Carlos Vieira
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21 Abr 2020 | 10:15

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Carlos Vieira

Para o bem e para o mal, num modelo iminentemente presidencialista parte do mérito está em saber escolher equipas.

Recuperando o artigo que há duas semanas escrevi com uma réplica a Nuno Saraiva¹, continuo na minha tentativa de recuperar uma análise sobre os méritos e deméritos de um modelo democrático que tem caracterizado o Sporting Clube de Portugal, querendo perceber se há nas frequentes transições diretivas uma limitação que origina o facto de sermos o terceiro clube do País em termos de campeonatos nacionais de futebol sénior masculino. Isto porque para mim, está, há muito arrumado o facto de o SCP ser a maior potência desportiva nacional se computarmos todas as modalidades que o Clube oferece, desde 1906.


Assim, hoje apresento aos leitores uma tabela (LER AQUI) que construí com o apoio da informação que está disponível nesse importante repositório de informação Sportinguista, que é a Wiki Sporting, a quem agradeço tantas vezes me satisfazerem a minha curiosidade, com tanta qualidade. Nesta tabela indico, por ordem de duração dos mandatos dos Presidentes do Sporting, quantos campeonatos foram vencidos e qual a média de anos que foram necessários para se obter cada um. As análises podem ser efetuadas de variadas formas, mas a ideia que gostaria de transmitir é que não parece existir uma “obrigação” de que a estabilidade diretiva ou a duração dos mandatos permita um maior sucesso (obviamente sempre no que diz respeito aos campeonatos de futebol sénior masculino). Se, de facto, temos o Presidente Ribeiro Ferreira, líder incontestado no número de títulos, com uma média de 1,4 anos por cada um dos mesmos, a que se junta o Presidente Joaquim Oliveira Duarte, com uma média de 2,6 anos e Góis Mota (2), temos, num outro extremo, os Presidentes João Rocha, com uma média de 4,4 anos, Brás Medeiros (5,0), Dias da Cunha (5,2) e José Roquette (4,3). Temos quatro dos 22 títulos vencidos por Presidentes que o foram por menos de dois anos (Cazal Ribeiro, Júlio de Araújo, Joel Pascoal e Cunha e Silva).

Assim, reitero a minha posição. O Sporting Clube de Portugal, acima de tudo, é um Clube eclético e democrático. Sempre teve muitas divergências entre dirigentes e entre estes e os sócios e os atletas. E talvez até seja por essa dinâmica democrática, mesmo em tempos de Estado Novo, que o Clube tem tantos sócios, que se sentem participantes e integrados em algo que transcende uma realidade estatutária.


Por fim, e com algum interesse pessoal no que escrevo a partir daqui, importa referir que falamos em permanência de Presidentes, olvidando que os Presidentes se apresentam e trabalham com equipas diretivas. Umas vezes por eles escolhidas, outras nem tanto. Grande parte do mérito de quem Preside com sucesso está em trabalhar com uma equipa. Para o bem e para o mal, num modelo iminentemente presidencialista (pelo menos desde o fim do poder do Conselho Leonino, que escolhia os Presidentes até 1989 e antes dele pelo Conselho Geral até 1968) parte do mérito está em as saber escolher. E a história e as estórias são as das vitórias e derrotas que ficam. Com lealdade a todos os meus colegas, só isto direi sobre os excelentes cinco anos em que tive a honra de ser dirigente deste grande Clube. A partir daqui, importa escrever e falar sobre ideais e futuro.

¹ - https://leonino.pt/opiniao/replica-a-um-sportinguista/


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