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Competições
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Carlos Lopes voltou a fazer história no atletismo ao sagrar-se, pela terceira vez, campeão do mundo de Corta-Mato, reafirmando-se como uma das maiores figuras da modalidade no panorama nacional. A consagração aconteceu em 1985, em Lisboa, perante um público vibrante que encheu a pista do Jamor e que assistiu a uma grande exibição do atleta português.
Depois de ter sido campeão mundial em 1984 e de no ano anterior ter ficado em segundo lugar, Lopes era inevitavelmente apontado como um dos candidatos à vitória da prova, favoritismo que se veio a confirmar e que nem com o facto de ter visto Fernando Mamede a vencer os Campeonatos Regional e Nacional de Corta Mato abalou.
Carlos Lopes, para este campeonato, apenas precisou de reconhecer o percurso uma vez, o suficiente para que, ainda assim, se apresentasse confiante. Em casa, segundo se sabe, comeu um bife com batatas fritas e bebeu vinho tinto almoço, algo que, nos dias que correm, seria completamente impensável para atletas de alta competição.
Iniciou a prova com calma e sem pressa, ainda que com o passar do tempo tenha conseguido chegar-se perto da linha da frente. Deixou para trás Paul Kipkoech, de nacionalidade queniana, e o etiope Wojado Bult, a 4 e 5 segundos, respetivamente, e houve festa 'rija'. Fernando Mamede, que viria a queixar-se de dores de estômago, não foi além do 11.º lugar.
Confirmado o triunfo, Carlos Lopes festejou junto da esposa e foi cumprimentado pelo então Presidente da Republica Ramalho Eanes. Recebeu, também, um telefonema do Primeiro-Ministro Mário Soares, entusiasmo que coroava a grande carreira de Carlos Lopes pela seleção nacional, dado que esta foi a última vez que o atleta se apresentou pela mesma.
Recorde-se que Carlos Lopes, nascido a 18 de fevereiro de 1947, em Vilemoinhos, Viseu, é um dos maiores atletas da história do Sporting e, também, de Portugal. Conquistou 10 campeonatos nacionais de leão ao peito e ajudou os leões a conquistarem sete Taças dos Campeões Europeus de Corta-Mato, competição que ganhou individualmente por três ocasiões.
Atualmente com 78 anos, a antiga glória do Clube de Alvalade tem atravessado alguns problemas de saúde, nomeadamente em 2023, altura em que se soube, através de Luís Osório, que tinha dificuldades em deixar, até, a sua residência. "Sei que estás doente, que te é difícil sair de casa, que de quando em vez ficas triste pelo esquecimento do país, de alguns amigos que julgavas serem amigos, coisas que antes não te passavam pela cabeça", começou por dizer. "Escrevo-te este postal para te dizer que não te esqueço. E como eu milhares de portugueses. Talvez até milhões que não se esquecem o que fizeste e o que és - sabes bem que uma coisa e a outra não estão necessariamente ligadas. O que fizeste é esmagador", completou, na altura, o jornalista.
Conjunto verde e branco consegue o segundo título de campeão nacional consecutivo depois de alcançar uma reviravolta inacreditável
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No dia 26 de maio de 2017, o Sporting festejou o bicampeonato em Ténis de Mesa, o 34.º da história numa modalidade na qual já foi campeão por 10 vezes seguidas. Os leões derrotaram o Ponta do Pargo no segundo jogo da final pelo parcial de 3-0, algo que já tinha acontecido uma semana antes.
O Sporting entrou melhor em pares, com as vitórias de Diogo Chen e Bode Abiodun por 11-5, 11-3 e 11-7, superando a dupla de nigerianos Jide Ogidiolu e Saheed Dawn, que vinham da ilha madeirense da Calheta.
Jide Ogidiolu viria a ser vencido novamente, mas desta vez por Aruna Quadri em triunfos com placar de 11-5, 11-8 e 11-2. Diogo Chen deu continuidade ao percurso vitorioso e venceu Énio Mendes em dois duelos, por 11-8 e 11-2.
No último jogo, o desportista do Sporting foi obrigado a fazer uma reviravolta épica depois de estar a perder 7-1 e acabar com um resultado de 12-10. A remontada fez com que as centenas de adeptos festejassem efusivamente no pavilhão.
Deste modo, ficou garantido o segundo título consecutivo para o Sporting, que pôde comemorar o triunfo em apenas dois jogos. O conjunto verde e branco nunca escondeu o favoritismo por ser o emblema da história do ténis de mesa com mais títulos em provas portuguesas.
