CRISTIANO RONALDO, MESSI E … PAULINHO

O que têm em comum estes três jogadores? É bastante simples e, para os não fanáticos, fácil de perceber.

Parece ridículo colocar na mesma frase os nomes de Cristiano Ronaldo, Messi e Paulinho. Porém, as últimas semanas, demonstraram que, seja no futebol ou na vida, não há nada tão simples como … rendimento.

Ora vejamos. Podemos ou não gostar de qualquer um dos três jogadores acima mencionados. Porém, isso é pouco importante – ou pelo menos devia – para as escolhas dos respetivos treinadores.

Comecemos por Paulinho. Ao dia de hoje, o avançado do Sporting está num momento de forma fantástico. Nos últimos cinco jogos, Paulinho marcou seis golos e fez duas assistências. Quer isto dizer que, em 404 minutos, o jogador leonino marcou a cada 67. Se juntarmos os dois passes para golo, Paulinho participou num golo dos leões a cada 50 minutos. Nas últimas cinco partidas, a turma de Rúben Amorim marcou 20 golos e Paulinho esteve envolvido em oito (40%).

Mas, dirão os ‘apoiantes’ de Paulinho, agora já gostam todos? É aqui que começa o problema. O rendimento do avançado verde e branco é hoje condizente com aquilo que é pedido a um ponta-de-lança de um clube grande, mas nem sempre foi assim.

Na época de estreia em Alvalade (chegou em janeiro de 2021), Paulinho marcou três golos e fez duas assistências. Na temporada seguinte, em 46 jogos (3.487 minutos), o internacional português marcou 14 golos e fez cinco assistências. Os números não mentem. Em 2021/22, Paulinho precisava de 249 minutos para faturar de leão ao peito e de 183 para participar num golo da turma de Alvalade.

O que quero com isto dizer? É que, hoje, Paulinho merece a titularidade e tem feito pela vida. Todavia, este não foi sempre o cenário e, nessas ocasiões, o avançado leonino deveria ter ido para o banco.

Então, perguntará, caro leitor, onde entra Cristiano Ronaldo e Messi em toda esta história? O raciocínio é simples. No final do dia, o mais importante é o rendimento dentro das quatro linhas.

Só em 2022 é que meio Mundo percebeu que Cristiano Ronaldo tem muitas exigências? Não. O problema é que hoje o capitão da Seleção Nacional já não apresenta o rendimento de outros tempos e isso faz com que as pessoas estejam menos dispostas a aceitar determinado tipo de coisas.

Os méritos desportivos de Cristiano Ronaldo são inegáveis. Só um louco se recusará a reconhecer isso. Contudo, paradoxalmente, o problema de Ronaldo é … Ronaldo. Pelas declarações públicas das pessoas que lhe são próximas – ainda alguém me irá convencer de que as mesmas foram feitas sem a sua autorização –, Cristiano Ronaldo ainda acredita que é o melhor jogador do Mundo e espera ser tratado como tal.

Pois bem, Ronaldo já não está entre os melhores e deve adaptar-se a isso. Os anos contam para todos e nem o super atleta português consegue escapar a isso. Resta saber se o próprio tem essa capacidade.

Por fim, Messi. Com a conquista do Mundial do Qatar, o jogador do PSG atingiu o Olimpo, juntando-se a nomes como Pelé e Maradona. É mágico ver Messi jogar. A simplicidade, a facilidade, a genialidade … Não gosto de comparar jogadores que atuaram em eras completamente diferentes, mas, dos que vi jogar, Messi é diferente.

Mas, não tenhamos dúvidas, nesse lote, dos extraterrestres, também está Cristiano Ronaldo. Ao invés das guerrilhas sobre quem é o melhor, devemos aproveitar o privilégio de ter visto os dois atuar em simultâneo e, não poucas vezes, um contra o outro.

No final do dia, no futebol e na vida, resume-se tudo a rendimento.