Carlos Vieira
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12 Mai 2020 | 09:00

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Carlos Vieira

A ideia que fica é que se fosse outro o Clube no primeiro lugar do Campeonato à data da suspensão do mesmo na sequência da crise Covid-19, o título de campeão já teria sido atribuído.

Hoje o artigo é aos pedacinhos. A semana passada foi profícua em situações curiosas, pelos factos e pelas consequências. Já falei de todas elas em vários escritos, mas aproveito e faço um resumo, e um ou outro apelo. Então vejamos.


OPA do SLB à Benfica SAD

O SLB testou um bocadinho do processo burocrático que a CMVM proporciona. Apesar de contar com uma estrutura hiperdimensionada de juristas, advogados e quejandos, viu finalmente (será?) encerrado o processo da OPA que lançou em novembro de 2019. A conclusão fundamental é que o Clube estaria a adquirir as ações desejadas com o dinheiro da própria SAD, o que é um ato nulo ao abrigo do Código das Sociedades Comerciais. Calculo que não ficarão por aqui e que criarão uma conta a pagar da SAD ao Clube, o que se afigura complexo. Já agora, este é um dos problemas que está identificado no Sporting, já que a aquisição das VMOCs que está acordada com os bancos credores é ativada pelas idas às Competições Europeias e pela alienação de direitos desportivos de jogadores. O problema é que estes movimentos ocorrem na SAD que está impedida de adquirir as VMOCs (a não ser que seja para as anular, o que provocaria a redução dos capitais próprios). Daí que no processo de reestruturação que a atual Direção cancelou em 2018 a entidade operativa do mesmo fosse a Sporting SGPS que permitiria centralizar os créditos com a Banca, substituindo-se à mesma e garantindo a sustentabilidade financeira, em primeiro lugar do Clube.


Reinício do Campeonato

A ideia que fica é que se fosse outro o Clube no primeiro lugar do Campeonato à data da suspensão do mesmo na sequência da crise Covid-19, o título de campeão já teria sido atribuído. Vai ser interessante analisar o que se passará no campeonato alemão que se inicia esta semana. Mas não me admiraria que vários campeonatos, entre os quais o Português, não iniciassem, por deliberação Governamental. Percebo o impacto financeiro em termos de direitos televisivos sendo que, aqui, o SLB estará beneficiado pois a alienação dos direitos televisivos foi feita sem recurso, ou seja, a entidade financiadora assumiu o risco de crédito pelo que, se a NOS não pagar, o problema terá de ser gerido numa ótica de fragilidade da entidade financeira. O Sporting também tem uma verba menor nestas condições e o FCP julgo que é tudo com recurso. Até aqui o campeonato tem jogadas de bastidores interessantes. Do lado do Sporting reitero a importância de tentar fechar um acordo nos mesmos termos que estava a ser negociado e de, eventualmente, voltar-se ao contacto com os intermediários financeiros que tão destratados foram.


A resposta à Covid-19 feita pela Fundação Sporting

Esta semana os sócios do Sporting foram recetores de um mail, a propósito do trabalho desenvolvido pela Fundação Sporting neste período de dificuldades acrescidas por muitos membros da sociedade civil. Mais uma vez louvo esse trabalho, mas volto a dizer que faz falta a divulgação dos relatórios e contas da Fundação, principalmente desde que a mesma passou a receber verbas vindas da afetação que os contribuintes fazem na sua declaração de IRS. Não é legítimo, em primeiro lugar, a Fundação ou o Sporting arrogarem-se como os financiadores diretos de operações que muito devem aos referidos contribuintes e ao próprio Estado Português. Na análise que se faz nos sites da especialidade, nem a obrigação de entrega às entidades públicas está a ser cumprida. Num período em que se está a fazer uma campanha para que as pessoas continuem a indicar o NIF da Fundação (que, já agora, é o 513 462 554), não ser claro qual o impacto dessa contribuição é incompreensível. E já agora, quando enviam as comunicações de marketing, ficava bem um agradecimento a todos os que permitiram que a Fundação desempenhasse o seu papel. É de gente de bem.

Sobre espaços museológicos

O meu parêntesis no meu artigo da passada semana aqui no Leonino teve uma ressonância que não esperava. Já comentei publicamente o caso, mas julgo importar colocar um ponto final no mesmo. Um Museu, mais que um espaço de culto, é um local de estudo, de análise histórica e de aprendizagem. Um Museu deve ser um espaço de desafio, procurando passar uma mensagem e promover o debate. A minha menção que tanta polémica gerou é a mesma que justifica que a Wiki Sporting (cujo trabalho já louvei diversas vezes) tenha menções sobre “raptos”, adulteração de identidades e até de decisões do Conselho Jurisdicional da FPF, que “estranhamente” deram razão ao SLB, no processo Ruth. O meu parêntesis era isso mesmo. Se por exemplo um Museu Português faz uma exposição (como vários têm feito na última década) sobre a escravatura é porquê? Os meus queridos leitores sabem a resposta. É um Museu, pois então.

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