Aruna Quadri, um dos protagonistas do título, mostrou toda a sua felicidade em declarações ao jornal do Clube: “Já ganhei vários títulos na minha carreira. É o meu 2.º pelo Sporting. Era um jogo importante e sabíamos da responsabilidade de ganhar. Não há outro sítio onde queira estar”.
Chen Shi-Chao, treinador dos atletas leoninos, também fez questão de explicar que estava muito grato ao emblema verde e branco: “O Sporting é um grande Clube. Temos cada vez mais pessoas a apoiar-nos e este título é todo para a Direção, que nos apoia muito. Acreditaram em mim e só posso agradecer com esta conquista. É um grande feito sermos bicampeões e estamos a fazer do Ténis de Mesa uma modalidade cada vez mais mediática”.
Equipa verde e branca conseguiu recuperar da desvantagem e, com recurso à qualidade técnico de um elemento em particular, acabou por vencer
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O futebol português testemunhou uma das primeiras grandes reviravoltas da sua história competitiva a 26 de maio de 1929. Nesse dia, o Sporting, sem favoritismo e após uma época discreta no Campeonato de Lisboa, onde terminou num modesto quinto lugar, eliminou o Porto nos oitavos-de-final do Campeonato Nacional, vencendo por 3-2 com um hat-trick de Oliveira Martins, jovem avançado que começava a dar nas vistas.
O embate realizou-se em Lisboa, e apesar de a partida ser disputada em campo neutro (prática comum, dado que as eliminatórias se jogavam a uma só mão), uma entusiástica multidão de adeptos portistas fez-se ouvir na capital. A equipa visitante era tida como favorita, mas encontrou um Sporting inspirado e liderado pelo técnico escocês Charles Bell.
Assim, os leões alinharam com Cipriano, Jurado, Martinho de Oliveira, Varela, Serra, Moura, Matias, Mourão, Abrantes Mendes, Oliveira Martins, Filipe dos Santos e José Carreira. Já o Porto, apresentou-se em campo com Mihály Siska, Jerónimo Pereira, Pedro Tamudo, Álvaro Pereira, Álvaro Sequeira, Lopes Martins, Júlio Dias, Waldemar Carneiro, Acácio Mesquita, Norman Hall e Raúl Castro.
O Porto entrou com mais ímpeto e, logo aos 9 minutos, Waldemar abriu o marcador com classe, ao concluir de forma subtil um passe de Mesquita, colocando a bola por cima do guarda-redes Cipriano. O início de jogo parecia confirmar o favoritismo dos nortenhos, enquanto o Sporting, prejudicado pelo vento contrário e pela insistência em jogadas aéreas, não encontrava o seu ritmo.
Contudo, aos 22 minutos, o jogo mudou de tom. Um passe bem medido de Abrantes Mendes para Mourão desfez a defesa azul e branca, e o cruzamento foi aproveitado por Oliveira Martins, que empatou com um remate fulminante. A confiança leonina cresceu exponencialmente a partir deste momento. Até ao intervalo, os lisboetas dominaram, com várias oportunidades criadas, mas viram Siska, guarda-redes portista, brilhar com defesas notáveis. Ainda assim, Oliveira Martins destacava-se como a principal ameaça.
Na segunda parte, foi a vez de Cipriano salvar o Sporting com duas intervenções decisivas. O Porto voltou a assumir o controlo e marcou de novo por Waldemar, desta vez com um remate de pé esquerdo digno de registo. A esperança verde voltou a esmorecer, mas não por muito tempo. A cerca de 30 minutos do fim, José Carreira encontrou Oliveira Martins solto na área, e o jovem avançado não desperdiçou: 2-2 e tudo em aberto.
O golo da reviravolta surgiria a 10 minutos do fim, quando Oliveira Martins, em grande tarde, disparou um remate rasteiro e potente de fora da área que só parou no fundo das redes. Estava consumado o hat-trick e uma das mais inesperadas reviravoltas da história do Campeonato de Portugal. O Porto, até então dominante, perdeu o controlo emocional e o Sporting passou a gerir a vantagem com autoridade, perante uma plateia que se rendeu à exibição da jovem promessa leonina.
Segundo o jornal Os Sports, o Sporting "honrou o futebol da capital com um justo triunfo", destacando a energia de Martinho de Oliveira, a inteligência tática de Matias, a serenidade de Serra e Moura, o perigo constante de Abrantes Mendes e o talento de Mourão. Mas foi Oliveira Martins, com a sua eficácia e instinto goleador, quem roubou os holofotes. Esta vitória, além de marcar uma viragem numa época instável para os leões, consolidou o nome do jovem avançado como uma das revelações do futebol português no final da década de 1920.
