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Competições
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O futebol português testemunhou uma das primeiras grandes reviravoltas da sua história competitiva a 26 de maio de 1929. Nesse dia, o Sporting, sem favoritismo e após uma época discreta no Campeonato de Lisboa, onde terminou num modesto quinto lugar, eliminou o Porto nos oitavos-de-final do Campeonato Nacional, vencendo por 3-2 com um hat-trick de Oliveira Martins, jovem avançado que começava a dar nas vistas.
O embate realizou-se em Lisboa, e apesar de a partida ser disputada em campo neutro (prática comum, dado que as eliminatórias se jogavam a uma só mão), uma entusiástica multidão de adeptos portistas fez-se ouvir na capital. A equipa visitante era tida como favorita, mas encontrou um Sporting inspirado e liderado pelo técnico escocês Charles Bell.
Assim, os leões alinharam com Cipriano, Jurado, Martinho de Oliveira, Varela, Serra, Moura, Matias, Mourão, Abrantes Mendes, Oliveira Martins, Filipe dos Santos e José Carreira. Já o Porto, apresentou-se em campo com Mihály Siska, Jerónimo Pereira, Pedro Tamudo, Álvaro Pereira, Álvaro Sequeira, Lopes Martins, Júlio Dias, Waldemar Carneiro, Acácio Mesquita, Norman Hall e Raúl Castro.
O Porto entrou com mais ímpeto e, logo aos 9 minutos, Waldemar abriu o marcador com classe, ao concluir de forma subtil um passe de Mesquita, colocando a bola por cima do guarda-redes Cipriano. O início de jogo parecia confirmar o favoritismo dos nortenhos, enquanto o Sporting, prejudicado pelo vento contrário e pela insistência em jogadas aéreas, não encontrava o seu ritmo.
Contudo, aos 22 minutos, o jogo mudou de tom. Um passe bem medido de Abrantes Mendes para Mourão desfez a defesa azul e branca, e o cruzamento foi aproveitado por Oliveira Martins, que empatou com um remate fulminante. A confiança leonina cresceu exponencialmente a partir deste momento. Até ao intervalo, os lisboetas dominaram, com várias oportunidades criadas, mas viram Siska, guarda-redes portista, brilhar com defesas notáveis. Ainda assim, Oliveira Martins destacava-se como a principal ameaça.
Na segunda parte, foi a vez de Cipriano salvar o Sporting com duas intervenções decisivas. O Porto voltou a assumir o controlo e marcou de novo por Waldemar, desta vez com um remate de pé esquerdo digno de registo. A esperança verde voltou a esmorecer, mas não por muito tempo. A cerca de 30 minutos do fim, José Carreira encontrou Oliveira Martins solto na área, e o jovem avançado não desperdiçou: 2-2 e tudo em aberto.
O golo da reviravolta surgiria a 10 minutos do fim, quando Oliveira Martins, em grande tarde, disparou um remate rasteiro e potente de fora da área que só parou no fundo das redes. Estava consumado o hat-trick e uma das mais inesperadas reviravoltas da história do Campeonato de Portugal. O Porto, até então dominante, perdeu o controlo emocional e o Sporting passou a gerir a vantagem com autoridade, perante uma plateia que se rendeu à exibição da jovem promessa leonina.
Segundo o jornal Os Sports, o Sporting "honrou o futebol da capital com um justo triunfo", destacando a energia de Martinho de Oliveira, a inteligência tática de Matias, a serenidade de Serra e Moura, o perigo constante de Abrantes Mendes e o talento de Mourão. Mas foi Oliveira Martins, com a sua eficácia e instinto goleador, quem roubou os holofotes. Esta vitória, além de marcar uma viragem numa época instável para os leões, consolidou o nome do jovem avançado como uma das revelações do futebol português no final da década de 1920.
Plantel verde e branco conquistou, uma vez mais, competição do Velho Continente e volta a provar que tem capacidades para competir com os melhores
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O Sporting consolidou a sua posição no panorama europeu do andebol ao vencer, na temporada 2016/17, pela segunda vez, a Taça Challenge, a terceira maior prova da modalidade a nível europeu, depois da primeira vitória em 2009/10. Esta segunda conquista reafirmou a capacidade do andebol leonino para competir ao mais alto nível, sendo este o 25.º título internacional da história do Clube.
