Jogador do Sporting dispensado da seleção: Amorim faz contas à vida

Ricardo Esgaio pode deixar o Sporting no mercado de inverno, sabe o Leonino. O defesa não tem espaço no plantel e Rúben Amorim não se opõe a uma transferência do 'camisola 47', que poderá aproveitar para assinar o último grande contrato da carreira.

Segundo informação apurada pelo nosso Jornal, junto de fonte próxima do processo, a saída do português esteve muito próxima durante o verão, mas nenhuma proposta o satisfez. Os verdes e brancos não irão fazer exigências, aceitando ofertas perto de 1 milhão de euros, ou até menos.

Rúben Amorim não faz qualquer tipo de planos com Esgaio, o que abre ainda mis espaço à saída do jogador de 31 anos. Além da renovação de plantel em marcha, o técnico joga, declaradamente, com extremos na ala. Geny Catamo e Geovany Quenda tiram espaço ao veterano futebolista, sendo que Iván Fresneda, apesar de ser utilizado a central pela direita, poderá jogar também no corredor.

Esta temporada, Ricardo Esgaio – avaliado 3 milhões de euros – fez somente um jogo, no qual disputou 15 minutos. Em 2023/24, participou em 47 encontros: 28 na Liga Portugal Betclic, nove na Liga Europa, sete na Taça de Portugal e três na Taça da Liga. Ao todo, nos 2.540 minutos em que esteve em campo, o ala, que tem contrato até junho de 2026, dos leões fez quatro assistências.

O lateral voltou ao Sporting no início da temporada 2021/22 depois de ter representado o Braga por quatro épocas consecutivas. Com a Listada verde e branca, Ricardo Esgaio realizou 174 partidas, marcou um golo, fez 19 assistências e conquistou um Campeonato Nacional (2023/24), uma Supertaça Cândido de Oliveira (2021/22), duas Taças de Portugal (2014/15, 2020/21) e uma Taça da Liga.

Zeno Debast mantém contacto com Jan Vertonghen, antigo central do Benfica. Ambos partilharam balneário no Alnderlecht e na seleção belga, com o ex futebolista das águias a servir como 'mentor' do defesa que faz agora a primeira época no Sporting.

"Se tenho recebido mensagens do Jan? Certamente, é muito bom da parte dele. Estava do meu lado nos relvados, no Anderlecht, mas depois disso também está lá para mim quando é preciso", disse, em entrevista ao HLN, jornal do seu país natal.

"Quando chego a casa, prefiro ter alguém com quem falar. Sei que a vida de futebolista pode ser por vezes solitária, especialmente quando se vai para estágio com a equipa. A minha família tenta vir a Lisboa uma vez por mês, mas não é fácil. Os meus pais trabalham e o meu irmão joga no Anderlecht", admitiu o central.

Questionado sobre como passa o tempo, Debast revelou que gosta de estar "na praia, em paz" e que é admirador da Margem Sul do Tejo. "Prefiro este lado de Lisboa. Na cidade só fui a alguns restaurantes", explicou o internacional belga.

"Sei que 'goleiro' significa guarda-redes (risos) Estou a ter aulas online e sinto que estou a progredir. Acho que devo conseguir falar em condições daqui a três ou quatro meses. Sou muito bom em línguas, ainda que não tenha tido de aprender uma durante um longo período de tempo", terminou, mostrando-se determinado em aprender português.

Zeno Debast abordou os primeiros tempos no Sporting. Chegado a Alvalade no mercado de verão, o internacional belga revela algumas 'duras' de Rúben Amorim, mas explica que tem uma ótima relação com o técnico dos verdes e brancos.

"Ainda sou um jogador jovem, tenho 20 anos, por isso ainda posso cometer pequenos erros por um tempo. Mas livrar-me deles faz parte do plano. O treinador diz-me muitas vezes que eu vou ter sucesso. Ele não me conhecia do que viu em apenas alguns jogos do Anderlecht. Ele queria saber quem e como eu sou como pessoa o mais rápido possível. Criámos imediatamente uma ligação, por isso é que temos essa confiança mútua desde o primeiro dia", disse, ao 'HLN'.

"Ele também ousa dizer quando eu jogo menos bem quando todo o grupo está presente. Tem essa comunicação aberta, mas também crítica. Sendo eu um jogador jovem, preciso disso. O Jan Vertonghen e o Brian Riemer também o faziam no Anderlecht", admitiu o central.

Quanto à mudança para Alvalade, Zeno Debast refere: "Jogamos com três atrás, não quatro. Um novo sistema é sempre um ajuste, mas quero aprender. Saí da minha zona de conforto, mas estou quase numa nova zona de conforto. [Os poucos golos sofridos] é uma estatística importante para uma defesa jovem como a nossa. Dá-nos um 'boost' mental. Nós, defesas, preferimos vencer 1-0 do que 4-1".

Por fim, o belga explicou que, apesar de só ter assinado no verão, seguia os leões desde o início do ano. "Queria uma transferência para a qual estivesse preparado. Que a casa, o carro e tudo o que é bancário estivesse tratado. Não queria ter nada com que me preocupar, apenas paz. Apenas futebol. Esse foi - e é - o caso aqui. Comecei a ver jogos do Sporting em janeiro. Senti que estava preparado para dar esse passo", terminou.