Plantel verde e branco conquistou, uma vez mais, competição do Velho Continente e volta a provar que tem capacidades para competir com os melhores
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O Sporting consolidou a sua posição no panorama europeu do andebol ao vencer, na temporada 2016/17, pela segunda vez, a Taça Challenge, a terceira maior prova da modalidade a nível europeu, depois da primeira vitória em 2009/10. Esta segunda conquista reafirmou a capacidade do andebol leonino para competir ao mais alto nível, sendo este o 25.º título internacional da história do Clube.
O percurso na prova começou no dia 19 de novembro de 2016, com uma estrutura competitiva dividida entre rondas iniciais mais acessíveis e fases finais de maior exigência. As três primeiras eliminatórias revelaram-se desiguais: a qualidade do plantel liderado por Hugo Canela, combinada com a tradição do Sporting em provas internacionais, levou os adversários a abdicarem do fator casa. Assim, todas as mãos destas fases foram disputadas em território nacional, num só fim de semana, o que permitiu ao Clube gerir recursos e garantir resultados sem grandes sobressaltos.
Na terceira ronda, o adversário foi o modesto ASD Romagna, de Itália. No Pavilhão do Casal Vistoso, o Sporting confirmou o favoritismo com vitórias categóricas por 32-25 e 37-24, selando a eliminatória com um total de 20 golos de vantagem. Seguiram-se os macedónios do HC Pelister Bitola, líderes do campeonato local à época. No Ginásio Clube do Sul, os leões voltaram a dominar, vencendo os dois jogos por 32-18 e 34-26, reforçando o domínio com uma margem ainda mais expressiva de 22 golos.
Os quartos-de-final trouxeram os gregos do AC Doukas a Almada. A superioridade leonina voltou a ser clara: 35-23 no primeiro jogo, onde a vantagem ao intervalo já era de 11 golos, e 27-25 no segundo, com o Sporting a gerir a eliminatória de forma inteligente. Com um agregado de 14 golos, o caminho para as meias-finais estava traçado. A partir daqui, a exigência subiu de patamar e o Sporting teve, pela primeira vez na prova, de jogar fora de casa, frente aos holandeses do JMS Hurry Up.
A deslocação à Holanda revelou-se um teste superado com distinção. No Sporthal Angelslo, em Emmen, os leões venceram por 32-27 num ambiente adverso, mas com o apoio de Adeptos nas bancadas. O reencontro em Portugal revelou o fosso entre ambas as equipas: 37-14 foi o resultado da segunda mão, a vitória mais dilatada da campanha europeia leonina (28 golos de diferença no total). Estava assim garantida a presença na final da Taça Challenge, novamente disputada a duas mãos, agora frente aos romenos do AHC Potaissa Turda.
A primeira mão da final decorreu a 20 de maio, no Ginásio do Sul, perante uma moldura humana vibrante. O Sporting impôs um ritmo elevado desde o apito inicial e, com uma exibição sólida, saiu para o intervalo a vencer por 19-11. A diferença chegou a ser de 12 golos (24-12) durante o segundo tempo, acabando o jogo com um expressivo 37-28. Destaque individual para Ivan Nikcevic (10 golos), Janko Bozovic (8) e o guarda-redes Matej Asanin, que foi determinante com defesas decisivas.
O derradeiro encontro aconteceu em Cluj Napoca, Roménia, no dia 27 de maio de 2017. Mesmo perante 2.500 adeptos adversários no Horia Demian Sports Hall, o Sporting não vacilou. Com uma exibição serena e controlada, os leões venceram por 30-24, selando uma campanha imaculada, sem qualquer derrota. Ao intervalo, a vantagem portuguesa era já de 13-9 e, mesmo quando o Turda conseguiu encurtar a distância para dois golos, a resposta leonina foi implacável. Nikcevic e Bozovic voltaram a brilhar com seis golos cada, bem como o impenetrável Asanin, que coroou a noite com mais uma atuação de gala.
Com esta vitória, o Sporting tornou-se o primeiro Clube português a conquistar por duas vezes uma competição europeia de andebol, um feito inédito no país. A campanha de 2016/17, invicta do início ao fim, não só reforçou o prestígio internacional do clube, como também confirmou a qualidade de um plantel sólido, equilibrado e experiente, capaz de ombrear com as melhores equipas do Velho Continente, o que voltou a ficar provado no percurso levado a cabo na Liga dos Campeões, esta temporada.