Miguel Poiares Maduro deixa duras críticas à saída de Amorim do Sporting: "Quando se tem talento..."

O Manchester City está a tentar antecipar a chegada de Hugo Viana a Inglaterra. Além de Rúben Amorim ter sido oficializado no Manchester United nos últimos dias, agora, o atual diretor desportivo também pode abandonar Alvalade e bem mais cedo do que aquilo que se esperava.

O emblema comandado por Pep Guardiola oficializou a contratação do dirigente do Clube de Alvalade a 12 de outubro, mas a ligação entre as duas partes era para acontecer apenas a partir da época 25/26. No entanto, segundo avança o jornalista Bruno Andrade, da CNN Portugal, os azuis de Manchester estarão interessados em antecipar a mudança para janeiro.

O Sporting arrisca-se, então, a perder duas peças fulcrais para o projeto do futebol do Clube em pouco mais de dois meses, e os dois com a mesma cidade de destino: Manchester vai ser a cidade que vai receber Rúben Amorim, para treinar o United, e Hugo Viana, para ser diretor desportivo do City. Resta saber se os dois se mudam para Inglaterra durante a temporada 24/25, ou se Hugo Viana só chegará em 25/26.

O diretor desportivo, natural de Barcelos, exerce as funções de dirigente no Sporting desde a época 18/19 - foi Frederico Varandas que trouxe Hugo Viana para o Clube quando venceu as eleições para Presidente em 2018. Desde então, realizou um trabalho notável que viu o Manchester City interessar-se nos seus serviços.

Desde que está no Sporting, o diretor desportivo de 41 anos não foi só responsável pelas maiores compras da história dos leões (com destaque óbvio para Gyokeres e Hjulmand), e também valorizou muito o plantel leonino: avaliado em 161,6 milhões na altura, valorizou 282 milhões para valer hoje 443,5 milhões. Desde 2018, o Sporting foi o oito clube no mundo cujo plantel mais valorizou, estando atrás de seis clubes da Premier League e do Real Madrid. 

Thierry Correia fez a formação no Sporting, e agora vive e joga em Valência. Como tal, esteve presente na cidade durante os momentos dramáticos que se viveram devido à tempestade DANA. O lateral direito deu uma entrevista ao jornal ‘O Jogo’, onde abordou como foi viver um momento tão trágico.

“Não estou propriamente perto da zona mais afetada, mas tem sido complicado. Um colega que mora nessa área, por exemplo, mostrou-me imagens da casa dele completamente cercada de água e de lama”, começou por dizer o português. Assume, no entanto, entender os contornos da situação: “É um drama, claro, mas, por outro lado, apesar de todo este drama, torna-se bem presente que a cidade está a viver um momento de forte solidariedade. Toda a gente está a tentar ajudar ao máximo as pessoas que foram mais prejudicadas.”

Thierry conta que chegou mesmo a ajudar como pode: “Eu até estou de muletas, por causa de uma lesão, mas ainda ontem recolhi roupas e fui comprar alimentos para deixar no banco de ajuda que se encontra à frente do nosso estádio. Foi dessa forma que tentei ajudar as pessoas mais afetadas pela catástrofe”. Sobre a cidade, partilhou que “a zona que foi devastada pelo rio fica um pouco afastada do centro e, sem dúvida, fica difícil chegar a essas zonas que foram mais afetadas”.

O lateral português falou ainda um pouco da lesão que sofreu recentemente: “Foi ao minuto 50 do jogo do Valência com o Getafe. Apoiei mal o pé e senti que o joelho foi para dentro. É uma rotura de ligamentos e, como tal, vai demorar uns meses a recuperar”.

Apesar de não saber o tempo de recuperação - sabe apenas que será “longo” - Thierry Correia confessou que “é uma situação triste”, porque se “sentia bem e a ajudar a equipa”. No entanto, mantém o espírito positivo: “há coisas que não conseguimos controlar e tenho que estar mentalmente preparado para o que aí vem, porque vão ser vários meses longe do que mais gosto de fazer. Tenho que me manter bem fora de campo, que é para conseguir voltar mais forte”. 

Na sua mais recente crónica para o Record, Vítor Pinto sublinha o impacto que a saída de Rúben Amorim poderá ter no Sporting, num período decisivo da temporada. O autor foca-se na influência de Dave Brailsford, o novo “patrão” de Amorim e homem-forte das operações desportivas da Ineos, reconhecido pela aplicação da Teoria dos Ganhos Marginais no ciclismo, especialmente com a equipa Sky.

Amorim anunciou recentemente que assumirá o cargo de treinador do Manchester United, embora continue a liderar o Sporting até o jogo contra o Braga. Esta situação criou uma espécie de “novela”, aumentando o risco de perdas marginais. Uma leve quebra na concentração, no foco, no empenho e na confiança do grupo pode comprometer a estabilidade da equipa neste momento crucial da competição, levando a uma performance abaixo do esperado.

Pinto ressalta a importância da química entre Rúben Amorim e o balneário, que estará sob pressão nas próximas semanas e será o fator decisivo para o sucesso imediato do grupo. Se essa relação se deteriorar, existe o perigo de que o treinador saia de Alvalade de maneira dissonante, prejudicando o legado que ele merece deixar, numa história escrita a letras de ouro.

Noutro segmento da crónica, Vítor Pinto elogia a atuação do Porto, que recentemente eliminou o Moreirense e garantiu um lugar na final four da Allianz Cup, agora composta pelos quatro favoritos ao troféu. Pinto enfatiza que esta configuração aumenta o entusiasmo na competição e permite que uma prova excedentária continue a respirar, numa crítica implícita à relevância deste torneio no calendário desportivo nacional.

Desta forma, Vítor Pinto antecipa os desafios que Rúben Amorim enfrentará em Alvalade, onde será crucial evitar que o anúncio da sua saída origine perdas marginais que possam comprometer o legado e a reputação que o treinador construiu até ao momento. A continuidade de Amorim poderá determinar não apenas o futuro do Sporting, mas também a forma como os adeptos recordarão a sua passagem pelo clube.