O percurso na prova começou no dia 19 de novembro de 2016, com uma estrutura competitiva dividida entre rondas iniciais mais acessíveis e fases finais de maior exigência. As três primeiras eliminatórias revelaram-se desiguais: a qualidade do plantel liderado por Hugo Canela, combinada com a tradição do Sporting em provas internacionais, levou os adversários a abdicarem do fator casa. Assim, todas as mãos destas fases foram disputadas em território nacional, num só fim de semana, o que permitiu ao Clube gerir recursos e garantir resultados sem grandes sobressaltos.
Na terceira ronda, o adversário foi o modesto ASD Romagna, de Itália. No Pavilhão do Casal Vistoso, o Sporting confirmou o favoritismo com vitórias categóricas por 32-25 e 37-24, selando a eliminatória com um total de 20 golos de vantagem. Seguiram-se os macedónios do HC Pelister Bitola, líderes do campeonato local à época. No Ginásio Clube do Sul, os leões voltaram a dominar, vencendo os dois jogos por 32-18 e 34-26, reforçando o domínio com uma margem ainda mais expressiva de 22 golos.
Os quartos-de-final trouxeram os gregos do AC Doukas a Almada. A superioridade leonina voltou a ser clara: 35-23 no primeiro jogo, onde a vantagem ao intervalo já era de 11 golos, e 27-25 no segundo, com o Sporting a gerir a eliminatória de forma inteligente. Com um agregado de 14 golos, o caminho para as meias-finais estava traçado. A partir daqui, a exigência subiu de patamar e o Sporting teve, pela primeira vez na prova, de jogar fora de casa, frente aos holandeses do JMS Hurry Up.
A deslocação à Holanda revelou-se um teste superado com distinção. No Sporthal Angelslo, em Emmen, os leões venceram por 32-27 num ambiente adverso, mas com o apoio de Adeptos nas bancadas. O reencontro em Portugal revelou o fosso entre ambas as equipas: 37-14 foi o resultado da segunda mão, a vitória mais dilatada da campanha europeia leonina (28 golos de diferença no total). Estava assim garantida a presença na final da Taça Challenge, novamente disputada a duas mãos, agora frente aos romenos do AHC Potaissa Turda.
A primeira mão da final decorreu a 20 de maio, no Ginásio do Sul, perante uma moldura humana vibrante. O Sporting impôs um ritmo elevado desde o apito inicial e, com uma exibição sólida, saiu para o intervalo a vencer por 19-11. A diferença chegou a ser de 12 golos (24-12) durante o segundo tempo, acabando o jogo com um expressivo 37-28. Destaque individual para Ivan Nikcevic (10 golos), Janko Bozovic (8) e o guarda-redes Matej Asanin, que foi determinante com defesas decisivas.
O derradeiro encontro aconteceu em Cluj Napoca, Roménia, no dia 27 de maio de 2017. Mesmo perante 2.500 adeptos adversários no Horia Demian Sports Hall, o Sporting não vacilou. Com uma exibição serena e controlada, os leões venceram por 30-24, selando uma campanha imaculada, sem qualquer derrota. Ao intervalo, a vantagem portuguesa era já de 13-9 e, mesmo quando o Turda conseguiu encurtar a distância para dois golos, a resposta leonina foi implacável. Nikcevic e Bozovic voltaram a brilhar com seis golos cada, bem como o impenetrável Asanin, que coroou a noite com mais uma atuação de gala.
Com esta vitória, o Sporting tornou-se o primeiro Clube português a conquistar por duas vezes uma competição europeia de andebol, um feito inédito no país. A campanha de 2016/17, invicta do início ao fim, não só reforçou o prestígio internacional do clube, como também confirmou a qualidade de um plantel sólido, equilibrado e experiente, capaz de ombrear com as melhores equipas do Velho Continente, o que voltou a ficar provado no percurso levado a cabo na Liga dos Campeões, esta temporada.
Equipa verde e branca impôs-se diante dos adversários, ainda que a primeira fase do campeonato tenha ficado marcada por um grande equilíbrio entre as equipas
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A temporada de 1994/95 ficará gravada na história do futsal português como o ano em que o Sporting selou o seu primeiro tricampeonato nacional, alcançando o quarto título do seu palmarés. Numa época marcada por mudanças estruturais na competição, os leões souberam adaptar-se e impor a sua supremacia.
O campeonato nacional conheceu, nesse ano, um novo formato. A Federação decidiu alterar o modelo competitivo, distribuindo os 24 clubes participantes por duas séries de 12 equipas. Este novo figurino previa que apenas os três primeiros classificados de cada grupo garantissem o acesso à fase final, o que aumentou a exigência e o nível de competitividade na primeira etapa da prova.
