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Futebol
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O Sporting tem vivido uma época de altos e baixos. O Clube de Alvalade arrancou a temporada de forma tremenda, ainda com Ruben Amorim, encetando uma série incrível de vitórias consecutivas no campeonato. Seguiram-se os tempos complicados com João Pereira, e as muitas lesões que condicionam o trabalho de Rui Borges - que no meio de tanta confusão, já bateu um recordo dos leões neste século.
Mas antes de chegarmos a esse ponto, interessa contextualizar a situação em que se encontra o plantel dos leões: desde que chegou ao Clube, Rui Borges tem apenas três totalistas em termos de participação em jogos: Geovany Quenda, Maxi Araújo (que vai sair da lista devido ao castigo que o impede de jogar com o Estoril) e... Conrad Harder, com protagonismo acrescido devido à ausência de Viktor Gyokeres.
Há outro dado que ilustra a dificuldade de Rui Borges para encontrar um 11 base no Sporting: entre os seis jogadores mais utilizados pelo treinador português, já se perderam 15 partidas - só Gonçalo Inácio falhou cinco jogos desde a chegada do transmontano a Alvalade.
De resto, todas as condicionantes físicas que se fazem sentir no Sporting já levaram o Clube a atingir um recorde este século: já foram utilizados, na equipa principal, esta temporada, 37 jogadores diferentes. Este número, em março, já é superior aos 36 utilizados em 2019/20, 2014/15 e 2012/13 - o máximo do século foi atingido com a estreia de Kauã Oliveira no último jogo dos verdes e brancos, frente ao Gil Vicente.
A verdade é que, olhando para a conjetura atual, não será descabido adivinhar que este número ainda pode subir. Com Nuno Santos, Daniel Bragança e João Simões de fora até ao final da época, para além de vários outros condicionamentos físicos que se fazem sentir, é possível que Rui Borges ainda venha a estrear mais jogadores. José Silva e Manuel Mendonça - no banco em Barcelos - são dois dos jovens que podem ser os próximos a dar esse passo.
Clube de Alvalade emitiu, recentemente, o seu Relatório, onde detalhou todo o exercício financeiro. Há, no entanto, pontos que se podem alterar
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O Sporting voltou a apresentar resultados positivos no final do 1º semestre da época 24/25, no seu Relatório e Contas. No entanto, como o Leonino já explicou, este número existe num contexto anual e, olhando para a queda do último ano entre 1º e 2º semestre, é possível que o Clube venha a acabar o ano com os números no vermelho.
Frederico Varandas explicou, no documento emitido pelo Sporting, que "para manter o plantel campeão estável (...) reteve os seus principais ativos (...) Como consequência, o mercado de vendas registou uma queda face a exercícios anteriores", justificaram os leões.
No entanto, tudo isto vai depender da postura dos verdes e brancos no mercado de transferências de verão - há, em Alvalade, a convicção de que o Clube vai receber vários interessados por múltiplos jogadores, o que permitirá terminar o ano no verde.
Espera-se, então, um verão atarefado em Alvalade, uma vez que algumas vendas podem ter de ser feitas em timings específicos para que os leões mantenham os números no positivo - a vender, terá de fazê-lo até ao fim de junho, para garantir que os movimentos ainda entram na época desportiva 24/25.
Por agora, o Sporting já começa a ter alguma noção de quais são os jogadores de Rui Borges que causam mais interesse no mercado. Com Viktor Gyokeres à cabeça, há muitos outros que podem rechear os cofres de Alvalade no verão: Francisco Trincão, Geovany Quenda, Ousmane Diomande, Gonçalo Inácio, entre outros - tudo jogadores que podem abandonar o Clube até ao fim do mês de junho.
Escolha do técnico em trocar Alvalade pelo Manchester United parece estar bem presente no dia a dia e treinador revela muitas dificuldades em Inglaterra
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Ruben Amorim não tem sido feliz desde que se mudou para o Manchester United. Com uma série de resultados assombrosa para um clube de tamanha dimensão, o treinador garante ter algumas dificuldades e que o filho mais velho ainda recorda os tempos no Sporting, quando "ganhava sempre".
“Ao mesmo tempo, sinto-me envergonhado porque, se olharmos para o nosso desempenho e virmos a nossa equipa por vezes em campo, é muito difícil para mim, como treinador, tirar muitos pontos positivos", disse o técnico dos red devils, em conversa com Rio Ferdinand na TNT Sports.
O principal problema que enfrenta é a gestão do nervosismo do grupo, com várias personalidades bem diferentes das que encontrou em Alvalade. “Às vezes, estamos muito nervosos durante o jogo e isso nota-se nas pequenas coisas. A forma como nos movimentamos por vezes, a compreensão do jogo, especialmente em Old Trafford”.
Amorim admitiu ainda que “hoje em dia é muito difícil relaxar”, algo que, apesar de pouco, só consegue fazer ao “chegar a casa e encontrar um porto de abrigo...”. A vida em Manchester agrada ao técnico, “independentemente do tempo” que "não incomoda". "O pior mesmo são os resultados”, explicou.
Por fim o treinador revelou que o filho - que já admitiu ser adepto do Sporting -, não esquece os tempos em Alvalade." Quando entro em casa não sou o Ruben Amorim treinador, sou o Ruben Amorim pai e tenho um trabalho a fazer. Eles não se importam com ganhar ou perder. Às vezes dizem-me que eu aqui não consigo ganhar jogos. O meu filho mais velho está sempre a dizer que em Portugal ganhávamos sempre”.
Líder máximo dos leões tem estratégia delineada para as finanças dos verdes e brancos, mas relatório publicado não explica tudo o que está pensado
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O Sporting emitiu, recentemente, o seu Relatório e Contas relativos ao 1º semestre do época 24/25. Frederico Varandas voltou a apesentar resultados positivos, coisa que tem conseguido nos últimos anos. No entanto, há alguns detalhes importantes que o documento não mostra, e que podem levar os leões ao vermelho no futuro próximo.
Segundo o documento que apresentou aos sócios, o Sporting conseguiu um lucro de 15 milhões de euros no primeiro semestre do exercício fiscal. No entanto, é preciso dar contexto a esse valor: nesse número entram, claro está, as receitas da Liga dos Campeões (43,7 M€), tal como as do aproveitamento do estádio (12,2M), pese o avultado investimento da SAD no futebol (73M).
Ora, tendo em conta que estes números saem de uma conjetura sazonal, e que o lucro possível com a liga milionária já terminou, há uma possibilidade grande dos 15 milhões de euros de lucro caírem, no final do ano, para o vermelho. A queda, no último ano, foi de 58,3 milhões no 1º semestre, para 12,1 no 2º. Uma queda semelhante esta temporada deixaria Frederico Varandas com prejuízo no Clube em 24/25.
Tudo está, por enquanto, em aberto, porque tudo vai depender das movimentações efetuadas pela SAD dos leões até ao fim do ano. O Sporting, apesar de tudo, mantido com Varandas uma política de sustentabilidade que lhe tem permitido reforçar capitais próprios, e manter o Clube longe da falência técnica.
O verão será decisivo para perceber as intenções dos responsáveis verdes e brancos. No entanto, a SAD tem um trunfo, umas vez que sabe do interesse de vários gigantes europeus eu muitos dos elementos do plantel, o que pode ajudar a aumentar, de novo, a receita do Sporting no final do exercício.