 anos, no dia 5 de fevereiro de 1985 e que ainda tem muito para dar.

Parabéns, Cristiano Ronaldo! Serás sempre o nosso CR28.

 

Fotografias de Wiki Sporting

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