Com os olhos postos em mais um título, o Sporting reforçou-se de forma criteriosa no arranque da temporada. Chegaram ao plantel quatro atletas que viriam a ser peças importantes na caminhada triunfal: Fernando Rodrigues e Sérgio Rocha, ambos oriundos do Atlético; Marco Reis, ex-Barcarena; e Daniel Dias, proveniente da AM Portela. Estes reforços vieram acrescentar qualidade e profundidade ao grupo liderado por Orlando Duarte, um dos nomes mais respeitados do futsal em Portugal.
Durante a fase inicial do campeonato, os encontros foram marcados pelo equilíbrio. O Sporting terminou esta etapa na liderança do seu grupo, ainda que com os mesmos pontos do Correio da Manhã, evidenciando que a margem entre os candidatos era ténue. No entanto, os verdes e brancos demonstraram consistência competitiva e garantiram o lugar entre os finalistas, cumprindo o primeiro grande objetivo da temporada.
A história foi bem diferente na fase final. O Sporting impôs um ritmo avassalador e dominou por completo a fase decisiva do campeonato. Em apenas 10 jogos disputados, a equipa de Alvalade somou oito vitórias decisivas e garantiu o título com cinco pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Correio da Manhã, numa margem confortável que espelha o domínio verde e branco nesta fase.
Com este desempenho categórico, o Sporting não só revalidou o título, como alcançou um feito inédito na sua história até então: o tricampeonato nacional de futsal. Foi o culminar de um ciclo vitorioso que consolidou o Clube como uma das maiores potências da modalidade em Portugal.
Conjunto leonino coroa época com a conquista do segundo título nacional consecutivo, com um registo que foi quase perfeito
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O Sporting conquistava o segundo título consecutivo de ‘futebol de 5’, nomeação atribuída ao futsal na altura, no dia 22 de maio de 1994, num triunfo de 5-1 na última jornada do Campeonato Nacional, frente ao Recordação Apolo, precisamente o clube que acabaria a temporada no segundo lugar da tabela classificativa.
O plantel que trouxe o bicampeonato era liderado por Orlando Duarte - antigo treinador que levou o futsal dos leões à glória - o responsável por comandar Zé Belo, Abílio Gonçalves, Sérgio Barroqueiro, Hugo Miguel, Alex, Paulo Mendes, Manuel Jorge, Pacheco, Paulo Henriques, Fernando Correia, Eduardo Miguel, Vítor Vilarinho, Luís Miguel, Pedro Rodrigues, Nuno Coelho, Nuno Silva, Lhé, Pedro Antunes e Pedro Miguel.
O encontro de todas as decisões trouxe grandes emoções para o Sporting, que mesmo sendo a equipa da casa, via o Recordação Apolo trazer muitos adeptos que criaram um ambiente que lhes deu muita força. Até ao intervalo o jogo só teve um golo, apontado pelo conjunto visitante, que conseguiu provocar muitas dificuldades à formação leonina.
Apesar do empate ser suficiente para o Sporting levantar o título, a segunda parte já tomou outro rumo e os leões entraram com tudo. Logo aos 30 minutos, Lhé faz o primeiro para os verde e brancos e deixa a equipa da casa muito mais perto do título. E logo de seguida, aparece o 2-1 no marcador, saído dos pés de Manuel Jorge (31’), numa entrada que arrepiava os adeptos de Alvalade.
Na segunda metade da partida só dava Sporting e o conjunto leonino não parava de carregar. Lhé volta a aparecer aos 46’ no marcador, fazendo o bis. Quem também marcou dois golos no jogo decisivo foi Paulo Henriques, com dois remates certeiros num espaço de um minuto (49’ e 50’).
Nas declarações pós-jogo, o responsável pelo comando técnico dos leões mostra a sua felicidade: “Conseguimos dar a volta na 2ª parte. Arriscámos, criámos espaços na defesa, mas conseguimos criar várias oportunidades de golo. O segredo para estas duas vitórias consecutivas é o valor dos jogadores. Nós tentamos potenciar as suas qualidades, mas o nosso objetivo é facilitado pela grande vontade de toda a equipa em trabalhar”.
O Sporting terminou o Campeonato Nacional com um registo quase invicto, de 28 vitórias, dois empates e duas derrotas. Os leões conseguiram o bicampeonato com 58 pontos e impressionantes 156 golos marcados.