Derrota do Sporting frente ao Dortmund? Histórico diante de equipas alemãs era aviso à navegação

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) divulgou, esta quarta-feira, dia 12 de fevereiro, que o Sporting foi multado em 12.750 euros pela falta de habilitações do anterior treinador da equipa principal, João Pereira.

A queixa feita pela Associação Nacional dos Treinadores de Futebol (ANTF) produziu efeitos e o atual técnico da equipa B dos leões também terá de pagar 1.224 euros, o mesmo valor de multa aplicado ao adjunto Tiago Teixeira, que esteve em pé no banco de suplentes em vários jogos e que falou nas entrevistas rápidas aos diversos canais de televisão.

João Pereira, recorde-se, foi promovido por Frederico Varandas da equipa B para a equipa principal após a saída de Ruben Amorim para o Manchester United, em novembro, mas este foi depois afastado do cargo pelo Presidente leonino e substituído por Rui Borges, técnico contratado ao Vitória SC.

Pereira deixou o Clube ao cabo de oito jogos (quatro derrotas, um empate e apenas três vitórias), não resistindo aos maus resultados obtidos. Mais tarde, o Sporting anunciaria que o treinador voltaria a assumir as funções na equipa B, função que desempenha atualmente.

A equipa principal do Sporting, agora sob o comando de Rui Borges, leva cinco vitórias, duas derrotas e quatro empates em 11 jogos. O campeão nacional em título segue na primeira posição da Primeira Liga, com 51 pontos, mais quatro do que o Benfica, segundo classificado.

O Sporting entrou em campo com o Borussia Dortmund, esta terça feira, dia 11 de fevereiro, no Estádio de Alvalade, em jogo a contar para a primeira mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões e, apesar de derrotado por 3-0, nunca deixou de contar com o apoio dos adeptos nas bancadas.

Assim que o árbitro apitou para o fim do encontro, os Sportinguistas presentes nas bancadas aumentaram, ainda mais, o volume do apoio, mostrando precisamente que continuam ao lado dos jogadores e da equipa técnica e que o resultado diante do clube alemão em nada abalou este sentimento.

A primeira parte, recorde-se, foi marcada por um grande equilíbrio. A posse de bola foi muito dividida, tal como as oportunidades de golo. Nenhuma das equipas desbloqueou, no entanto, o nulo no marcador, com o empate a manter-se intacto ao intervalo.

O segundo tempo foi muito diferente. Aos 60 minutos, Guirassy abriu o ativo, assistido por Brandt, e mais tarde foi ele a entregar o 0-2 a Gross. Aos 82 minutos, Adeyemi apontou o 0-3 e o Sporting, apesar de várias tentativas, não conseguiu reduzir a desvantagem.

Os alemães ficam, então, por cima nesta eliminatória, com uma diferença de três golos. A segunda mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões jogar-se-á no dia 19 de fevereiro, às 17h45, em Dortmund.

Miguel Sousa Tavares, conceituado escritor português, aproveitou o seu espaço de opinião no jornal 'Record' para abordar o que aconteceu no último Clássico entre Porto e Sporting, disputado no Estádio do Dragão, na última sexta-feira, e que terminou empatado a um golo.

O também comentador começou por reconhecer melhorias nos azuis e brancos motivadas pela contratação do treinador argentino Martín Anselmi, afirmando que estas foram notórias na segunda parte do encontro com os leões, e destacou, ainda, que sem Viktor Gyokeres em campo, o Sporting parece uma outra equipa.

"Duas coisas me surpreenderam: a vontade e crença dos portistas, que há tanto tempo andava arredada da vista, e o défice físico ou competitivo do Sporting, 45 minutos acantonado dentro da área à espera que Gyokeres entrasse e resolvesse o jogo, como tantas vezes antes. Não há dúvida de que há um Sporting com ele e outro sem ele", atirou Miguel Sousa Tavares, que não se ficou por aqui.

Sem fugir ao polémico lance em que Quenda, derrubado por Zé Pedro, caiu dentro da grande área e João Pinheiro optou por mandar jogar, o escritor disse: "O ‘tackle’, inventado pelos ingleses, é uma jogada bonita quando bem executada e que, do ponto de vista da arbitragem, não tem nada que saber: é legal quando o jogador que o executa toca primeiro na bola, mesmo que depois toque no adversário; e é faltoso quando atinge primeiro o adversário. Esta regra foi deturpada por alguns comentadores de arbitragem (...). Tivessem o árbitro e o VAR acompanhado estas opiniões, fundadas em grosseira deturpação das regras, e duas coisas teriam acontecido: o Sporting teria ganho um jogo que não mereceu ganhar e João Pinheiro teria visto manchada uma exibição perfeita".

Foi então que Miguel Sousa Tavares seguiu para as críticas aos Adeptos do Sporting, defendendo, por outro lado, o árbitro da partida. "Aproveitaram-se de críticas destas para caírem em cima de João Pinheiro, recordando anteriores derrotas suas com este árbitro – como se um bom árbitro estivesse proibido de assistir a derrotas do Sporting. Pois eu acho que depois de um período recente em que tínhamos um dos piores naipes de árbitros de que me recordo – confirmado pela ausência de qualquer um deles no último Mundial – de então para cá tem havido uma progressiva evolução qualitativa, de que João Pinheiro é claramente o melhor exemplo e o único de categoria internacional", fez notar.

Por fim, foi deixado claro que, na opinião de Miguel Sousa Tavares, o lance mais polémico da 21.ª jornada do campeonato nacional foi registado na Luz, durante o duelo das águias com o Moreirense, e trata-se do "eventual penálti cometido por Florentino, no fecho do jogo e numa altura em que o Benfica defendia já em pânico a vantagem tangencial.