Bruno Lage reage ao interesse do Sporting: "O Benfica..."

Os oitavos de final da Liga Conferência arrancou na passada quinta feira, dia 6 de março. Um dos grandes destaques desta fase da competição foi o embate entre o Vitória de Guimarães - equipa sensação da prova - e o Bétis de Sevilha, dos ex Sporting William Carvalho e Hector Bellerin, e antiga equipa de Rui Silva, que terminou com empate a duas bolas.

A primeira parte da partida foi morna, com as equipas preocupadas em manter a consistência defensiva. Os vimaranenses tiveram mais posse de bola, mas as oportunidades foram escassas de parte a parte e o árbitro apitou para o intervalo com nulo no marcador.

A segunda parte foi completamente diferente, repleta de emoções fortes. Logo aos 48 minutos, Bakambu inaugurou o marcador, com assistência de Antony, antigo jogador de Ruben Amorim. O Vitória de Guimarães ripostou três minutos depois, com golo de João Mendes, depois de passe de Nuno Santos.

Aos 75 minutos, Isco voltou a por os sevilhanos na frente, com passe de Ruibal. Mas, de novo, os jogadores da cidade berço reagiram apenas seis minutos depois, golo de Nelson Oliveira, com passe de João Mendes. O Vitória de Guimarães conseguiu, assim, travar a equipa do Bétis fora de casa, e vai discutir a passagem em casa, com tudo em aberto.

Do lado do Bétis de Sevilha, tanto William Carvalho como Hector Bellerin ficaram nas bancadas, a recuperar de lesão. Do lado do Vitória de Guimarães, o ex Sporting Bruno Gaspar também ficou nas bancadas, mas Hevertton foi titular, e um dos destaques na equipa portuguesa.

Ruben Amorim, ex Sporting, entrou ontem em campo, para comandar os Red Devils no Real Sociedad - Manchester United, em jogo referente aos oitavos de final da Liga Europa. Os ingleses voltaram a marcar passo, e empataram a uma bola. O treinador português reagiu ao empate no final do jogo.

Começou por comentar a partida: "Podia ser melhor, mas também podia ter sido pior. Senti que, até ao penálti, tínhamos o controlo do jogo e o penálti mudou a dinâmica. Nos últimos minutos, a nossa equipa estava muito cansada. Levamos a eliminatória para Old Trafford e aí vai ser um jogo diferente. A pressão vai estar do nosso lado naquele estádio. Vamos estar a sobreviver fisicamente para chegar a domingo", atirou Ruben Amorim.

Falou, depois, de alguns dos desempenhos individuais da equipa. Sobre Rasmus Hojlund disse o seguinte: "Está a esforçar-se muito. Fez as jogadas, sabemos que a Real Sociedad tem uma linha alta e ele usou o seu ritmo para ganhar duelos e lutar. Tem de continuar a jogar e não estar ansioso", explicou.

Acerca de Joshua Zirkzee, partilhou: "Ele mereceu. Está a trabalhar bem e está a melhorar muitas coisas no seu jogo. Merece este momento e foi importante para nós hoje", explicou Ruben Amorim sobre um dos jogadores que mais tem crescido nos últimos desafios.

Por último, mencionou Alejandro Garnacho, que chegou a estar perto da saída: "Ele estava cansado e isso notou-se porque fizemos muitas transições na segunda parte. Por vezes, atrasou-se a defender [na segunda parte]. Senti que ele estava cansado para recuperar e fazer as mesmas coisas", rematou Ruben Amorim.

Rui Borges juntou-se ao Sporting no passado dia 26 de dezembro de 2024, mas não tem tido vida fácil desde que chegou aos leões, com muitas lesões no plantel verde e branco. Nuno Raposo, jornalista do jornal 'A Bola', assinou o seu texto de opinião com uma reflexão sobre o momento do treinador verde e branco, e do Clube liderado por Frederico Varandas.

"Na base, Rui Borges tem relativizado os problema, tem pensado mais em arranjar soluções do que desculpas", começou por dizer, antes de prosseguir: "Mas está a chegar a verdadeira hora da verdade de Rui Borges. A mudança do Vitória de Guimarães para Alvalade, um dia depois do Natal, foi célere e inesperada. O técnico não foi obrigado a manter o nível Amorim, como João Pereira, mas sim a ultrapassar o mau momento do antecessor, o que não sendo fácil, era difícil não correr melhor. Mas sim, herdou muitas lesões e ganhou ainda mais, ao ponto de ter tido jogos com nove baixas médicas".

Falou, depois, da perceção externa do técnico: "Neste percurso, já mereceu críticas, sobretudo por se ter visto mais do que uma vez a equipa a claudicar nas segundas partes, a mudar de atitude na defesa de um resultado, um pouco à imagem de treinador de equipa pequena, já o acusaram de ser. Mas muitos têm sido contidos ou até condescendentes nas críticas ao treinador, precisamente porque tem ido a jogo com um plantel depauperado com tanta lesão", escreveu Nuno Raposo.

Lembrou, depois, que a "desculpa" das muitas lesões no plantel verde e branco estão prestes a terminar, uma vez que alguns dos jogadores mais importantes estão muito perto do regresso, como Hjulmand ou Morita.

Terminou, refletindo sobre o que falta da época: "Não conseguindo aguentar o barco com Casa Pia e com o Famalicão e uma vez com os pesos-pesados na ficha de jogo, então deixará de ser imune à crítica, porque ela vai surgir, sobretudo de dentro, dos próprios sportinguistas. É agora que realmente se vai ver se o treinador tem unhas para esta guitarra", rematou Nuno Raposo.