Miguel Sousa Tavares acusa Sporting de ser levado ao colo pelos árbitros

Tomás da Cunha tem estado particularmente atento às últimas exibições do Sporting e não poupou críticas à equipa agora orientada por Rui Borges. Numa série de tweets recentes, o analista fez uma leitura detalhada da forma de jogar dos leões, elogiando alguns desempenhos individuais, mas lançando duras críticas ao modelo de jogo implementado.

Cunha tem destacado a qualidade de Hjulmand, elogiando a sua inteligência tática, "Está a jogar com uma calma/inteligência superior. Espera o tempo certo para meter o passe por dentro, como no livre do 1-0.”, destacou. No entanto, foi no comentário à estrutura da equipa que o tom se tornou mais crítico: “O Sporting, neste momento, não está formatado para guardar bola de forma prolongada. Debast e Hjulmand pisam as mesmas zonas do campo, Geny Catamo tem muita dificuldade quando recebe de costas e com pouco espaço.”, afirmou.

A crítica mais dura surgiu ao abordar a mentalidade conservadora da equipa “O standard que Rui Borges definiu é este: ganhar no poucochinho.” Para o comentador, o Sporting baixa a intensidade muito cedo e não tira partido dos recursos disponíveis, nomeadamente da frescura física de jogadores como Harder. “Mais uma vez, o Sporting joga de forma passiva desde os vinte minutos.”, escreveu no X.

Tomás da Cunha considera que a equipa ainda se torna previsível e depende em demasia de Viktor Gyokeres,  "(...) acaba sempre por confiar na superioridade de Gyokeres". O avançado sueco de 26 anos, tem demonstrado ser uma peça fundamental na equipa leonina. Foi o melhor marcador da época passada, quando o Sporting se sagrou campeão nacional, e tem tudo para ser o melhor marcador pela segunda vez consecutiva. Até ao momento tem 27 partidas disputadas pelo Sporting, somando assim 31 golos e 7 assistências. 

Estas declarações estão a gerar reações nas redes sociais, dividindo os adeptos leoninos. A equipa liderada por Rui Borges segue em segundo lugar pela luta ao título, a menos dois pontos que as águias. Na segunda-feira, os leões, empataram a uma bola com o Braga, em Alvalade e veem-se mais distantes do primeiro lugar. 

Francisco Barão, antigo jogador e treinador das camadas jovens do Sporting, admite que ficou surpreendido pelas palavras de Rui Borges sobre Conrad Harder. O técnico dos leões deixou duras críticas ao avançado dinamarquês, referindo que o mesmo tem dado pouco nos últimos jogos.

"Este puxão de orelhas tinha de ser feito no seio do grupo"

"Não o teria feito pois o Rui Borges precisa de todos numa fase em que há tantas lesões e o Sporting disputa tantos jogos. Não quero criticar um colega pois também sou treinador, mas não o teria feito. Do meu ponto de vista, este puxão de orelhas tinha de ser feito no seio do grupo, mas admito que também pode ser uma estratégia do Rui Borges. Há jogadores em que precisamos de meter a mão por cima e em outros não", começou por dizer ao jornal Record.

O atual técnico do Marinhais lembra a falta de opções que Rui Borges tem no meio-campo: "Sem o Morita era complicado mexer e, uma vez mais, foi obrigado a recorrer aos jovens que precisam de tempo para crescer. Pessoalmente, faria as substituições mais cedo, pelo menos 15 minutos antes, até para dar uma maior motivação aos jogadores suplentes".

"Lembrou e bem que o Sporting só depende de si para conquistar o título"

Francisco Barão deixa um elogio ao timoneiro do emblema verde e verde e acredita na conquista do título: "Lembrou e bem que o Sporting só depende de si para conquistar o campeonato. Foi um jogo complicado em que Braga entrou muito motivado pois sabia que podia ficar isolado no terceiro lugar face à derrota do Porto".

Francisco Barão esteve 16 anos ao serviço dos leões, como jogador e como treinador e treinador-adjunto. Enquanto atleta, disputou 150 jogos - entre 1973 e 1983 e venceu dois Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. No comando técnico (entre 2013 e 2019), fez 21 partidas e venceu oito (entre equipa B e sub-23).

A Torcida Verde, uma das claques mais antigas do Sporting, acusa o Clube de "censura" por ter impedido a entrada de uma faixa e homenagem a Joaquim Agostinho, lenda do ciclismo leonino. O episódio aconteceu no último domingo, durante o empate frente ao Braga (1-1), para a 28ª jornada da Primeira Liga. A faixa em causa apenas exibia "07-04-43, eterno J. Agostinho", uma referência à sua data de nascimento que coincidia com o dia de jogo. 

Através de uma publicação das redes sociais, a claque denunciou a situação e mostrou-se indignada por ver barrado o acesso de um tributo ao ex atleta: “A ‘perigosa’ faixa "07-04-43, eterno J. Agostinho" ficou retida numa das portas da Curva Sul... em contraste com a repetida exposição de faixas evocativas de outros profissionais de passagem por Alvalade que tiveram direito a faixas expostas em pleno EJA”, escreveram na sua página de Instagram.

A crítica acentuou-se ao apontarem que recentemente, faixas dedicadas a Ruben Amorim foram exibidas sem entraves. A claque não esconde o desagrado por ver no ecletismo, um dos pilares identitários do Sporting, colocado em causa por decisões que consideram arbitrárias e seletivas. "Joaquim Agostinho será um eterno símbolo da nossa identidade, doa a quem doer. Ecletismo, uma questão de identidade!”, remataram.

Joaquim Agostinho é um dos maiores nomes do ciclismo português e representa um símbolo incontornável do Sporting nas modalidades. Faleceu após uma queda trágica na X Volta ao Algarve. Enquanto liderava a prova, um cão atravessou-se no meu caminho, o que o fez cair, provocando-lhe um traumatismo craniano. Ainda assim, levantou-se e continuou a prova. Apesar de ter recusado receber tratamento hospitalar, as dores pioraram de forma drástica e o ciclista leonino teve de ser operado em Lisboa. Após dez intervenções cirúrgicas, permaneceu em coma durante 10 dias, tendo falecido a 10 de maio de 1984.  

Até ao momento, o Sporting ainda não reagiu oficialmente à acusação da Torcida Verde, mas nas redes sociais o debate está lançado, e há muitos adeptos a exigir respostas. A equipa de Alvalade empatou por uma bola, em casa, com o Braga. Desta forma, os leões distanciam-se do primeiro lugar.