
Sporting: O incómodo está de volta
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24 Abr 2021 | 09:00
Embora apanhados de surpresa, a reacção de adeptos, ex-atletas e atletas à inacreditável ideia dos 12 encabeçada pelo presidente do Real Madrid, foi um claro sinal que existem limites.
A Superliga, a sua criação, vida e “morte” foram o tema da semana. Um ciclo noticioso vertiginoso, que nos mostrou bem a sociedade de “informação” em que vivemos, em que há uma velocidade de resposta e contrarrespostadesencadeada pela rapidez com que as pessoas recolhem a informação e a usam de volta alimentando o circuito que,embora intenso, tem, habitualmente, uma duração relativamente curta, pois rapidamente há outros eventos ou factos que substituem o ciclo noticioso anterior. E se não houver um facto, são muitas as vezes onde se “inventam” uns para alimentar o monstro.
Ver a forma como os adeptos responderam, principalmente em Inglaterra, muitos saindo de trás do teclado e das redes sociais, indo para a rua mostrando o seu desagrado, foi muito importante. Tal como foi muito interessante, ver como as administrações desses clubes recuaram quando sentiram essa pressão que vinha de todos os lados, inclusive de ex-atletas que agora estão na posição de adeptos e que assumiram a defesa dos mesmos.
Embora apanhados de surpresa, adeptos, ex-atletas e atletas, mostraram mais capacidade de ter argumentos fortes, consistentes, pensados e estruturados, que os senhores dos “clubes”, que, sentados no topo das suas torres de marfim, demonstraram um enormedesconhecimento da realidade que os rodeia e uma ainda maior impreparação para conseguirem justificar “aquilo” a que se propuseram, já para não falar da falta de respeito por quem gosta do futebol como o jogo que é.
A conclusão a que chego, é que lançaram esta ideia sem terem feito qualquer estudo junto dos adeptos e que toda a argumentação estava cheia de “achismos”. Foi deprimente ver o presidente do Real Madrid dizer coisas como “devíamos estudar porque é que os jovens não se sentem atraídos pelo futebol, se calhar, temos de diminuir o tempo de jogo… não sei” ou “se jogarmos mais vezes contra grandes equipas atraímos mais pessoas”.
Ou seja, não fizeram qualquer estudo para perceber a mudança da sociedade e o porquê dos jovens estarem mais afastados, o que faz com que as audiências de TV estejama decrescer ou se haveria aceitação por parte dos adeptosdeste novo modelo, mas já tinham o remédio prescrito semo diagnóstico feito. Brilhante, não é? Mas, infelizmente,mais habitual do que se possa pensar.
Foi comovente ver autocomiseração pelo facto de o Real Madrid ir “só” faturar 600 milhões de euros esta época e queixar-se que não chega. Grandes gestores estes, que só sabem gerir em tempos de crescimento e, mesmo assim,acrescentando dívida ao clube, na esperança que venha,mais uma vez, o governo ou a câmara municipal em socorro, para lhes limpar o passivo. Brutal foi a resposta de Rummenigge, do Bayern Munique, pela sua simplicidade, afirmando que, então, talvez fosse melhor, dado esses problemas todos, pensar em “baixar os custos”.
São as mega transferências por valores sem qualquer racionalidade económica, são as mega comissões sem qualquer justificação, é o afastar dos valores emocionais e de sentimento de pertença a um clube, que tão bem expresso ficou naquela frase de Florentino Perez: “então, mas queriam que esta decisão fosse levada aos Sócios do Real Madrid? Qualquer dia tenho de perguntar-lhes se posso contratar um jogador!”. Junte-se-lhes a mercantilização dos jogadores em carrosséis, pois o importante é o dinheiro girar, o transformar agentes em vedetas, o comprar clubes como quem joga monopólio, e o excesso de jogos a qualquer hora e em qualquer dia da semana sem qualquer respeito pelos adeptos, tudo em nome do “Deus” televisão.
Resta dizer, sem surpresa, que na cabeça do “grupo dos12” a resposta salvadora seria ter mais disto tudo. E intitularam-se eles de Super...
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